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História do Povo Kaigang em Suas Expressões Culturais

Por:   •  25/6/2016  •  Artigo  •  1.640 Palavras (7 Páginas)  •  277 Visualizações

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História do Povo Kaigang em suas expressões culturais

Deisenara de Oliveira[1]

Marivânia

Resumo:

O artigo tem por objetivo evidenciar a História e costumes do Povo Kaigang. Neste trabalho vamos destacar a Historia, os costumes, as crenças. O traço e o trançado: a História dos índios Kaingang em suas expressões culturais

Este aspecto se deve a todo um processo de dominação, de afirmação de um modelo cultural exógeno imposto a partir de concepções políticas e sociais que buscou invisibilizar os indígenas. Este processo de negação da existência do outro, do diferente, passou por todos os recursos de extermínio, até se considerar que índio havia somente em livros de história e no passado, pois foram dizimados pelo “progresso” e pelo “desenvolvimento”.

Palavra Chave: Costumes, Indígenas, Povo

Introdução

O artigo tem por objetivo evidenciar a História e costumes do Povo Kaigang. Neste trabalho vamos destacar a Historia, os costumes, as crenças. O traço e o trançado: a História dos índios Kaingang em suas expressões culturais

Este trabalho se justifica pelo processo de dominação, de afirmação de um modelo cultural exógeno imposto a partir de concepções políticas e sociais que buscou invisibilizar os indígenas. Este processo de negação da existência do outro, do diferente, passou por todos os recursos de extermínio, até se considerar que índio havia somente em livros de história e no passado, pois foram dizimados pelo “progresso” e pelo “desenvolvimento”.

Todo este trabalho reflexivo em torno da História e seu ensino faz parte do processo de transformação da humanidade, o qual é dinâmico e contínuo através do tempo, para se perceber as mudanças. A esta jornada da humanidade denominamos de processo histórico, que é realizado unicamente pelo homem.

Cultura

A consciência é nata no ser humano, mas deve ser desenvolvida pela reflexão, pelo aprender História, pela reflexão sobre o passado/presente, não é um dom, porém é inerente ao ser humano. Como despertar no ser humano tal capacidade de reflexão sobre a cultura, se esta é uma opção de desenvolvimento da consciência? O conhecimento e a compreensão das diferentes culturas iniciam tal processo. 

Definir sobre o conceito do que é cultura é importante para compreender outros povos e para entender o sentido dado ao estudo aqui proposto. Segundo Santos (1949):

Cultura diz respeito à humanidade como um todo (sociedade, nações, povos e agrupamentos humanos). Isto retrata-nos que cada realidade cultural tem a sua própria lógica interna que se reflete nas praxes social – trabalho, costumes, lazer, culinária, danças, festas, 4 crendices, relações humanas e etc.; estas diversidades culturais não se desenvolvem isoladas, ela cruza-se com outras características, formas e histórias diversas e às vezes antagônicas, com objetivos mesmo de buscar o entrelaçamento entre culturas diferentes; por entender que não há superioridade ou inferioridade de culturas, elas apenas foram criadas em espaços geográficos diferentes, por que não há nenhuma lei natural que determina os traços de uma cultura e a torna superior às outras. O que existe são processos históricos que estabelecem marcos verdadeiros e concretos entre elas. (SANTOS, 1949 p.17)

Kaigángs

O povo Kaingáng tradicionalmente ocupava territórios que compreendiam partes dos atuais estados brasileiros de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e também da província de Misiones na Argentina. Nesses lugares, este povo predominava nas partes mais altas do planalto, essas regiões mais altas eram abundantes em araucárias, que têm por semente o pinhão, o qual constituía seu principal e quase exclusivo alimento. Atualmente este povo é um dos três maiores grupos indígenas do Brasil, com aproximadamente 33 mil pessoas ocupando Terras Indígenas demarcadas ou em vias de demarcação nos estado brasileiros anteriormente citados.

A partir do contato com os europeus, as culturas dos povos indígenas sofreram profundas modificações, uma vez que dentro destes povos se operaram importantes processos de mudança sociocultural, enfraquecendo sobremaneira as matrizes cosmológicas e míticas em torno das quais girava toda a dinâmica da vida tradicional. A manutenção do modo próprio de viver, formas de organizar trabalhos diários, de dividir bens, de educar filhos, de contar histórias de vida, de praticar rituais e de tomar decisões sobre a vida coletiva, são fundamentais para a manutenção identitária e são processos próprios não somente de aprendizagem, mas de vida.

A memória coletiva é um dos elementos mais importantes das sociedades desenvolvidas e das sociedades em vias de desenvolvimento, das classes dominantes e das classes dominadas, lutando todas pelo poder ou pela vida, por sobreviver e por progredir. A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar de “identidade”, individual ou coletiva, cuja busca é uma das actividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje. A memória coletiva não é apenas uma conquista: é também um instrumento e um objetivo de poder. (LE GOFF, 1982,pp57-58.)

A cultura indígena se refere à maneira de ver e de se situar no mundo; com a forma de organizar a vida social, política, econômica e espiritual de cada povo. Neste sentido, cada povo tem uma cultura distinta da outra, porque se situa no mundo e se relaciona com ele de maneira própria.

A preservação da tradição esta muito relacionada aos rituais, às crenças religiosas. Entre os Kaingáng, por exemplo, os rituais relacionados à morte têm grande importância e ainda permanecem muito presentes no cotidiano das pessoas e da comunidade. Destaca-se assim, o ritual do Kiki, forma de celebrar os mortos, mantido nas comunidades Kaingáng, ele só é realizado quando é possível se assegurar que será realizado segundo os preceitos rituais, religiosos da tradição de seus antepassados, caso contrário, o povo sofre as consequências dos erros para com os espíritos. O ritual consiste no desenvolvimento de dois grupos formados por indivíduos pertencentes a cada uma das metades clânicas, Kamé e Kairu. Durante o Kiki, as metades atuam separadamente. Como nos mitos, o relacionamento entre os grupos que atuam no ritual é marcado pela complementaridade e assimetria entre as metades

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