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REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA MEMÓRIA HISTÓRICA DE GETÚLIO VARGAS

Por:   •  6/12/2017  •  Artigo  •  2.906 Palavras (12 Páginas)  •  233 Visualizações

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REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA MEMÓRIA HISTÓRICA DE GETÚLIO VARGAS 

     A construção da memória histórica e política de Getúlio Vargas é contada e recontada, debatida e “rebatida” por escritores da historiografia tradicional e da nova historiografia, sempre sob a ótica e vigência da democracia, não menos do populismo através de políticas que estimularam o mercado de trabalho, crescimento econômico, leis que agregavam e possibilitavam a inclusão social. Nada mais compreensível que nos dias atuais essa nostalgia vem a se aflorar nos jovens através dos livros didáticos em sala de aula, pois, afinal, a inclusão social e o crescimento econômico é o nosso grande desafio.

Clhinger de S. Thomé Guedêlha c_t_guedelha@hotmail.com


REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA MEMÓRIA HISTÓRICA DE GETÚLIO VARGAS

GUEDÊLHA. Clhinger de S. Thomé[1]

Acadêmico de História - UERR

RESUMO

O presente trabalho procura analisar a memória histórica e política de Getúlio Vargas (1883-1954) - que presidiu o Brasil de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954 -, a partir da corrente historiográfica brasileira, da estreita relação com os meio de propaganda, rádio e imprensa em geral, que naquele período propagavam uma ideologia de Estado. Essa memória foi pesquisada em termos das representações sociais de Getúlio manifestadas por 63 alunos de ensino médio da rede pública de ensino através de pesquisa realizada na Escola Gonçalves Dias – Boa vista, Roraima. Os resultados, obtidos a partir das respostas a uma atividade de associação livre e a um questionário expedido aos alunos, deixa claro e evidente que a memória construída ao longo dos tempos a propósito da trajetória política e histórica de Vargas é complexa e controvertida, mas tende nitidamente para o lado positivo, visto que predominam as avaliações de que Getúlio fez mais coisas boas do que ruins e de que merece ser lembrado como "pai dos pobres" e como "maior estadista do Brasil".

Palavras-chave: Getúlio Vargas, representação social, memória histórica, era Vargas.

INTRODUÇÃO

Por que Getúlio Vargas, uma figura histórica que faleceu a 62 anos ainda desperta fascínio nos jovens, sua imagem é lembrada e relembrada nas salas de aula - tanto de forma positiva, como crítica - sempre que vem à tona temas da política nacional?

A construção da memória histórica e política de Getúlio Vargas é contada e recontada, debatida e “rebatida” por escritores da historiografia tradicional e da nova historiografia, sempre sob a ótica e vigência da democracia, não menos do populismo através de políticas que estimularam o mercado de trabalho, crescimento econômico, leis que agregavam e possibilitavam a inclusão social. Nada mais compreensível que nos dias atuais essa nostalgia vem a se aflorar nos jovens através dos livros didáticos em sala de aula, pois, afinal, a inclusão social e o crescimento econômico é o nosso grande desafio.

Não são raros os casos em que a figura de Vargas recebe conotações depreciativas como por exemplo de fascista. Temos que tratar a figura de Getúlio Vargas como um ser ambíguo, onde em um certo momento em seu governo vem a contribuir para o crescimento e desenvolvimento do país, porém, também comandou um período ditatorial, autoritário e de repressão política. Somamos a isso um Brasil que passou por transformações políticas, com regimes políticos e ideologias diferentes, como a democracia e a ditadura militar, onde em cada etapa desses regimes políticos temos um personagem para a imagem de Vargas.

Em um momento mais recente de nossa história política, vozes disseminaram valores varguistas no combate contra a política de privatizações de Fernando Henrique Cardoso, para muitos Luiz Inácio Lula da Silva, seria o principal herdeiro do trabalhismo de Vargas, e a volta dessas discussões e debates querendo ou não, temos que levar em consideração as relações entre a história dada nos livros didáticos e a construção de uma memória social através de uma história crítica, tal como nos proporciona J. Le Goff (1988) através de sua obra Histoire et mémoire. Paris: Gallimard. E é essa construção que responde pelo processo de reconstituição da memória e rememoração assídua das representações simbólicas que se construiu a respeito do homem que governou o Brasil por dezenove anos e que são repassadas aos jovens brasileiros.

É em busca dessa memória que este trabalho focou suas atenções, por intermédio da figura de Getúlio Vargas, pela associação com o grupo de alunos que em sala de aula através de livros didáticos lê a história e que de certa forma visitam a história.

GETÚLIO VARGAS, UM LUGAR NA MEMÓRIA

Para Nora (1997), existem três dimensões que contribuem, ao mesmo tempo e em diferentes graus, para caracterizar um lugar de memória. A primeira é a dimensão material que se refere a condição de objeto concreto (um quadro, um livro, etc); a segunda é a dimensão funcional, que cumpre a tarefa de preservar um fato; a terceira é a dimensão simbólica, fala dos significados que são construídos em torno dele de acordo com os valores, crenças e representações das pessoas. Sendo assim, a história é incorporada pela memória e esta reconstrói a primeira.

Além das características concretas (livros, etc) que privilegiam o figura de Vargas como um marco concreto da memória histórica do país, outros fatores contribuem para a sua constituição em um lugar de memória indissociavelmente ligado à imagem de Getúlio Vargas. Vargas foi o presidente que por maior de tempo ocupou a presidência - de 1930 a 1945 - e o único que a ela retornou, como quem volta à própria casa, para aí permanecer pelo resto da vida, de 1951 a 1954. Um segundo fator, Vargas não deixou a presidência por término do mandato presidencial, mas morto, sob circunstâncias dramáticas, que produziram intensa comoção popular e marcaram o fim de uma fase extremamente conturbada da vida política nacional. O terceiro ponto, longe de ensejar o término do mito de Vargas, cuidadosamente construído durante o Estado Novo - período de 1937 a 1945, durante o qual o Congresso esteve fechado e Getúlio exerceu com mãos de ferro o governo do país -, o suicídio veio a revigorá-lo e conferir-lhe, pelas frequentes rememorações do episódio, um grau de permanência que o faz chegar até aos dias de hoje.

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