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O CALEIDOSCÓPIO DOS ARRANJOS FAMILIARES

Por:   •  6/1/2018  •  Resenha  •  1.907 Palavras (8 Páginas)  •  674 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICAVÉIS – CCSA

BACHARELADO EM BIBLIOTECONOMIA

ASPECTOS HISTÓRICOS, ECONÔMICOS, SOCIAIS E POLITICOS DO BRASIL CONTEMPORÂNEO

PROF.º MOISÉS BARROS

IANCA DANIELLE TEIXEIRA DOS SANTOS

O CALEIDOSCÓPIO DOS ARRANJOS FAMILIARES

ANA SILVIA SCOTT

TERESINA – PIAUÍ

DEZEMBRO - 2017


  1. Quando o patriarcado dava as cartas

     Os valores patriarcas no Brasil remontam ao período colonial quando o assunto é família. Nessa ordem patriarcal, a mulher era vista como submissa, que deveria obedecer ao pai e o marido. Desejos e projetos individuais tanto para elas quanto para os outros indivíduos da família não tinham espaço quando o que importava eram os desejos do patriarca. O sexo, para mulher, servia apenas como procriação, não importando seus desejos, o homem, por outro lado, podia buscar satisfação até fora do leito do matrimônio.

  1. A Belle Èpoque e o “lar doce lar”

    Com a abolição oficial da escravidão, o advento da República, a grande imigração e a decolada do processo de urbanização e industrialização fizeram com que o período entre os finais do século XIX e as primeiras décadas do XX fossem designados como a Belle Èpoque brasileira.

     Em um país que começava a se modernizar, as ideias do patriarcado já não tinham lugar, e a vontade dos indivíduos ganhava um pouco mais de espaço. A chama “família conjugal moderna” surgiu dando maior relevância ao amor romântico, a intimidade passou a ser enaltecida e a vida familiar ideal era agora aquela do “lar doce lar”. Porém, o núcleo familiar (pai, mãe e filhos) ganhou força, e quem não fazia parte dele era excluído.

    A “nova mulher”, desse novo sistema, era a mãe dedicada que prezava a educação dos filhos, voltada inteiramente ao lar; ainda submissa ao marido, mas com um pouco mais de voz. O homem deveria ser o único provedor da família. A “família conjugal moderna” manteve a mesma hierarquia do patriarcado, com o homem à cabeça da casa e da família e a mulher como subalterna e dependente.

   Era desejável que todas as famílias aceitassem o modelo considerado mais “civilizado”. Com isso, as mulheres que somavam, em 1872, 76% da força de trabalho fabril, passaram a somar, em 1950, pouco mais de 20%. A saída das mulheres, porém, não foi inteiramente para seguir esse sistema, mas sim porque a mão de obra masculina teve um aumento significativo com as imigrações e contingentes da Europa. Fazendo assim, as mulheres se voltarem para o lar.

  1. “Afeiçoadas ao casamento, desejos da maternidade”

    Na década de 1990, houve as primeiras políticas públicas de massa voltadas para as populações urbanas. No Decreto – lei 3200, de 19 de abril de 1941, assinado por Getúlio Vargas, dizia que “os homens devem ser educados de modo que se tornem aptos para responsabilidades de chefes de família. Às mulheres será dada uma educação que as orne afeiçoadas ao casamento, desejosas a maternidade, competentes para a criação dos filhos e capazes na administração da casa”.

    Se deu uma importância maior ao namoro, como uma oportunidade de estabelecer um contato mais íntimo que permitisse o conhecimento mútuo e encaminhasse para o casamento.

  1. Outras possibilidades

   As mulheres tinham pouco espaço. Qualquer desvio de comportamento poderia gerar desqualificação e até mesmo marginalização social. O desquite era algo recente, não bastava o reconhecimento legal para que fosse aceito socialmente. Quem tinha coragem de escolher esse meio era visto como párias, sobretudo as mulheres, indivíduos que haviam falhado na importante tarefa de constituir e manter uma família.

  As mulheres de classe médias e altas que não trabalhavam fora de casa, por conta da separação e reprovação social, tinham poucas ou nenhuma condição de manter-se, ou os filhos, sem ajuda de um marido ou dos pais. Diferente das mulheres de famílias menos privilegiadas que trabalhavam fora de casa, mesmo casadas. As mulheres eram reconhecidas pelo Código Civil como “civilmente incapaz” e precisavam da autorização do marido para tudo.

  1. Subversões e mudanças

   Em 1962, entrou em vigor o Estatuto da Mulher Casada, a partir daí passa a ser reconhecido a sua “condição de companheira, consorte, colaboradora dos encargos da família, cumprindo-lhe velar pela educação material e moral desta”. Também, nos anos 1960, as mulheres no Brasil passaram a ter acesso aos meios contraceptivos mais eficientes. As possibilidades educacionais também aumentaram. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) garantiu a equivalência de todos os cursos de grau médio, permitindo que as estudantes do magistério pudessem disputar vagas no ensino superior.

   Apesar do Golpe Militar de 1964 acompanhado dos Anos Chumbo, o movimento feminista ganhou força. Contudo, todas essas mudanças e ampliação de outras mudanças alternativas, ainda era desejável que a mulher se cassasse, tivesse filho e pudesse se dedicar totalmente à família.

  1. A “reinvenção da mulher”

    O aumento da participação no mercado de trabalho e a luta das mulheres por reconhecimento profissional; maior acesso à educação formal, a conquista feminina do poder de decidir se e quando ser mãe e a possibilidade de estabelecer outros relacionamentos afetivos socialmente reconhecidos, permitiu as mulheres colocar em causa estes valores e ideias. Todas essas transformações trouxeram no início de 1980 o fenômeno da “reinvenção da mulher”.

    Um dos sinais dessa “reinvenção” diz respeito à sua participação no mercado de trabalho. Assim, as mulheres das classes médias e altas puderam vislumbrar para suas filhas um futuro em que pudessem ter uma profissão.

  1. A família mais democrática

    A família constituída em fortes bases hierárquicas passou para uma mais democrática, tanto no que diz respeito à relação entre homem e mulher, como na relação entre pai e filhos. Antes a família protagonizava o papel de socializar e educar as crianças, hoje a escola e os meios de comunicação detêm boa parte da responsabilidade.

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