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Fichamento Eric Hobsbawm - A era das revoluções

Por:   •  5/5/2016  •  Resenha  •  3.001 Palavras (13 Páginas)  •  2.533 Visualizações

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Universidade Federal de Goiás – Faculdade de História

David Maciel - História Contemporânea

Bruno Henique Souza Costa

Fichamento

HOBSBAWN, Eric J. A Revolução Industrial. In: A era das Revoluções (1789-1848). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, p. 43-70.

Goiânia, Abril de 2016

“(…) O próprio nome de revolução industrial reflete seu impacto relativamente tardio sobre a Europa. A coisa existia na Inglaterra antes do termo. Os socialistas ingleses e franceses—eles próprios um grupo sem antecessores—só o inventaram por volta da década de 1820, provavelmente por analogia com a revolução política na França” (HOBSBAWN, 1988, p. 44).

"Só a partir da década de 1840 é que o proletariado, rebento da revolução industrial, e o comunismo, que se achava agora ligado aos seus movimentos sociais - o espectro do Manifesto Comunista -, abriram caminho pelo continente. O próprio nome de revolução industrial reflete seu impacto relativamente tardio sobre a Europa. A coisa existia na Inglaterra antes do termo. Os socialistas ingleses e franceses - eles próprios um grupo sem antecessores -só o inventaram por volta da década de 1820, provavelmente por analogia com a revolução política na França." (HOBSBAWN, 1988, p. 44).

“O que significa a frase ‘a revolução industrial explodiu?‘ Significa que a certa altura da década de 1780, e pela primeira vez na história da humanidade, foram retirados os grilhões do poder produtivo das sociedades humanas, que daí em diante se tornaram capazes da multiplicação rápida, constante, e até o presente ilimitada, de homens, mercadorias e serviços. (…) Nenhuma sociedade anterior tinha sido capaz de transpor o teto que uma estrutura social pré-industrial, uma tecnologia e uma ciência deficiente, e consequentemente o colapso, a fome e a morte periódicas, impunham à produção.” (HOBSBAWN, 1988, p. 44).

“(…) se a transformação rápida, fundamental e qualitativa que se deu por volta da década de 1780 não foi uma revolução, então a palavra não tem nenhum significado prático. De fato, a revolução industrial não foi um episódio com um princípio e um fim. Não tem sentido perguntar quando se ‘completou’, pois sua essência foi a de que a mudança revolucionária se tornou norma deste então. Ela ainda prossegue; (…) Mas a revolução mesma, o ‘ponto de partida’, pode provavelmente ser situada, com a precisão possível em tais assuntos, em certa altura dentro dos 20 anos que vão de 1780 a 1800: contemporânea da Revolução Francesa, embora um pouco anterior a ela.” (HOBSBAWN, 1988, p. 45).

"Chamar este processo de revolução industrial é lógico e está em conformidade com uma tradição bem estabelecida, embora tenha sido moda entre os historiadores conservadores - talvez devido a uma certa timidez face a conceitos incendiários - negar sua existência e substituí-la por termos banais como "evolução acelerada". Se a transformação rápida, fundamental e qualitativa que se deu por volta da década de 1780 não foi uma revolução, então a palavra não tem qualquer significado prático." (HOBSBAWN, 1988, p. 45).

“Sob qualquer aspecto, este foi provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades. (…). É evidente que isto não foi acidental. Se tivesse que haver uma disputa pelo pioneirismo da revolução industrial no século XVIII, só haveria de fato um concorrente a dar a largada: o grande avanço comercial e industrial de Portugal à Rússia, fomentado pelos inteligentes e nem um pouco ingênuos ministros e servidores civis de todas as monarquias iluminadas da Europa, todos eles tão preocupados com o crescimento econômico quanto os. administradores de hoje em dia.” (HOBSBAWN, 1988, p. 45).

“Felizmente poucos refinamentos intelectuais foram necessários para se fazer a revolução industrial. Suas invenções técnicas foram bastante modestas, e sob hipótese alguma estavam além dos limites de artesãos que trabalhavam em suas oficinas ou das capacidades construtivas de carpinteiros, moleiros e serralheiros: a lançadeira, o tear, a fiadeira automática. Nem mesmo sua máquina cientificamente mais sofisticada, a máquina a vapor rotativa de James Watt (1784), necessitava de mais conhecimentos de física do que os disponíveis então há quase um século (…). Dadas as condições adequadas, as inovações técnicas da revolução industrial praticamente se fizeram por si mesmas, exceto talvez na indústria química. Isto não significa que os primeiros industriais não estivessem constantemente interessados na ciência e em busca de seus benefícios práticos.” (HOBSBAWN, 1988, p. 46).

"Felizmente poucos refinamentos intelectuais foram necessários para se fazer a revolução industrial*. Suas invenções técnicas foram bastante modestas, e sob hipótese alguma estavam além dos limites de artesãos que trabalhavam em suas oficinas ou das capacidades construtivas de carpinteiros, moleiros e serralheiros: a lançadeira, o tear, a fiadeira automática. Nem mesmo sua máquina cientificamente mais sofisticada, a máquina a vapor rotativa (...) necessitava de mais conhecimentos de física do que os disponíveis então há quase um século (....) e podia contar com várias gerações de utilização, prática de máquinas a vapor, principalmente nas minas. Dadas as condições adequadas, as inovações técnicas da revolução industrial praticamente se fizeram por si mesmas, exceto talvez na indústria química. Isto não significa que os primeiros industriais não estivessem constantemente interessados na ciência e em busca de seus benefícios práticos." (HOBSBAWN, 1988, p. 46).

“Mas as condições adequadas estavam visivelmente presentes na Grã-Bretanha, onde mais de um século se passara desde que o primeiro rei tinha sido formalmente julgado e executado pelo povo e desde que o lucro privado e o desenvolvimento econômico tinham sido aceitos como os supremos objetivos da política governamental. A solução britânica do problema agrário, singularmente revolucionária,

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