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O Cientificismo E Relativismo No Campo Dos Estudos Históricos, Séculos Xx-Xxi: Escola Dos Annales

Por:   •  10/5/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.645 Palavras (7 Páginas)  •  62 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Faculdade Interdisciplinar de Humanidades

Licenciatura em História

Geraldo Otávio de Sousa Lourenço

Disciplina: TEORIA DA HISTÓRIA

Professora: Dr.ª Edneila Rodrigues Chaves

CIENTIFICISMO E RELATIVISMO NO CAMPO DOS ESTUDOS HISTÓRICOS, SÉCULOS XX-XXI:

Escola dos Annales

Diamantina

2023

O presente trabalho se dedica a responder algumas das questões propostas dentro e fora das aulas da disciplina de Teoria da História, lecionada pela professora Edneila Rodrigues Chaves, Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense e com formação acadêmica também em História em nível de mestrado (UFMG) e em nível de graduação (PUC-MG). Professora adjunta III, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), 2014-atual. Atuações na UFVJM: professora nos cursos de graduação de licenciatura em História (2014-atual) e no curso de graduação Bacharelado em Humanidades (2014-2018); professora no curso de mestrado do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos Rurais (2016-atual); coordenadora do PPG Estudos Rurais (2018-2020); pesquisadora vinculada à linha de pesquisa Configuração do Rural, Política e Meio Ambiente/PPG Estudos Rurais (2016-atual); pesquisadora vinculada ao Núcleo de Estudos das Sociedades Agrárias - NESA/PPGER; conselhos e comissões administrativas - membro de diversos conselhos de representação docente e de comissões administrativas. Esse trabalho tem o objetivo de visar os debates que foram propostos em sala de aula e com base nos textos disponibilizados pela professora.

“Da Escola dos Annales à História Nova: propostas para uma leitura teórica” de Júlia Silveira Matos, Professora de História da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, coordenadora do Laboratório Independente de pesquisa em Ensino de Ciências Humanas -LABEC, formada em História Licenciatura pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2002), possui especialização em Teologia com habilitação para Ensino Religioso, mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2005) e doutorado pelo Programa de Pós-graduação em História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2008).

Podemos começar fazendo uma análise sobre o que seria a Escola dos Annales. A Escola dos Annales é um movimento historiográfico francês, cujo período marcadamente do ano de fundamento da escola é de 1929 até 1989. Os membros fundadores da Escola dos Annales apresentam uma nova forma de produzir conhecimento histórico de uma posição muito clara de contestação da historiografia denominada de tradicional que predominou na Franca, que também foi chamada de história “historizante” por esses historiadores, ou seja, escola metódica.

Podemos citar quatro principais críticas apontadas por Guy Bourdé a partir de seu livro “A Escola dos Annales” sobre a escola metódica. Essas críticas são; a super valorização de apenas documentos escritos. A escola metódica entendeu que a fonte válida para produzir documento histórico apenas poderia ser um documento escrito. A segunda crítica é a atenção apenas ao fato singular, no tempo curto, ou seja, é apenas o tempo do evento. A terceira crítica é apontada no sentido de criticar o objeto da história tradicional, sendo assim, temas políticos, militares, temas de personalidades, temas diplomáticos, temas relacionados ao governo e assuntos relacionados ao Estado.

A escola acaba sendo fundada com a criação de uma revista chamada de A revista dos Annales. De acordo com Peter Burke, criada para “promover uma nova espécie de história” (BURKE, p. 11), e por esse motivo os historiadores ligados a Nova História são vistos como herdeiros da “Escola dos Annales”. A revista dos Annales foi pensada com intuito de exercer liderança intelectual no campo da história e sua principal inovação está na abordagem interdisciplinar.

Não podemos negar que existiu um forte movimento e esse liderado por um grupo, como já citado, segundo Burke. O qual acabou por se dividir em três fases distintas: a primeira iniciada em 1920 até 1945, caracterizada pelos embates contra a história tradicional “metódica” ou erroneamente chamada “positivista” e liderada por Lucien Febvre e Marc Bloch, que tinha como novos objetos, alianças com a economia, a sociologia, a geografia a demografia, estes sendo os temas da revista; a segunda de 1946 até 1968, centrou-se mais sob os conceitos de estrutura e conjuntura, acabou por aproximar-se muito, segundo Burke, de uma escola, com novos métodos e propostas para a constituição de uma História serial e de longa duração e foi “dominada” pela presença de Fernand Braudel, ou seja, outro campo de objetos de “experimentação: civilização, centrando assim em temas econômicos-sociais que permanecem, temas demográficos e civilizações se destacam; a terceira e não última que se inicia no ano de 1968, marcada pela fragmentação, “nos últimos vinte anos, porém, alguns de seus membros do grupo transferiram-se da história socioeconômica para a sociocultural, enquanto outros estão redescobrindo a história política e mesmo a narrativa” (BURKE, p. 13). Tendo Emmanuel Le Roy Ladurie dentre vários outros como nomes de destaques, novos objetos oriundos das alianças com a economia, sociologia, geografia, demografia permanecem. Nova aliança com a antropologia; ampliação do campo dos objetos históricos. Essa sendo liderada por Jacques Le Goff e Georges Duby. A terceira geração acabou sendo muito criticada pela excessiva fragmentação pelo diverso leque de temas, entretanto, um elo conectava os historiadores dessa fase, as transferências de suas analises das bases econômicas para a cultura, sendo assim, a superestrutura.

Além dessas três fases distintas, atualmente fala-se em uma quarta geração herdeira dos Annales, que seria a Nova História Cultural. Essa liderada pelos historiadores Roger Chartier e Jacques Revel, teria sofrido influência da crítica de Michel Foucault. Mais voltados para a investigação das “práticas culturais” e também influenciados em parte pela renovação marxista.

É possível apontar alguns dos pressupostos gerais dos Annales, tais como interdisciplinaridade, mudança de objetos de pesquisa (estruturas econômico-sociais mentais), mudança na estrutura da explicação ou compreensão em historia, mudança no conceito de fonte histórica, mudança no conceito de tempo histórico (superação estrutural do evento), abolição da história tradicional, história renovada como um novo olhar para a pesquisa, instrumentos objetos e objetivos e descontinuidade e mudança substancial: outra concepção de tempo histórico sob o dialogo com as ciências sociais.

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