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O Mito de Telêmaco

Por:   •  12/6/2023  •  Projeto de pesquisa  •  814 Palavras (4 Páginas)  •  24 Visualizações

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O Mito de Telêmaco

Telêmaco, filho de Odisseu e Penélope, era bebê quando seu pai partiu para a Guerra de Troia. Ficou em Ítaca com sua mãe, que se manteve fiel à espera do retorno de seu esposo.
A Guerra de Troia durou cerca de dez anos e, ao retornar, Odisseu foi, por vingança de Posseidon, desviado por anos do caminho rumo ao local que tanto desejava voltar.
O jovem Telêmaco não tem memória de seu pai, mas cresce ouvindo as histórias de seus feitos, e, não vendo em si próprio as mesmas características heroicas, não se sente digno de sua ascendência. Isso piora por se sentir passivo, acovardado e inseguro perante o parasitismo e abuso de pretendentes que se acumularam em Ítaca ao longo dos anos, por acreditarem Penélope estar viúva e buscando desposarem sua mão e se apossar do patrimônio de Odisseu.
Na epopeia, a deusa Atena é a responsável por instigar Telêmaco a partir em busca de seu pai e de obter vingança contra estes pretendentes, pois havia percebido que, caso um deles desposasse sua mãe, seu destino seria a morte.

Inicia-se então a jornada do então jovem Telêmaco que, durante seu desenrolar deixará suas características infantis e se transformará em um herói adulto, destemido, possuidor de glória pessoal e familiar, uma vez que, sendo ele mesmo um herói, honra a herança de seu pai.

O primeiro rompante do crescimento de Telêmaco é o momento em que convoca a Assembleia de cidadãos e os comunica do problema que vem enfrentando e da viagem que fará em busca de seu pai. O local de batalha é um local privilegiado para que o herói alcance a glória, mas a Ágora também pode ser um meio, uma vez que ali o homem pode se destacar perante seus oponentes, atestando assim sua superioridade. Sua fala na Assembleia é o momento que demonstra pela primeira vez maturidade, coragem e ímpeto de agir. Ali fica implícito o propósito de Telêmaco: transcender da infância à vida adulta, abandonar a passividade e se tornar um realizador de palavras e atos. Sua aventura seria, assim, uma viagem educativa, de transformação pessoal, em que o menino parte para o “o mundo lá fora” enquanto enfrenta mudanças “do lado de dentro”.

O mito de Telêmaco, conhecido por alguns estudiosos como Telemaquia, se relaciona com os princípios do que conhecemos como educação homérica. Esse modelo de educação tem esse nome por se basear na obra de Homero, que foi um cantor popular (aedo). Sua obra é o registro escrito da tradição oral. A educação, nesta época, ocorria desta maneira mais informal, com epopeias sendo recitadas nas famílias ou em praças públicas, educando e inspirando o homem comum a desenvolver a areté (força, coragem e excelência). Essas epopeias eram permeadas de personagens reais, lendários e mitológicos.
Os mitos tinham papel importante em transmitir conhecimento e reforçar valores e tradições. Assim sendo, a educação homérica é indissociável da religião e da religiosidade. A religiosidade permeava o cotidiano grego, esta composta um panteão de deuses com características humanas(virtudes e falhas), além de diversas outras entidades mitológicas que permeiam esse imaginário. Os deuses eram não apenas a forma de explicar a natureza e a existência, mas traziam em si arquétipos do que o homem deveria seguir. Estavam presentes cotidianamente na rotina do homem helênico, inspirariam e guiariam suas ações, bem como os castigariam quando não agissem como deveriam. As epopeias contam ainda com as narrativas de heróis, em cujas trajetórias almejam cumprimento de propósito através de uma jornada onde desenvolve seus dons, que são moldados pelos desafios até que atinja a excelência. O objetivo era expor esse modelo aos jovens, criando um sendo de identidade para que estes abracem seus papéis sociais e seus desafios, dando ao Estado a vantagem de possuir um “exército de heróis”, que em combates lutariam em busca de glória, não se acovardando perante os perigos e flertando positivamente com a morte, garantindo assim uma entrega que daria vantagem bélica e relevância ao Estado.

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