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Resumo Capítulo O Capital

Por:   •  1/5/2019  •  Resenha  •  1.864 Palavras (8 Páginas)  •  313 Visualizações

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Sobre Karl Marx:

  • Se familiarizou com a filosofia hegeliana quando estudou Direito
  • Vê na dialética de Hegel o princípio dinâmico do materialismo
  • Foi jornalista durante alguns anos e aperfeiçoou sua produção textual → proximidade com os acontecimentos do dia-a-dia
  • Começa a questionar a economia política enquanto ciência surgida e desenvolvida sob inspiração do pensamento burguês
  • Rompe com o socialismo utópico/feuerbachiano e passa a formular o socialismo científico → o socialismo utópico não apresenta um método, apenas uma idealização. Marx é quem começa a pensar o socialismo como uma ciência, ou seja, algo plausível, seguido de modelos e empirismo
  • Redige, em 1848, o Manifesto, livro com caráter panfletário para a Liga dos Comunistas
  • Ao escrever suas obras, faz complementos e reformulações à teoria do valor-trabalho de Smith e Ricardo

Introdução

A fim de melhor entender os fundamentos de Marx a respeito da teoria do valor-trabalho, analisar-se-á os complementos e reformulações feitos pelo autor a respeito dos pressupostos clássicos, começando por Smith e depois por Ricardo.


        Para Adam Smith, mercadorias possuem valor de uso e valor de troca. Valor de uso seria algo intrínseco à mercadoria e a utilidade que esse objeto tem. Já o valor de troca de uma mercadoria se equivale à quantidade de trabalho que essa pode comprar ou comandar. Sendo assim, o trabalho comandado constituiu a medida da riqueza produzida. Ao colocar dessa forma, Smith diferencia o que seria o preço real e o preço nominal das mercadorias. O trabalho é correspondente ao verdadeiro preço de uma mercadoria, o preço real, sendo que mercadorias só seriam trocadas por outras cuja quantidade de trabalho para produzir seja igual. O trabalho, no entanto, seria de difícil comparação prática, e o artifício usado para facilitar as trocas é o uso de uma terceira mercadoria, nomeada dinheiro, cuja certa quantidade seria equivalente a uma mesma quantidade de trabalho. O preço medido em uma certa quantidade de dinheiro seria o preço nominal, e estaria sujeito a variações próprias desta terceira mercadoria. Já o preço real, aquele equivalente a certa quantidade de trabalho, seria independente de variações na quantidade disponível de dinheiro.


        David Ricardo, por sua vez, concorda com Smith que a utilidade, a finalidade ou o uso de uma mercadoria não determinam o seu valor de troca por si só, mas dependem do seu valor de mercado, e que este seria fruto da quantidade de trabalho realizada para a obtenção de tal mercadoria. Entretanto, distintamente de Smith, o autor coloca que a quantidade de trabalho para obter mercadorias pode sofrer alterações, e consequentemente, altera-se o valor de troca dos produtos. Uma melhoria técnica que reduz a quantidade de trabalho necessária para produzir determinada mercadoria reduziria seu valor de troca. Essa alteração na forma de pensar parece pequena, mas altera a abordagem do valor relativo das mercadorias e o trabalho: uma mudança nas equivalências entre mercadorias se dá por mudanças na quantidade de trabalho para produzi-las, não sendo trabalho parâmetro imutável.

        Marx traz uma visão reestruturada da teoria do valor-trabalho, como será observado de forma mais detalhada nesta dissertação. Em síntese, o autor dá continuidade a ideia clássica de que o trabalho possui papel central na teoria do valor, mas vai além: logo em seu primeiro capítulo, ao examinar minuciosamente a mercadoria, Marx elabora seu argumento pelo seguinte roteiro: 1. Os dois fatores que compõem a mercadoria: valor de uso e valor”; 2. “O duplo caráter do trabalho representado nas mercadorias”; 3. “Forma do valor ou o valor de troca” e 4. “O fetichismo da mercadoria: seu segredo”. De tais tópicos, tentaremos exprimir o essencial de sua teoria do valor-trabalho.

Resumo/análise d’O Capital, capítulo 1 – A Mercadoria (1867)

  1. Os dois fatores da mercadoria: valor de uso e valor

        Marx inicia sua obra distinguindo o valor de uso e o valor de troca que uma mercadoria possui. “Toda coisa útil, como ferro, papel, etc., deve ser considerada sob um duplo ponto de vista: o da qualidade e o da quantidade”. O primeiro diz respeito ao valor de uso, enquanto o segundo ao valor de troca. É importante ressaltar que quando Marx passa a usar somente a palavra “valor”, sem complemento, ele está se referindo ao valor de troca.

        Marx observa que o valor de uso sempre esteve presente nas coisas, objetos, sendo elas produto do trabalho humano ou não. Entretanto, é somente na sociedade burguesa que o conteúdo material da riqueza social é portador de valor de troca (permutação entre valor de uso).

        No mais, ele considera que “a grandeza do valor contido nas mercadorias é medida pela quantidade de trabalho, que é a substância constituidora de valor”. Nesse sentido, Marx está de acordo com algumas formulações de Smith e Ricardo, e não nos cabe aqui analisar suas críticas posteriores. “A quantidade de trabalho socialmente necessário ou tempo de trabalho socialmente necessário para a produção de um valor de uso é o que determina a grandeza de seu valor”

        Em sequência, Marx analisa a Força Produtiva de Trabalho. Para ele, “a força produtiva de trabalho é determinada por meio de circunstâncias diversas, entre outras pelo grau médio de habilidade dos trabalhadores, o nível de desenvolvimento da ciência e sua aplicabilidade tecnológica, a combinação social do processo de produção, o volume e a eficácia dos meios de produção e as condições naturais”. Sendo assim, quanto maior a força produtiva de trabalho, menos tempo será dispendido na produção de determinada mercadoria e menos trabalho será cristalizado em seu valor. Assim, tanto menor o seu valor.

  1. Duplo caráter do trabalho representado nas mercadorias

Dado que a mercadoria possui valor de uso, seu valor de troca se refere a equivalência entre distintos valores de uso.

        Marx também observa que a divisão social do trabalho é indispensável para a produção de mercadorias. Entretanto, a produção de mercadorias não é condição de existência para a divisão social do trabalho → o trabalho pode ser socialmente dividido sem que os produtos necessariamente se tornem mercadorias.

        Em relação ao duplo caráter do trabalho, este é tanto dispêndio de força de trabalho humano (no sentindo fisiológico) quanto “formador” dos valores de uso.

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