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Resenha do livro :'O elogio da loucura']

Por:   •  27/4/2018  •  Resenha  •  3.196 Palavras (13 Páginas)  •  1.260 Visualizações

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Resumo do livro ‘Elogio da loucura’, Erasmo Rotterdam

A princípio o autor teve sua inspiração para o título ‘loucura’ por conta de seu grande amigo Thomas, o qual tinha por sobrenome More, que se parece com Mória, o que em grego quer dizer loucura. Seguido disso, surgiu a Rotterdam a idéia de que o gracejo merecesse a aprovação de More. Os escritos desta obra possuem o sarcasmo e o divertimento do escritor, o intuito é divertir leitores, não magoá-los. Porém depende do ponto de vista de quem ler.

No capítulo, intitulado ‘declamação de Erasmo de Rotterdam, a própria loucura fala por si mesma, descrevendo-se como verdadeira, dizendo: “Não existe em mim simulação alguma, mostrando-me eu por fora o que sou no coração”. Além disso, retrata também os sábios como sendo simuladores e mascarados, os quais são intitulados de “perversos velhacos”. Esta parte faz uma alusão aos sacerdotes e aos sábios daquele tempo, a loucura descreve as atitudes dos mesmos, mostrando como são por baixo de suas máscaras de prudência. Pode-se perceber uma comparação da loucura com estes, esta insiste em mostrar que os impuros mostram o que não são, enquanto paralelo a eles ela mostra sua verdadeira “face”.

 Podemos ver também a crítica feita aos discursos dos “sábios”, como sendo discursos para glória dos mesmos, palavras que os ouvintes nem mesmos entendem na maioria das vezes, mas mesmo assim se surpreendem e aplaudem elevando a ignorância.

Já em outro contexto a loucura fala sobre sua genealogia, diz que seu pai é Plutão, o qual a gerou de Neotetes, que quer dizer ‘a juventude’, diz também que nasceu nas ilhas Fortunadas. Esta mostra ter companheiros inseparáveis, como o amor-próprio, a adulação, volúpia, irreflexão, delicia, o esquecimento, riso e sono profundo.

A partir disso, concluímos que esta se faz presente em diversas áreas e sentimentos da vida humana, as quais são citadas no texto, tais como casamento, religião, velhice, entre outras. A cada fase a loucura afirma fortemente sua participação.

Ela se apresenta como a alegria da vida dos mortais, aquela que trás o gozo e o riso, sendo assim, se afastando dela é como ser ofuscado e triste, como se algo estivesse em falta, deixando de gozar os bens da vida e avançando rapidamente o caminho da velhice acabando com o “vigor natural”, como diz no texto.

 Vemos que é transmitido certo “desprezo” pela sabedoria, no caso ser sábio é ser louco, pois sendo assim, além da alegria, a loucura traz vivacidade e tarda a velhice. Segundo ela, “todo o poder” das divindades lhe é exclusivamente devido.

Segundo a narradora a durabilidade do mundo seria muito pouca se a sabedoria fosse comum entre os mortais, pois a irreflexão, o esquecimento e a esperança de um mundo melhor, fatores apresentados pela protagonista são o que mantém a vida por mais tempo, além de abrandar o destino rigoroso. Ou seja, a sabedoria não estende os anos de vida, ao contrário, só diminui. É como se a sabedoria fosse um veneno que se disseminado acaba com tudo, como se trouxesse males e infelicidade. Já a loucura é o remédio que prolonga o vigor dos mortais, livrando-os dos males impostos em suas consciências.

Ao tratar da medicina, não deixa de atacar quem a exerce. Mas ao mesmo tempo mostra como o ser humano gosta daquilo que deveria desgostar. Quanto mais ignorante, mais ousado, mais o ser humano bate palas e saúda, erroneamente. Sendo que muitos que exercem, pelo menos na época, fazem isso de forma porca, adulando, deixando de lado o que realmente deveria ser feito.

Ao tratar da advocacia, também não deixa de averiguar a selva que é estar dentro dessa profissão, estes que vivem e revivem um disputa não só no cotidiano, mas entre si, querendo demonstrar quem é o mais apto a disputar pela precedência . Os filósofos, seja de forma egoísta ou sabidamente, chamam o direito de “Ciência de burro”, nada mais estranho, perante aqueles que estudam toda a sociedade e o que a contorna. Entretanto, não se pode desfazer de tal profissão, pois é ela que estuda as leis e o que versa por ela. O livro demonstra o quanto se é dependente disso e, por mais que se negue, deixam as pessoas obrigadas a viver dentro dessa guerra pelo prestígio.

De toda forma, independente da especialização que se busca estudar, para a Loucura, todas elas são loucas e deixam o homem tão louco quanto.  Isso porque ser louco é vantajoso, essas profissões, como tantos outros exemplos, demonstram por si só como são valorizadas.  Em contrapartida a isso, têm-se os homens que estão felizes e distantes dessa agonia social. São aqueles que estão em contato com a natureza. Eles saem de perto desse mundo em que um inseto luta contra o outro, como o próprio livro diz, e se contentam com a sua condição humana.  De certa forma, essa parte do texto pode ser relacionada com o mundo capitalista e com tudo que ele engloba o ditado “dinheiro não traz felicidade” nada mais é do que buscar distância daquilo que a loucura desse mundo de guerras entre homens e seus semelhantes. Buscar a natureza é se desligar do capitalismo e for se contentar em ser feliz com o que ser humano representa. As profissões, representadas como artes, se distanciam da natureza, pois ela é pura, sendo assim, não podendo ser contaminada por aquilo que é criado e disputado pelo homem.

Para a loucura, o homem é tóxico, e tudo aquilo que com ele tem contato, acaba se contaminando da mesma forma. Os animais, por exemplo, se mantém afastados, na natureza, conseguindo, até mesmo sem os sentidos, ser mais perfeito no que lhe compete do que o melhor dos filósofos.  Em contrapartida, para aqueles seres que tem mais proximidade com o homem, acabam sendo controlados por ele. Porque é assim que o homem faz. Como exemplo disso se tem as abelhas, sempre distantes e perfeitas no que fazem, e os cavalos, que tentam entender o sentimento do homem, mas por isso são escravizados pelos mesmos e, muitas vezes, participando de atrocidades junto com este.

A burrice, não estranhamente é invejada no livro. Para a loucura, tentar estudar a loucura dos outros é ser duplamente infeliz. A grandiosa felicidade parte daqueles que se aproximam da índole e da estupidez dos brutos. Ninguém no mundo, para a loucura, seria mais feliz do que os chamados de bobos, insensatos e até mesmo imbecis.  Esses não têm medo da morte, a desonra, o temor, a ambição, tudo isso escada dos bobos porque estes se diferenciam dos animais apenas pela forma, mas não no intelecto. A simplicidade do objetivo animal, mesmo não parecendo chega muito mais perto da felicidade do que a maior ambição de um “Deus”, segundo a loucura. Isso porque com uma ambição tão grande, as conseqüências e a infelicidade nesse caminho vêm juntas.

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