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RELATORIO COTIDIANO

Por:   •  26/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  608 Palavras (3 Páginas)  •  163 Visualizações

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AIDS é um assunto de profundo interesse para a Psicologia Social. A ele podem ser conectados aspectos de ordem biológica, psicológica, social/cultural, portanto, tudo que diz respeito aos Temas em Psicologia Social abordados neste 1º bimestre do 4º semestre. O próprio caráter da doença, suas causas e consequências constituem tabus que ainda entorpecem a mentalidade individual e coletiva. Como mencionado na introdução, a AIDS foi, no início da epidemia, rotulada de praga gay, pois se apresentou expressivamente no meiio homossexual, contudo, não tardou a extrapolar os limites virtuais da “demografia moralista” sendo, hoje, uma patologia que assola países inteiros no continente africano.

Não é difícil entender porque o HIV concentra tanta abominação popular. Não bastasse se tratar de doença, até hoje, incurável, sua forma de contágio se dá através do sexo. Desde a Idade Média que o sexo não é visto com naturalidade pela sociedade. Apesar das revoluções sociais, intelectuais e culturais vividas apenas nos últimos 100 anos, a verdade é que ainda paira certo preconceito no que tange a sexualidade. A primeira vista, a AIDS serviu a uma ideologia que pretendia reafirmar aqueles valores medievais, conservadores e religiosos, como um castigo divino para práticas promíscuas. Mas, se por um lado a propagação da doença no meio homosexual atendeu a estes interesses ideológicos, isto se deu por pouco tempo. Logo o descontrole epidemico evidenciou a fragilidade do moralismo conservador, posto que a sociedade como um todo foi exposta a possibilidadede contaminação.

Ao analisarmos o fenômeno AIDS é, portanto, essencial que se avalie, conforme aponta a Psicologia Socio-histórica, em sua crítica aos modelos tradicionais de psicologia social, a história pregressa, o contexto e demais fatores que dialogam na construção da realidade presente.

Vale notar que as campanhas institucionais concentram sua atenção na prevenção da doença, no entanto, pouco tem feito para esclarecer sobre a doença, eliminar os pré-conceitos aos portadores e promover uma unidade social. Ao contrário disso, as campanhas publicitárias apelam para o medo – um inimigo desconhecido, sem traço evidente, e mortal. Assim também o portador será percebido – alguém que carrega o mal – a morte. Não se trata de cuidado, e sim, medo; não se trata de conscientização, é sim uma campanha de ódio que se dirige a uma patologia, mas contamina seu portador.

O artigo, nesse sentido, é imensamente rico de valores para a psicologia social. O compromisso social de uma psicologia engajada, ativa e interventiva defendido por Silvia Lane é seguido com atenção pelos profissionais que atuam na ONG objeto de pesquisa. A atenção ao contexto do sujeito, suas dificuldades junto aos órgãos de saúde, dinâmica familiar e social são todos considerados na atuação dos psicólogos com vistas naquela qualidade de vida e saúde não limitada as meras funções orgânicas. O soropositivo é um indivíduo no mundo, do mundo e em constante diálogo com ele. Intervém o profissional, na atuação organizacional/estrutural, psicoterapeutica individual e de grupo, bem como nas ações coletivas e políticas, fazendo valer e agregando valor a profissão e a classe em seu compromisso social.

Num olhar um pouco mais crítico, a única seara que passa despercebida, pelo menos no retrato feito pelos

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