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Etnocentrismo e realismo cultural

Por:   •  11/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.514 Palavras (11 Páginas)  •  368 Visualizações

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Faculdade Anhanguera[pic 1]

Rio Grande

ETNOCENTRISMO E REALISMO CULTURAL

Trabalho como requisito para menção do complemento curricular:

Ciências Humanas e Sociais, Professor Mestre Érico F. de Costa.

1º BIMESTRE/1º SEMESTRE 2015

INTRODUÇÃO

Hoje em dia, nas sociedades, a tendência do ser humano é de repudiar ou negar o que lhe é diferente ou não está de acordo, com suas tendências, hábitos e costumes.

O costume de discriminar os que são diferentes, porque pertencem a outro grupo, pode ser encontrado em qualquer lugar. Agressões verbais, e até físicas, praticadas contra pessoas oriundas de outros estados seja para trabalho ou estudo é exemplo delas.

É uma visão em que o nosso  grupo é tomado como centro de tudo e todos os demais são pensados e sentidos através dos nossos modelos, nossas definições de certo e errado, nossa definição de existência.

Chamamos de ETNOCENTRISMO, o preconceito produzido por cada sociedade ou cultura em inserir normas e valores em seus membros, ou seja, julgam-se os outros povos e culturas pelos próprios padrões.

Como exemplo, está à rejeição dos outros com a identificação de um individuo com sua sociedade e sua cultura, o idioma “enrolado”, a comida “nojenta”, sua religião, sua forma de vestir e assim por diante.

Em contra partida, encontra-se o RELATIVISMO CULTURAL, que nada mais é que o pressuposto de que cada cultura se expressa de uma forma diferente. É uma maneira de observar os sistemas culturais sem uma visão etnocêntrica. Ou seja, observar o sistema sem nenhum pré-conceito.

ETNOCENTRISMO

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http://pt.slideshare.net/taynnabarcellos/etnocentrismo-24857753

O etnocentrismo é a atitude característica de quem só reconhece legitimamente às normas e valores em vigor na sua cultura ou sociedade. Tem a sua origem na tendência de julgarmos as realizações culturais de outros povos a partir dos nossos próprios padrões culturais, pelo que não é de admirar que consideremos o nosso modo de vida como preferível e superior a todos os outros. Os valores da sociedade a que pertencemos são, na atitude etnocêntrica, declarados como valores universalizáveis, aplicáveis a todos os homens, ou seja, dada a sua "superioridade" devem ser seguidos por todas as outras sociedades e culturas. Adaptando esta perspectiva, não é de estranhar que alguns povos tendam a intitularem-se os únicos legítimos e verdadeiros representantes da espécie humana.

A relação com o grupo de semelhantes nos ajuda a manter aquilo que já nos é próprio ou as categorias pertencentes ao nosso grupo. A relação com os semelhantes é uma relação de manutenção e preservação de valores e não a abertura de novos espaços e oportunidades. Exatamente o contrário é o que acontece na relação com o diferente ou o estranho: essa relação ocorre colocando em cheque os valores e saberes do grupo de semelhantes ao qual nós pertencemos. Além disso, o outro coloca em cheque os nossos valores para que nos possamos pré-dispor ao novo. O processo de aprendizagem, assim como o processo de interação só tem perspectivas crescentes quando se consegue ultrapassar as próprias fronteiras, as posturas etnocêntricas, para nos lançar em direção de outros universos.

        Assim a colocação central sobre o etnocentrismo pode ser expressa como a procura de descobrir os mecanismos, as formas, os caminhos e razões, pelos quais tantas e tão profundas distorções se perpetuam nas emoções, pensamentos, imagens e representações.

        Temos de pano de fundo da questão etnocêntrica a experiência de um choque cultural de um lado o “eu” ou o “nosso” e do outro lado o “outro”. Este choque gerador do etnocentrismo nasce talvez, na constatação das diferenças a grosso modo, um mal-entendido sociológico. A diferença é ameaçadora porque fere nossa própria identidade cultural. O monólogo etnocêntrico sendo o grupo do “eu” faz da sua visão a única possível ou, mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do “outro” fica, nessa lógica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou inteligível.

        O que importa neste conjunto de ideias é o fato de que, no etnocentrismo, uma mesma atitude informa os diferentes grupos. Cada um traduz ou traduziu nos termos de usa própria cultura o significado dos objetos cujo sentido original foi forjado na cultura do “outro”. O etnocentrismo passa exatamente por um julgamento do valor da cultura, do “outro” nos termos da cultura do grupo do “eu”.

        Na maioria das vezes o etnocentrismo implica uma apreensão do “outro” que se reveste de uma forma bastante violenta. Negamos aquele o mínimo de autonomia necessária para falar de si mesmo.

        Quando compreendemos o “outro” nos seus próprios valores e não nos nossos: estamos relativizando, ou seja, relativizar é ver as coisas do mundo como uma relação capaz de ter tido um nascimento, capaz de ter um fim ou uma transformação.

        A diferença não se equaciona com a ameaça, mas com a alternativa sendo a busca pelo senso comum o motivo da Antropologia no sentido de ver a diferença como forma pela qual os seres humanos deram soluções diversas a limites existenciais comuns.

RELATIVISMO CULTURAL

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 http://estudosculturais.wikispaces.com/

Relativismo Cultural é a visão de que os sistemas morais ou éticos, que variam de cultura para cultura, são todos igualmente válidos e que nenhum sistema é realmente "melhor" do que qualquer outro. Isto é baseado na ideia de que não existe um padrão definitivo do bem ou do mal, então cada decisão sobre certo e errado é um produto da sociedade. Portanto, qualquer opinião sobre a moralidade ou ética está subordinada à perspectiva cultural de cada pessoa. Isso significa que nenhum sistema ético ou moral pode ser considerado o "melhor" ou "pior", e nenhuma posição moral ou ética em particular pode realmente ser considerada "certa" ou "errada".

O relativismo cultural é uma posição muito difundida no mundo moderno. Palavras como "pluralismo", "tolerância" e "aceitação" assumiram novos significados à medida que os limites da "cultura" têm se expandido. A maneira solta em que a sociedade moderna define essas ideias possibilitou que quase qualquer coisa pudesse ser justificada por motivos de "relativismo".

Obviamente, perspectiva é importante para nossa compreensão da história, psicologia e política. A perspectiva cultural pode nos ajudar a entender por que certas ações são consideradas certas ou erradas por uma cultura em particular. Por exemplo, uma antiga sociedade poderia ter considerado tingir o cabelo de verde como sendo um delito punível. A maioria das sociedades modernas acharia isso estranho, se não opressivo. No entanto, uma boa perspectiva cultural pode nos dizer muito mais. Se chegássemos a descobrir que o cabelo verde era um sinal de uma prostituta, poderíamos entender que não era a cor do cabelo em si, mas a prostituição que foi realmente considerada "errada".

No entanto, o problema com a mudança do ponto de vista cultural para o relativismo cultural é a erosão da razão que ela causa. Ao invés de simplesmente dizer: "nós precisamos compreender os costumes de outras culturas", na verdade diz: "não podemos julgar a moral de outras culturas", independentemente das razões de suas ações. Não há mais nenhuma perspectiva, tornando-se então literalmente impossível argumentar que qualquer coisa que a cultura faça seja certa ou errada. Ao aderir ao relativismo cultural estrito, não é possível dizer que o sacrifício humano seja "errado", ou que o respeito pelos idosos seja "certo". Afinal, esses são produtos da cultura. Isso leva qualquer conversa do direito moral sobre o penhasco, caindo assim em besteiras sem sentido.

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