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Projeto de Pesquisa Centro de Ciências Humanas e da Educação

Por:   •  27/9/2019  •  Projeto de pesquisa  •  4.401 Palavras (18 Páginas)  •  176 Visualizações

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Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR – Campus de Apucarana

Centro de Ciências Humanas e da Educação

Curso: Letras – Português                                                        Série: 3ª

Disciplina: Iniciação à Pesquisa em Letras I - Projeto                                          

MINICIONÁRIO DE REGIONALISMOS DE APUCARANA: UMA PROPOSTA EM HISTÓRIA DAS IDEIAS LINGUÍSTICAS

TÍTULO DO SEU PROJETO

(Projeto de Pesquisa)

Eliléia Leite SOBRINHO (G-UNESPAR)

Anderson Braga do CARMO (Orientador-UNESPAR)

Ana Paula PERON (Parecerista - UNESPAR)

Resumo: Este artigo pretende, sob a perspectiva teórica da História das Ideias Linguísticas, produzir um minidicionário de regionalismos da cidade de Apucarana-Paraná. Sabendo que os aspectos lexicais são reflexos das relações entre língua, espaço, história, cultura e sociedade, nossa pesquisa visa compreender como o léxico funciona como lugar de memória e funcionamento da identidade de uma cidade e dos sujeitos que a habitam. Desse modo, por meio de questionários e entrevistas, objetivamos constituir um pequeno acervo de unidades lexicais, colocando em reflexão a relação entre língua, sujeito e história, visto que tomamos a língua como lugar de constituição do sujeito apucaranense. Esta pesquisa visa contribuir para com futuros estudos nesta área e também para a conscientização social dos sujeitos sobre o patrimônio imaterial que é a língua, cujas palavras refletem a história, as práticas sociais e ideológicas e que constituem a identidade dos sujeitos.

Palavras-chave: Léxico; Sujeito; Regionalismo; Lexicografia.

  1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Desde Saussure (1916), considera-se que a língua é uma instituição social. Desse modo, ela “é, ao mesmo tempo, um produto social da faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias”, é “a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que, por si só, não pode nem a criar nem a modificar” (Saussure, 2012, p.22). Nesse sentido, deslocando esta proposta do universo estruturalista para pensá-la a partir de uma abordagem materialista da linguagem e segundo as reflexões em História das Ideias Linguísticas, consideraremos que o contrato social estabelecido entre os membros de uma comunidade linguística se edifica na relação entre a língua e a sua historicidade, levando-se em conta o espaço e seu próprio funcionamento em relação a outras línguas, pois, como nos coloca Orlandi (2001, p.9), quando fazemos a  História das Ideias Linguísticas visamos “conhecer a língua e o saber que se constrói sobre ela ao mesmo tempo em que pensamos a formação da sociedade e dos sujeitos que nela existem”. 

No português brasileiro, por exemplo, existe a relação com as línguas indígenas e as dos imigrantes, e é a partir desta relação que podemos dizer que a língua portuguesa (português brasileiro), mesmo sendo falada em um espaço geográfico de  8.515.767,04 km²[1], apresenta divisões em território nacional, constituindo certas especificidades  a determinadas regiões, e que estão presentes em todos os  níveis de linguagem, dos quais destacamos o lexical como um dos mais representativos das especificidades de fala presentes em cada comunidade linguística do país. Podemos atribuir tais peculiaridades à questão histórica de constituição dos estados brasileiros, pois cada estado foi colonizado por diferentes etnias e nações, que deixaram suas marcas (traços), seja por conta de suas línguas e culturas ou mesmo pelas peculiaridades físicas-geográficas de cada estado. Assim, a história social da constituição dos estados brasileiros individualiza diferentes espaços de enunciação[2], constituindo o vocabulário regional ou regionalismos.

 Os regionalismos fazem parte da composição do léxico da língua portuguesa, sendo compreendidos como o vocabulário de determinada região. Por apresentar um caráter dinâmico, o léxico amplia-se continuamente por meio de neologismos; criando-se novas palavras, seja por empréstimos ou a partir de um novo sentido que se dá a uma palavra já existente. Isso mostra que as pessoas possuem modos diferentes de falar e, segundo Guimarães (2005, p.18), essas diferenças de como as línguas se organizam constituem seus falantes e fazem parte do processo social de identificação dos sujeitos, ou seja, não existe compreensão de uma língua sem a compreensão do sujeito.

Desse modo, entendemos que não podemos descrever uma língua sem estabelecermos a relação entre espaço, história e sociedade, visto que estes elementos são inseparáveis e fundamentais para a determinação da identidade linguística de uma determinada comunidade. Portanto, não é possível estudar a língua sem considerar o seu contexto histórico e é por este fato que muitos trabalhos têm sido desenvolvidos no sentido de representar e caracterizar o falar de determinadas regiões do Brasil, considerando-se a historicidade determinante do espaço, das línguas e dos sujeitos. Para isso, os dicionários têm sido importantes instrumentos de gramatização, pois são obras que refletem os aspectos sociais de uma sociedade e refletem a identidade da língua.

 Com base nessas considerações, sob a perspectiva teórica da História das Ideias Linguísticas em articulação com a Lexicografia, pretendemos desenvolver uma reflexão sobre a língua portuguesa falada em Apucarana-PR, a partir da produção de um minidicionário de regionalismos desta cidade paranaense, considerado que este município possui um léxico bastante peculiar.  

Embora tenham sido desenvolvidos alguns estudos, como o “Falar Paranaense” ( 2015) e “Estudos Dialetológicos no Paraná: convite a um passeio pela História” (ALTINO, 2009), que ressaltam aspectos sobre a região norte do Paraná (na qual faz parte este município) como sendo uma das três grandes áreas lexicais do estado, e que apresenta um vocabulário que sofre influências de mineiros, paulistas e nordestinos, não há um estudo específico sobre os aspectos linguístico-regionais da cidade de Apucarana.

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