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Resumo do Artigo Desafios do século XXI à Historiografia - Georg Iggers

Por:   •  5/7/2021  •  Resenha  •  3.005 Palavras (13 Páginas)  •  335 Visualizações

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---> Sobre o autor:

. Georg Iggers; alemão radicado nos estados unidos. - > ver texto em anexo.

------> Sobre o livro:

. Este artigo se propõe a examinar os desafios enfrentandos pela historiografia no início do século XXI. Tais desafios resultam de questões teóricas, políticas e culturais acumuladas desde a segunda metade do século XX (desmantelamento da URSS) - e influenciaram o pensamento histórico e a historiografia seguinte - e que podem ser resumidas nos seguintes eixos:

a) o problema do giro lingüístico e cultural, que criou a assim chamada "nova história cultural".

b) o surgimento das pesquisas sobre gênero relacionadas aos movimentos feministas,

c) a guinada rumo a uma história universal em meio à permanência dos nacionalismos,

d) a articulação pós-moderna da relação entre história e ciências sociais,

e) e, por fim, o impacto da globalização na estruturação das ciências sociais como forma de conhecimento.

. A dissolução da URSS representou não apenas o fim da Guerra Fria do ponto de vista político e militar, mas abriu, igualmente, o caminho para que o mundo viesse a ser profundamente embebido pelo capitalismo financeiro, o reconhecimento universal - mesmo que gradualmente - das instituições democráticas e do livre mercado conforme modelo americano. Além da desconsideração do marxismo como filosofia social alternativa. Em parte isso ocorreu universalmente, o capitalismo se expandiu para vastas regiões do mundo, inclusive como opção chinesa e vietnamita pelo livre mercado, espalharam-se ainda o modo ocidental de viver e sua cultura de consumo. Tudo isso, porém, não conduziu à democratização - com algumas exceções.

. Também não houve paz mundial como previram os ocidentais. Os conflitos armados são diferentes, não se dando entre Estados, mas sim contra inimigos sem fronteiras claramente definidas e sob o emprego de armas terroristas não convencionais. Também houve uma crescente diferença social e econômica dentro das sociedades ocidentais (inclusive EUA e UE); a desmontagem do estado de bem estas social, e sobretudo, a renúncia à tarefa de lutar contra pobreza em grande parte da África, da Ásia e da América Latina. Há, aliás, uma questões insoluvel entre o Islã e o Ocidente.

. O pensamento histórico e a historiografia dos anos de 1990 e do início do século XXI não ficaram imunes a esses vastos reordenamentos.

Por isso, deve se fazer uma nova forma de escrita da História para compreender nossas atuais condições de vida, que se diferencia de muitas maneiras da situação anterior a 1989. A pesquisa não deve só levar em consideração apenas as forças de homogeneização, mas também as forças econômicas e culturais de resistência deste processo. **

. A grande mudança historiográfica ocorrida nos 60 a 80 do séc XX decorreu da crítica dos métodos das ciências sociais. A academia ainda está apegada a este status quo.

. No início dos anos 1990, certas ideias encontraram ampla aceitação entre os historiadores, vejamos algumas: recusa à crença na superioridade cultural do Ocidente como ápice do desenvolvimento histórico, largamente difundida desde o Iluminismo até o segundo terço do século XX. Esta superioridade não consistiria somente em um progresso técnico e cultural, mas também em liberdade civil e representação popular. Em suma: liberdade e igualdade para todos como fundamento da civilização ocidental capaz de propiciar exemplo para o resto do mundo. O que tal modelo desconsidera, porém, é a longa história de violência e exploração exercida em nome dos valores ocidentais sobre povos não ocidentais.

Tal concepção de história encontrou expressão em diferentes teorias das ciências sociais de cunhagem não somente neoliberal, mas também marxista.

Assim, desde então, podemos estabelecer cinco tendências ou referências:

a) O giro cultural e linguístico

Antes de mais nada é preciso entender que giro linguístico é uma mudança de paradigma. Um paradigma expressa as bases conceituais e metodológicas com que uma ciência expressa sua concepção de realidade. Portanto, uma ruptura de paradigma implica em admitir que a realidade é outra, causando grandes crises, com o abandono de muita ciências e métodos de saber.

Nos anos 70 e 80 surgiu no ocidente (e na Índia e na América Latina) surgiu o chamado "giro cultural", estreitamente associado ao "giro liguístico".

O fundamento central destes giros estavam na crítica de que os historiadores dos séculos passados poderiam alcançar através da pesquisa sistemática um saber objetivo.

Os historiadores dos anos 70 er 80 começaram cada vez mais a apontar para o fato de que a concentração em fatores quantitativos econômicos e sociais, característica do marxismo e para as ciências sociais, não seria adequada para a representação (Darstellung) histórica, porquanto esta deveria levar em conta antes o significado da cultura e da linguagem para as construções conceituais da realidade em constante mutação.

Embora o computador tenha trago muita utilidade para a pesquisa historiográfica, estes historiadores acreditavam que as pesquisas deviam se basear em aspectos qualitativos, que escapavam do cálculo de um computador. Estas abordagens dispensaram uma análise macro-social anônima e de um processo macro-histórico rumo a uma atenção sobre diferentes aspectos micro-históricos da vida cotidiana de homens normais (mulheres, opressão social e cultural, classes inferiores).

Isto é, "uma história vista de baixo".

Por mais próximas que estas idéias estivessem do marxismo, elas não preservaram do legado marxista a ambição de uma explicação da sociedade e da história, mas antes a sua crítica ao papel do capitalismo como força de injustiça e desequilíbrio.

Estas guinadas em direção ao papel da cultura e da linguagem foram, para a pesquisa histórica, igualmente úteis e danosas. As discussões dos anos setenta e oitenta chegaram à conclusão de que não seria possível um entendimento dos desenvolvimentos político e econômico sem que

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