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O poço e O ano em que meus pais saíram de férias X Autoritarismo

Por:   •  21/11/2016  •  Resenha  •  903 Palavras (4 Páginas)  •  274 Visualizações

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"O poço" e "O ano em que meus pais saíram de férias"  X Autoritarismo

É importante começar citando que o filme se passa no ano de 1970, fase em que o Brasil passava pelo governo mais repressivo e violento da história. Com Médici na presidência os militares ganharam ainda mais poder e não deixaram de usar sua força. A repressão política e ideológica estava em seu auge, militantes de esquerda que demonstravam seu descontentamento com os acontecimentos políticos eram severamente punidos, sofriam as mais variadas formas de tortura, eram exilados e na grande maioria das vezes eram mortos. O governo usava o futebol, um dos esportes mais adorados pelos brasileiros, como forma de desviar a atenção dos problemas e da forma com a qual guiavam a sociedade.

No filme temos a história de Mauro, um garoto que é deixado pelos pais na casa de seu avô, pois eles precisavam "tirar umas férias", mas que voltariam antes da copa do mundo. Inicialmente isso não é muito explicado, mas no decorrer do filme percebemos que "tirar férias" foi uma forma de explicar ao garoto que eles deveriam sumir por algum tempo para se esconderem dos militares. Como militantes contra o regime ditatorial precisavam sair dos radares do exército, para continuarem lutando, mas com um pouco mais de segurança.

Como plano de fundo temos a copa do mundo, que encanta a todos os brasileiros que, sendo homens ou mulheres, jovens ou idosos, se juntam para torcer pelo time que representava o país. Os militares usavam o futebol como forma de promoção da imagem do governo, fazendo com que as pessoas associassem o sucesso do time de futebol ao desenvolvimento que seria proporcionado pelo regime militar.

No conto O poço temos a história do personagem principal, que se caracteriza como um narrador personagem, que saiu do interior e foi morar na cidade a fim de buscar melhores oportunidades de vida. Ele morava em uma pensão onde em maior parte do tempo tinha contato apenas com velhos, mulheres viúvas e senhoras solteiras. Não tinha outros contatos fora desse meio e por causa disso se encontrava um pouco confuso e inquieto com algumas questões que vinha vivenciando.

De forma um tanto subjetiva conta sua experiência nas ruas ao se deparar com um dos carros-recolhedores, uma das coisas que mais lhe causava inquietação. Ele via o medo das pessoas e por não entender se amedrontava junto a elas, vendo o carro passar, analisar e levar algumas pessoas. Em um primeiro momento ele estava escondido em um local escuro vendo tudo acontecer, observava as pessoas vestidas de branco, com expressão estranha. O carro vinha passando, se anunciando pelas fortes luzes que emitia, olhavam as pessoas e as colocavam pra dentro. Em um determinado ponto o narrador se coloca fora da escuridão e é visto por aqueles que guiavam o carro-recolhedor, ele foi analisado, mas foi deixado lá.

Neste ponto ele já se sentia como aquelas pessoas, então no outro dia se vestiu todo de branco e voltou para aquela mesma rua e esperou o carro. Não demorou muito e eles chegaram. Ele novamente se colocou na luz e desta vez foi levado. Dentro do carro o sentimento de medo, a falta de entendimento eram ainda maiores. Com o passar do tempo mais e mais pessoas eram colocadas para dentro, e todas elas iam se acomodando umas sob as outras, sendo jogados e misturados pelos movimentos do carro. No fim do trajeto o carro parou e as portas se abriram, aqueles que estavam lá dentro eram jogados em um poço descrito como cheio de lanças, cobras, medo.

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