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Resenha sobre o livro medieval

Por:   •  23/2/2017  •  Resenha  •  2.521 Palavras (11 Páginas)  •  543 Visualizações

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Universidade Estadual de Feira de Santana- UEFS

Departamento de Ciências Humanas e Filosofia- DCHF

Disciplina: Medieval

Docente: Daniela de Jesus Ferreira

Discente: Patrícia Moura de Jesus

Curso: História

Semestre: II

Data: 12 de Maio de 2016

        Resenha crítica sobre o texto: “A transição do feudalismo para o capitalismo”

O livro “A transição do Feudalismo para o capitalismo” publicado em 1950 pela Science and Society, é considerado por muitos como uma enorme contribuição para a história marxista. A obra é composta por discussões de alguns historiadores acerca da temática da transição do sistema feudal para o capitalismo. Dentre eles os que serão abordados no presente texto serão Eric Hobsbawm, Maurice Doob e John Merrington.

Eric John Earnest Hobsbawm, foi um grande historiador britânico. Foi partidário comunista e participou desse trabalho de pesquisa com outros historiadores, pela história social, durante sua vida acadêmica dedicou-se ao estudo da organização das classes populares em momentos de luta. O autor Maurice Doob, foi professor emérito de economia na universidade de Cambridge, na Inglaterra. Nasceu em Londres em 1900, e estudou economia em chaterhouse. Ambos os autores se assemelham em seus escritos devido as suas tendências marxistas e também por terem sido membros do partido comunista. John Merrington foi um historiador britânico especializado em história econômica e social.  

O autor Eric Hobsbawm em seu capitulo afirma que diferente dos outros modos de produção o capitalista e o feudal foram aceitos sem muitas contestações. Porém, a transição do feudalismo para o capitalismo deu margem ao surgimento de amplas discussões marxistas. E com isso, além de numerosas e diferentes respostas a essas discussões, foram criadas algumas “teorias” que depois vieram de um modo mais geral, para problematizar e questionar como se deu realmente tal processo.

Dessa forma o autor traz que o seu objetivo maior seria não responder as inúmeras perguntas que norteiam a transição feudal para o capitalismo, mas sim, de alguma forma tentar encaixar suas discussões nesse processo de desenvolvimento.

Com isso Hobsbawm cita que para entender e compreender tal processo seria necessário apresentar algumas proposições. Dentre elas a primeira destacada pelo autor é se pensar a questão da “universalidade do feudalismo”, onde a discussão marxista foi justamente no sentido de ampliação do campo feudal para que se tivesse uma melhor compreensão das formas sociais. Porem, Hobsbawm ressalta que seria muito equivoco se falar em feudalismo universal transformando-se em capitalismo, quando na verdade o mesmo se deu especialmente na Europa ocidental. Por isso torna-se importante levantar a discussão de como se deu a projeção capitalista nas outras regiões também.

Segundo o autor é necessário para compreensão do processo, não fixar somente nossa analise na Europa em si, mas que deve-se ter em mente que apesar dessa transição para o capitalismo ter se dado de forma central na Europa, devemos entender que as relações que a mesma mantinha com as outras regiões foram extremamente importantes para o estabelecimento do sistema capitalista no território. Tanto é que a própria acumulação primitiva de capital nessas áreas se deram principalmente pelas inter-relações entre esses vários territórios e a Europa.

Hobsbawm traz que os trabalhos feitos por arqueólogos e historiadores em busca de fontes que elucidassem tal período foi de extrema importância, pois, foi a partir daí mas precisamente por volta de 1939, que se pôde ter um maior conhecimento das principais fases do desenvolvimento desse período.

O autor cita que essencialmente os períodos dessa transição foram marcados por alguns retrocessos, logo após viu-se um período de desenvolvimento econômico em que pode ser considerado como o auge do feudalismo onde houve o aumento da população, da produção e do comercio, e a partir daí se tem um renascimento das cidades. Por volta dos séculos XIV e XV a situação se complica com a quebra da agricultura feudal que foi ocasionada pela diminuição da população. O autor traz que esse período considerado por Marx como o início do capitalismo.

Dessa forma o que Hobsbawm aborda é que ao se falar em transição do feudalismo para o capitalismo, deve-se antes de mais nada ter em mente que este foi um processo extenso e heterogêneo. E que as contradições sobre como ocorreu tal período sempre existirão, pois, é uma tarefa muito difícil descrever com precisão um período tão extenso, onde se vê o capitalismo ascendendo e mesmo envolvido por constantes crises o feudalismo ainda sim “resistir”. Essa situação dificultou muito a discussão sobre esse período que foi a primeira crise geral do feudalismo e a vitória do capitalismo. Tanto é que os autores marxistas só conseguiram levantar algumas problemáticas muito tardiamente.

Por fim, Eric Hobsbawm traz que a elevação do capitalismo como um novo sistema econômico em vigência na Europa, acabou por intensificar cada vez mais o crescimento desigual dos outros territórios, além de dividir o mundo em dois polos. Que seriam os países “desenvolvidos” e os “subdesenvolvidos”, dessa forma analisando a conjuntura mundial o que se percebe é que o capitalismo levou a inúmeras transformações, e os países que não pertenciam ao círculo original de surgimento do capitalismo saíram prejudicados.

Maurice Doob em seu capitulo ao abordar a transição do capitalismo para o feudalismo, parte das considerações feitas por Hobsbawm. O autor concorda quase que totalmente com a “teoria criada por Hobsbawm, contudo faz uma ressalva a tal método, pois, ele traz que é de extrema importância entrar na discussão da natureza da contradição essencial da sociedade feudal e do papel por ela desempenhado na geração das relações burguesas de produção. Doob diz que para que se tenha uma melhor compreensão dos problemas citados no trabalho de Hobsbawm deve-se antes mais nada abordar tal questão. Dessa forma o autor vai abordar de forma mais completa como era o ambiente feudal antes do capitalismo ser inserido, quais os fatores podem ter levado a ascensão do capitalismo entre outras problemáticas.

Doob começa abordando a questão dos conflitos básicos que foram ocasionados pelo modo feudal de produção. Ele traz que as revoltas dos pequenos produtores que eram ligados a terra, tinham sua origem na relação de exploração que eram impostas a essas pessoas. O autor traz que os senhores se valiam  do “direito feudal” ou do “poder feudal” para extraírem os excedentes de produção desses pequenos produtores. Essa foi a porta de entrada para que se desencadeassem muitas revoltas, as comunidades lutavam pelo direito de terem autonomia politica e para que pudessem controlar seus mercados.

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