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Resenha Do saber camponês ao racionalismo sofista: a urbanização do trabalho em Atenas.

Por:   •  5/7/2019  •  Resenha  •  800 Palavras (4 Páginas)  •  155 Visualizações

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Ágora, sofistas, filósofos, política, debates e espaço urbano: ao citar o “período clássico” todos estes termos vêm à mente. Contudo, nas primeiras décadas do século V. a.C. a realidade é bem diferente. O objetivo deste texto é realizar uma análise crítica do artigo Trabalho e Cidadania: o ideal de cidadão ateniense no século V a.C, onde ele demonstra as transformações da sociedade ateniense durante o chamado “período clássico (V a.C-VI a.C.) e tendo o ideal de cidadão sendo a representação dessa mudança.

Ana Lívia Bomfim Vieira é professora de História Antiga pela Universidade Estadual do Maranhão (UEM) e também coordena o grupo de pesquisa em História Antiga e Medieval "Mnemosine - Laboratório de História Antiga e Medieval" da UEMA. Sua área de atuação se tange à História Antiga com foco em História Social do mundo grego.

No início de seu artigo, Ana Vieira explica o significado de pólis, sendo uma configuração social que conjura o espaço urbano (ásty) e rural de um território (chóra) , sendo este o espaço mais importante. A historiadora analisa que no início desse século o trabalho digno era o trabalho na terra e o camponês sendo a representação do cidadão ideal. Para estudar esse período, ela utiliza as obras de Ésquilo e Hesíodo para se entender a questão rural ateniense .

Ao analisar esses dois autores, Vieira observa o chamado “saber camponês” um conhecimento marcado pela observação e verificação dos fenômenos da natureza que os auxiliavam sobre como cuidar da terra e como marcar o tempo . Ésquilo utiliza termos ligados ao campo como “ceifar, semente e plantação” para representações metafóricas de suas obras, mostrando que os valores do campo estavam intimamente ligados à sociedade.

Atenas, no entanto, muda totalmente sua sociedade a partir da metade do século V a.C. Nesse período a cidade estava se tornando uma hegemonia no mundo grego , a historiadora marca a vitória na guerra contra os persas como um grande fator, porque Atenas se torna a principal potência naval e o marinheiro começa a se tornar o exemplo do cidadão ideal, porque ele representa, nas palavras de Vieira, a bravura, a coragem e a capacidade de lutar e vencer, temos então o abandono do “saber camponês”.

Nesse contexto temos o inicio de urbanização da pólis, onde Atenas também começa a se expandir comercialmente. Vieira alerta que o comércio no local não é um fenômeno desse século, mostrando que essa prática era utilizada em casos de dívida e de fome; ela alerta, no entanto, que esses casos eram exceções e utiliza novamente Hesíodo como fonte.

A autora ainda destaca as transformações sociais que duas profissões enfrentam: o comerciante e o artesão. Ambos não eram seguimentos sociais bem vistos . Uma característica muito interessante do mundo grego é que ser rico não necessariamente traz status social como, por exemplo, um escravo pode acumular mais riquezas que um cidadão ateniense, todavia ele não terá os direitos que um cidadão possui. Esta diferença pode ser encontrada também, entre dois cidadãos e no artigo é citada a diferença entre o dono de terras e o artesão, sendo que este não possuía o mesmo status social, mas diferente do escravo, participava da vida política. O artesão começa a se destacar na nova configuração da pólis, sendo ele uma representação sobre as

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