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O Construtivismo e a moda de 1920

Por:   •  25/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  852 Palavras (4 Páginas)  •  650 Visualizações

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O Construtivismo Russo e a moda de 1920

Muitos pensam que após a Revolução Russa, não havia tempo para a moda no país, já que ocorriam momentos de terror, fome e guerra. Entretanto, os anos de 1920 foram uma das épocas que a moda esteve mais presente na história soviética.

Durante esse período, a revolução e uma nova ideologia com tendência ao ascetismo impunham condições para o desenvolvimento da moda. Um exemplo eram as “kójankas” (jaquetas de couro compradas em grande quantidade na época da Primeira Guerra Mundial para o uso do exército czarista, particularmente da aviação, que foram expropriadas e utilizadas para equipar os funcionários da Cheka, sigla em russo para Comitê Extraordinário Russo para Combate à Contrarrevolução e Sabotagem). Outro exemplo são os lenços vermelhos, que não eram amarrados sob o queixo e sim, atrás na nuca, simbolizavam a libertação das mulheres da “opressão imperial”.

Em paralelo a essa moda ditada para o exército, estavam criando um projeto para a "roupa do futuro", que era funcional e adequada ao espírito de construção do comunismo. O design soviético dos anos 1920 deveria criar o “traje de produção”, também chamado de “prozodejda” (termo formado a partir da palavra abreviada “proizvodstvo”, que quer dizer produção, e da palavra “odejda”, que significa roupa). Os designers desenvolviam  uniformes para cirurgiões, pilotos, bombeiros, pedreiros e vendedores. Assim, Gustav Klutsis, desenvolveu um traje de mineiro com uma lâmpada no capacete e um cinto sinalizador, além de um complexo teclado. Algumas características da moda desse período eram conceber o vestuário como um microambiente da pessoa e a utilização de tecidos simples como lona, linho cru, chita, algodão cru, lã, feltro, flanela e lã grossa, serviram de matéria-prima para os primeiros modelos do traje soviético.

O mundo da moda começou a ser influenciado pelos pintores construtivistas com suas ideias inovadoras. Os ornamentos suprematistas (Suprematismo foi um movimento artístico russo centrado em formas geométricas básicas) apareceram em suéteres e cachecóis, foram feitos esboços de desenhos por Nadejda Lamánova no estilo cubista e suprematista para trajes da moda feitos de seda, esses trajes eram muito requisitados. Na costura, as apostas eram feitas na estrutura do modelo e no design dos fechos e dos bolsos. Essas características em relação à roupa eram semelhantes às ideias dos estilistas minimalistas de hoje.

[pic 1] Foto: AFP / EastNews

A partir de 1924, com influência dos construtivistas, o ornamento geométrico vistoso e abstrato entrou na moda. Na Primeira Fábrica Têxtil, as pintoras L. Popova e V. Stepánova desenvolviam amostras de tecidos de vanguarda que começaram a ser produzidos e vendidos posteriormente. Muitos anos mais tarde surgem nas passarelas ao redor do mundo as formas e os tecidos geométricos (por exemplo, o lendário vestido-trapézio de Yves Saint Laurent), descobertos na década de 1920 pelos construtivistas russos.

O Construtivismo Russo e sua influência na moda contemporânea

O Construtivismo Russo influenciou a arquitetura, o design gráfico e industrial, o teatro, o cinema, a dança e também a moda. Materiais do cotidiano como barbante, madeira, metal, plástico eram usados, pois tinham texturas, cor e forma. Vários artistas trabalharam com o design de roupas e dedicaram-se ao enfoque da roupa funcional. A roupa vista com novos olhos devido à abordagem de formas e estilos. Uma visão paralela e ao mesmo tempo antagônica que contestava a dominação exercida pela alta-costura de Paris, fútil e elitista. Roupas quadriculadas que mostravam a beleza e a pureza de linhas geométricas e contornos. A linha era o que se destacava. Para a teoria construtivista russa de vestuário a roupa deve ser funcional e prática. A ênfase no uso de materiais do dia a dia do trabalhador e do cotidiano iria tornar-se parte da moda. Os primeiros construtivistas defendiam a ideia da roupa de papel, que era descartável, poderia ser jogada fora, sem agredir o meio ambiente e outros defendiam a ideia de que a roupa deveria ser assexuada ou mesmo universal. Algumas características foram incorporadas à moda nesse período como o uso de novos materiais e de materiais alternativos, a realização de roupas para pessoas em movimento, o uso de materiais sintéticos, de cores muito vivas, além do preto, branco e prata com detalhes geométricos e zíper, o que oferecia uma silhueta quase arquitetônica, escultórica e de linhas angulares.

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