Evolucionismo Cultural e Arqueologia

EMILY MIRANDA

Q.2:        Tendo em vista que todo conhecimento do passado é “indireto” e, logo, o historiador, por definição está na impossibilidade de ele próprio constatar os fatos que estuda. Diante disso, resta ao mesmo tempo à tarefa de tentar reconstruir possíveis vivências de pessoas no passado e o contexto que as mesmas estavam mergulhadas.

A História pode ser definida como o estudo do passado por meio de documentos. O historiador busca explicar tais fatos através de documentos escritos, sua principal fonte de trabalho. Essas fontes (cartas, memórias, obras de literatura, jornais, testamentos, letras de músicas e tantos outras mais) fornecem um testemunho ou um discurso proveniente do passado humano, da realidade vivida e que se apresenta como relevante para o Presente do historiador.

 Enquanto a história busca explicar o contexto histórico, a Arqueologia busca confirmação da existência de traços materiais. Infelizmente a Arqueologia é ainda interpretada pelo senso comum de forma equivocada.    

            A Arqueologia busca explicar porque mudanças ocorrem nas sociedades humanas através de vestígios materiais antigos ou recentes, por intermédio de registros arqueológicos, incluindo sítios, artefatos, restos de esqueletos, sejam de humanos ou animais e outros que fazem parte do nosso mundo desde sempre.

           Pois, a mesma é capaz de democratizar o passado não necessitando totalmente da escrita para saber sobre determinada comunidade. A Arqueologia retira informações de objetos que no passado foram esquecidas ou descartadas a partir de analises dos artefatos encontrados. Por meio de bases teóricas (dentro de gabinetes e laboratórios), e do trabalho empírico (no campo). Ambas as ciências buscam compreender o passado e sua influência sobre o presente, cada uma com suas peculiaridades. Logo, podemos dizer que ela complementa a História, pois nos fornece dados para conhece-la melhor.

           Dessa forma devemos ter cuidado ao afirmar que a Arqueologia busca apenas explicar o que aconteceu no passado, pois a mesma vai muito além disso. Ambas são estudos “históricos”, no sentido de que elas observam acontecimentos e mudanças ao longo do tempo.

Q.4:  O termo “Pré-História” é limitado na medida em que são consideradas possuidoras da História apenas as sociedades que desenvolveram a escrita. Essa é uma visão Eurocêntrica, mesmo considerando que as primeiras sociedades que desenvolveram a escrita não se encontravam na Europa, mas o estudo da História deu-se em um período em que era necessário confirmar a inferioridade dos povos nativos da América e da África.

Buscamos compreender sobre a evolução cultural através de três correntes antropológicas. Considerados “pais fundadores” da antropologia Lewis Morgan, Edward Tylor e James Frazer apresentam suas ideias através de pesquisas.

Morgan realizou extensas pesquisas sobre o parentesco em diversas culturas e sobre o comportamento animal, considerado por ele uma forma de compreender o comportamento humano. Estabeleceu um esquema do surgimento evolutivo humano baseado na ideia que a humanidade está fadada a passar pelos mesmos estágios evolutivos, saindo da selvageria (dieta a base de peixe, domínio do fogo e invenção do arco e flecha), passando pela barbárie (invenção da arte da cerâmica, domesticação de animais e desenvolvimento de técnicas agrícolas) e chegando a civilização (invenção do alfabeto fonético e uso aperfeiçoamento da escrita até hoje).

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