Resenha - Cotidiano e Cultura: História, Cidade e Trabalho

Resenha – Cotidiano e Cultura: História, Cidade e Trabalho.

NOME: João Pedro de Souza        

TURMA: 4° semestre do curso de especialização em História, Sociedade e Cultura.

MATOS, Maria Izilda Santos de. Cotidiano e Cultura: História, Cidade e Trabalho. Bauru, Edusc, 2002.

         Maria Izilda Santos de Matos é doutora em História pela USP, com pós-doutorado pela Université Lumiere Lyon 2, Lyon/França e pesquisadora do CNPq. É professora titular do Programa de Pós-graduação em História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Sua área de pesquisa história se concentra em temas como, Gênero, Trabalho e Imaginário. Dentre todas as suas obras as que se destacam são: O Imaginário em Debate (1998); A cidade em debate (1999); Por uma história da mulher (2000); Trama e Poder (2002); Cotidiano e Cultura: História, Cidade e Trabalho (2002); A cidade, a noite e o cronista: São Paulo e Adoniran Barbosa (2007), dentre outras obras.

         Nesta resenha focaremos as atenções sobre o livro lançado em 2002, Cotidiano e Cultura: História, Cidade e Trabalho.        

        A construção do livro em feita a base de análises sobre o cotidiano urbano e seu desenvolvimento durante a industrialização em São Paulo na primeira metade do século XX. O estudo sobre esta temática traz à tona, questões sobre o privado e o público na sociedade, as tensões dentro dos ambientes urbanas, as mudanças e comportamentos sociais, uma pluralidade cultural dentro de um espaço urbano, em suma, no texto é mostrada que a cidade é um espaço polifônico. Outros agentes históricos trabalhados no livro são os imigrantes e seus desenvolvimentos de trabalho e socialização em São Paulo e na cidade litorânea de Santos, tendo como foco o ser feminino no trabalho doméstico e por exemplo o trabalho de muitas mulheres nos centros como mascates.          

        O homem (muitas vezes) com a vinda da modernidade e industrialização se sente complacente e é moldado pelo caos que a cidade se torna, os centros modernos se tornam frios e desumanizados.        

        Os centros urbanos são um catalizador das diversas experiências e contradições da sociedade moderna, a história do cotidiano trouxe à luz do mundo espaços obscuros não explorado pelos historiadores, sendo que eles também são objetos de construção da cidade enquanto cidadãos e intelectuais, rompendo a linearidade do pensamento histórico e também ampliando a perspectiva do historiador em quanto objeto de estudo, dando assim uma maior liberdade e criatividade saindo do conceito de historiografia linear (passado/presente).

         Com a vinda da modernidade vem consigo também a imigração, povos  italianos, portugueses, japoneses e entre outros viajam até o Brasil para construírem suas vidas de acordo com a modernidade e progresso, uma premissa bela, só que por de trás de tudo isso o interesse do governo em abrir seus povo para o mundo - mundo este branco -  é para nada mais e nada menos do que um pensamento de embranquecer o povo brasileiro, ou seja, o povo negro que era marginalizado e levado às margens dos centros das cidades, tinham que desaparecer da sociedade por serem considerados inaptos para a modernidade e o progresso do país, só que nem tudo eram flores para os imigrantes despossuídos de riquezas e reféns da própria sorte e da fria e dura realidade das cidades. O trabalho dentro das casas e o trabalho portuário eram feitos por diversas mãos, as mãos mais grossas e firmes trabalhavam com os carregamentos de sacas de café para o exterior, as mais finas e delicadas também trabalhavam incessantes horas com a costura, bordado e como lavadeiras. Dentro das fábricas de tecidos as mulheres também foram muito presentes durante as manifestações e resistências operárias.

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