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Resenha do livro "Eichman em Jerusalém - Um relato sobre a banalidade do mal".

Por:   •  30/7/2017  •  Resenha  •  717 Palavras (3 Páginas)  •  421 Visualizações

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Hannah Arendt nasceu no ano de 1906, foi filósofa política alemã de origem judaica, uma das mais influentes do século XX. Exilada da Alemanha em 1933, dedicou grande parte da sua vida aos estudos de formação dos regimes autoritários (totalitários) e os crimes contra a humanidade. Já no ano de 1963 lança o livro “Eichmann em Jerusalém – Um relato sobre a banalidade do mal”, considerado uma das suas maiores obras.

Este livro reúne os cinco artigos que escreveu sobre o julgamento de Eichmann, que cobriu para a The New Yorker, atravessando o terrível passado da Alemanha Nazista e demonstrando a assombrosa capacidade humana em transformar a maldade em algo habitual e simplório.

Em seu primeiro capítulo, a autora inicia a obra descrevendo de forma meticulosa o cenário onde ocorreu o julgamento, o lugar chamado “Beth Hamishpath”- a Casa da Justiça seria palco de um dos maiores julgamentos no início da década de 60. Porém, era nítida e diligente que a captura de Eichmann não era somente uma questão de justiça aos atos cometidos contra a humanidade, mas também uma tentativa política por parte do primeiro-ministro israelense, David Ben-Gurion, que desejava acima de tudo ter um nazista julgado em público, e para impedir que isso ocorresse, o juiz Moshe Landau se esforçou ao máximo para evitar que este julgamento se transformasse num espetáculo, por obra da paixão do promotor e do primeiro-ministro.

O capítulo seguinte, intitulado “O acusado”, o qual pode ser considerado o melhor capítulo do exemplar inteiro, dá continuação ao processo de descrição de Eichmann, e ao mesmo tempo inicia a quebra do estereótipo de que naquele julgamento seria encontrado um monstro impenitente. Ao contrário do que se imaginava, o réu é descrito como um homem comum e medíocre.

Contudo, na segunda parte desse capítulo, um “coração das trevas” é descoberto quando o réu é questionado sobre a sua consciência diante das atrocidades cometidas, e de forma banal responde: “Eu mataria meu próprio pai se recebesse uma ordem para isso”. Esta afirmação permite que Hannah Arendt desenvolva a sua ideia sobre a ‘banalidade do mal’, pois "aquele perpetrado por seres que nunca optaram por ser maus ou fazer mal a alguém, mas que assume proporções assustadoras, e mesmo sem limites, ante a facilidade dos indivíduos de se adaptarem a qualquer imperativo, pelo simples costume de se manterem fiéis às regras (...) uma curiosa e totalmente autêntica incapacidade de pensar".

As divisões três, quatro e cinco do livro descrevem, respectivamente, a ascensão de Eichmann dentro da estrutura do partido nazista, especialmente na SS, narra os métodos condenáveis dos departamentos da SS em Berlim para exportar judeus, retirado deles todo e qualquer direito político-civil, e retrata o início do cruel sistema de confinamento do sistema nazista: os campos de concentração, e de como tudo caminhava para o início do extermínio em massa dos judeus, justificada como questão administrativa e econômica.

Seguindo, no sexto capítulo do exemplar, “A solução final: assassinato”, Hannah Arendt levanta algumas considerações importantes, como o fato de o acusado ter sido empregado no transporte e não diretamente no extermínio. Assim, Eichmann realmente sabia o que estava fazendo? Além disso, outra questão não poderia da mesma forma ser omitida:

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