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Resenha: IGGERS, Georg - Desafios do século XXI à historiografia

Por:   •  9/7/2017  •  Resenha  •  877 Palavras (4 Páginas)  •  1.214 Visualizações

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IGGERS, Georg. Desafios do século XXI à historiografia. Revista História da historiografia, n. 04. Ouro Preto: março de 2010, pp. 105-124.

O artigo do professor doutor Georg G. Iggers - tido como um dos mais destacados historiadores e teóricos da história contemporânea – é proposto a examinar os desafios da historiografia do século XXI, impostos e resultantes das questões teóricas, políticas e culturais emergentes desde a segunda metade do século XX.

O autor compreende que a queda do Muro de Berlim e o consequente desmantelamento do Império soviético forma marcantes não apenas para os arranjos políticos e econômicos do mundo, mas para a historiografia também, ou seja, o pensamento histórico e historiografia dos anos 1990 e início do século XXI não ficaram imunes aos amplos reordenamentos dessas eventualidades. A dissolução da União Soviética permite a abertura para que o mundo fosse embebido pelo capitalismo financeiro. O fracasso do socialismo soviético contribuiu também para a decadência do marxismo como filosofia social alternativa, em detrimento de novas opções teóricas.

Em 1989, Francis Fukuyama declara a vitória dos valores políticos e econômicos do Ocidente como coroamento final da história. Sua previsão de que os conflitos do mundo seriam sanados pelo liberalismo demonstrou em alguns aspectos certa confirmação de suas previsões, como a expansão capitalista de modelo ocidental no oriente, principalmente na China e Vietnã, conquanto, tal expansão não conduziu o mundo à democracia. A previsão de paz mundial nos permite um adendo: há novas formas de conflito bélico, não mais entre Estados, mas entre inimigos sem fronteira. Novas condições nos impõem questões e atenções na escrita da história, ligada principalmente aos simplismos e generalizações. Há a necessidade de uma nova escrita da história que compreenda atuais condições de vida, que não foque apenas na homogeneização da globalização, mas às formas econômicas e culturais de resistência nesse processo.

Dos anos 1960 até 1990 é notável as mudanças de pensamento histórico. Parte dessa mudança se deve a reorientação crítica aos métodos das ciências sociais aplicadas nas duas últimas décadas pós-segunda guerra mundial. Há juntado com essa crítica um sentimento de insatisfação com o mundo Ocidental que impõem à historiografia depois de 1990 a necessidade de informar novos caminhos.

O início dos anos 1990 é marcado pela aceitação ampla de certas ideias pelos historiadores, como a recusa à crença de superioridade cultural do Ocidente, difundida desde o Iluminismo até o segundo terço do século XX, de que haveria uma superioridade não só no aspecto técnico e cultural, mas também em termos de liberdade civil e representação popular, de forma que a liberdade e a igualdade aos moldes ocidentais deviam servir de exemplo ao resto do mundo. Essa noção, certamente desconsiderava a violência e exploração exercida em nome de tais valores sobre povos não ocidentais.

Pensamos então os desenvolvimentos mais importantes na historiografia provinda do confronto com as condições anteriores. Pontuamos até o fim da Guerra Fria cinco tendências as quais são: giro cultural e linguístico, história feminista e de gênero, história universal e história global, persistência dos nacionalismos, articulação entre pesquisa e ciências sociais e ciências sociais e história da globalização.

Tratemos do que na década de 1970 e 1980 no Ocidente e pensamento pós-colonial da

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