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A Era da Revolução, Eric Hobsbawm

Por:   •  19/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.283 Palavras (6 Páginas)  •  227 Visualizações

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RESENHA 5. Revolução Industrial parte 2

  • Em seu livro A Era da Revolução, Eric Hobsbawm, Apresenta a transformação do mundo entre os anos de 1789 e 1848, sendo este período denominado pelo autor como um período de “dupla revolução”.
  • Para Hobsbawm, o próprio nome “Revolução Industrial” reflete o impacto lento sobre a Europa, já que a revolução propriamente dita já existia na Inglaterra antes mesmo do seu termo.
  •  Segundo o autor, a explosão da revolução industrial se deu por volta da década de 1780, embora alguns historiadores datem o início desse período por volta de 1760. Sendo assim seria mais plausível dizer que a Revolução Industrial aconteceu na década de 1780, já que é nesse momento que se tira aquilo que prendia o modo de produção da sociedade, e como consequência, a sociedade se torna apta à multiplicação rápida e constante de mercadorias e serviços.
  •  Entretanto, este não foi um episódio com início e fim, sendo completamente desnecessário perguntar quando se completou já que sua continuidade é ainda atual.
  • Seu nascimento na Grã-Bretanha não foi algo casual, pois, se houvesse uma disputa pelo pioneirismo da Revolução Industrial do século XVIII, só haveria uma concorrente entre o grande avanço comercial e industrial de Portugal: à Rússia. Qualquer que tenha sido a razão do avanço britânico, ele não aconteceu por sua superioridade tecnológica e cientifica, já que no âmbito das ciências naturais, os franceses estavam à frente dos ingleses, e até mesmo nas ciências sociais os britânicos estavam distantes da superioridade dos assuntos econômicos, mas a revolução industrial os colocou na inquestionável primeira posição.
  • Os diferenciais que levaram seu nascimento a Grã-Bretanha foram as condições adequadas que a mesma proporcionava desde o julgamento do primeiro rei, sem contar ainda, que a Grã-Bretanha era portadora de uma indústria adaptada à revolução industrial alimentada pelo comercio do algodão.
  • O comercio colonial, não só criou a indústria algodoeira, como também a alimentou. Foi o algodão que proporcionou que os empresários se colocassem no patamar da revolução industrial, mesmo sendo inicialmente um sistema doméstico, feito primeiramente em casa para posteriormente ser entregue posteriormente aos mercadores.
  • O fornecimento do algodão, era de grande parte vindo das Índias Ocidentais, onde os escravos eram recrutados, em troca do recrutamento os plantadores podiam comprar tecidos de algodão de Manchester em grandes quantidades.  Já em 1840, a Europa já contava com cerca de 200 milhões de jardas de tecidos de algodão.
  • Era o algodão quem ditava a economia, a indústria funcionava como uma espécie de empuxo para o comercio colonial, que não só visava uma expansão enorme, mas também rápida. Sem contar que o algodão era uma espécie de porta de entrada para os empresários se lançarem na revolução industrial de forma ligeira. Entre 1750 e 1769, a exportação britânica de tecidos de algodão crescia mais de dez vezes.
  • posteriormente o algodão sofreu uma escassez de mão de obra eficiente e barata que o resultou na mecanização.
  • A indústria de linho passou a sofrer no decorrer do tempo com a facilidade da produção não mecanizada e barata, que podia ser encontrada em diversas outras regiões camponesas, afinal, o modo de expansão industrial do século XVIII, tanto na Saxônia quanto na Normandia, e na Inglaterra não estavam voltado para a construção de fabricas, mas sim, na ampliação do sistema doméstico.  
  • Por volta da década de 1830 e início de 1840, a indústria de algodão apresentava grandes problemas de crescimento. Esse tombo da economia capitalista industrial refletiu na desaceleração do crescimento da renda nacional britânica. Suas principais consequências foram sociais, a transição da nova economia criou a miséria que acabou por resultar em uma serie de revoluções sociais, que além de tudo, produziram um amplo movimento cartista na Grã-Bretanha.
  • O seu descontentamento não estava ligado apenas aos trabalhadores pobres, pois afetava também os pequenos comerciantes, a pequena burguesia, e os setores especiais da economia.
  • Nas páginas finais do capitulo, o autor posiciona o seu foco no ferro, de forma a demostrar sua importância e impacto no processo da Revolução Industrial.
  • Podemos perceber que, nenhuma outra inovação da Revolução Industrial estimulava tanto a imigração quanta a ferrovia. A produção de carvão triplicou entre os anos de 1830 e 1850, também graças a ferrovia.
  •   Além disso, o autor foca nos problemas de mão de obra, onde obter um número satisfatório de trabalhadores com qualificação não era fácil, já que, os operários deveriam trabalhar de maneira adequada à indústria, principalmente no que se referia ao ritmo e a disciplina da mesma.
  • Como a Inglaterra estava à frente das demais nações do período, era quase que inevitável que se tornasse realidade todo desenvolvimento industrial. O maior peso foi atribuído a Grã-Bretanha por ter sido ela a grande responsável por dar rumo a esse processo.
  • Até a década de 1830, o algodão era a única indústria britânica que predominava na fábrica ou no engenho, foi ela também a responsável por dar a direção da revolução aos grandes empresários.
  • A expansão industrial algodoeira foi tão ampla e seu peso no comercio exterior da Grã-Bretanha tão profundo, que ela foi capaz de dominar os diversos movimentos da economia.
  • A quantidade de algodão em bruto importada pela Grã-Bretanha subiu de 11 milhões de libras-peso em 1785 para 588 milhões em 1850.
  • Por fim, o ápice desse período teve o seu “fim” com a construção de ferrovias e da indústria pesada na Grã-Bretanha em 1840.
  • Conclusão: Foi somente após a década de 1830 que os efeitos da Revolução Industrial começaram a ser percebido fora da Inglaterra. Após ser retirada as algemas do poder produtivo das sociedades humanas, foi que a produção se tornou mais veloz. A revolução em si, trouxe mudanças significantes, como a formação de uma nova classe social, o operariado, ou proletariado, onde em 1840, essa classe passava a ser percebida, principalmente por seus problemas com as políticas governamentais.
  • Já no capitulo três, Hobsbawm, afirma que embora a economia mundial do século XIX tenha sido formada sob influência da Revolução Industrial, tanto a sua política quando a sua ideologia foi formada pela Revolução Francesa. A Grã-Bretanha, teria então fornecido os modelos para as ferrovias e fabricas, e claro, dado impulso econômico para se fazer possível romper com as estruturas socioeconômicas tradicionais fora da Europa. Mas ainda assim, teria sido a França a grande pioneira da Revolução por ter sido ela a fonte das ideias, ideais, vocabulários e temas da política liberal e radical-democrática para boa parte do mundo. Teria ainda nascido da França os códigos legais, os modelos de organizações técnicas e cientificas e o sistema métrico de medidas para boa parte dos países.
  • Como observado, França foi a maior concorrente econômica da Grã-Bretanha, o seu comercio externo que entre 1720 e 1780 crescia quatro vezes e causava desconforto; o sistema colonial (principalmente nas Índias Ocidentais) era mais dinâmico que o britânico. Mas isso não foi o bastante, na Grã-Bretanha a política externa se voltava desde muito cedo para os interesses de expansão capitalistas.

  • O fato da influência da França ter sido capaz de atingir o que parecia até então impenetrável nas mais antigas das civilizações, mostrou que a Revolução Francesa não foi apenas um mero fato separado, mas que foi muito mais significativo e importante do que os outros acontecimentos contemporâneos. Consequentemente, as suas consequências teriam sido também mais profundas.

  • Três pontos serviriam ainda para confirmar tais declarações: por ter acontecido no mais poderoso Estado da Europa; por ter sido diferente de todas as Revoluções (tanto as anteriores, quanto as posteriores); por ter sido uma revolução social em massa; pela sua radicalidade; e por ter sido a única ecumênica.

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