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RESUMO DO TEXTO ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS E BIBLIOTECAS POPULARES-UMA INTRODUÇÃO DE PAULO FREIRE

Por:   •  5/2/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.435 Palavras (6 Páginas)  •  2.673 Visualizações

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RESUMO DO TEXTO ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS E BIBLIOTECAS POPULARES-UMA INTRODUÇÃO DE PAULO FREIRE

Resumo

Palestra apresentada no XI Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, realizado em João Pessoa em janeiro de 1982.

Paulo Freire é um dos nomes mais conhecidos da Educação, devido à sua importância e contribuição para a área, principalmente com o método Paulo Freire, que consiste resumidamente na ideia de que “o processo educativo está centrado na mediação educador-educando. Parte-se dos saberes dos educandos” (FEITOSA, 1999).

O Método de Freire é dividido em três etapas, a Etapa de Investigação, Tematização e Problematização, e cinco fases de aplicação. Sendo mais do que um método que alfabetiza, é uma ampla e profunda compreensão da educação que tem como cerne de suas preocupações a natureza política” (A Voz da Esposa - A Trajetória de Paulo Freire).  Segundo o diretor do Instituto Paulo Freire, José Eustáquio Romão  "Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo”.

Freire começou sua palestra no XI Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação agradecendo às idealizadoras e organizadoras do Congresso pelo convite, principalmente por se tratar de um assunto que lhe agradava muito, alfabetização. Logo depois, começou a falar sobre uma visão crítica, onde se autentica uma “prática da mesma forma crítica da alfabetização”, onde reconhece e enfatiza que há “a existência de uma prática oposta e de uma compreensão também, que, em ensaio há muito tempo publicado, chamei de ingênua”.

Ingênua, na visão de Paulo Freire, é aquela que possui simplicidade de interpretação dos problemas e que não se aprofunda na causalidade da situação em si, o que facilita conclusões precipitadas. Em continuidade à sua palestra, o autor falou sobre o problema da alfabetização e o quanto ele poderia se repetir, contudo, achou necessário abordar e contextualizar sobre essa problemática.

Abordou sobre o mito da neutralidade da educação, fazendo com que haja uma rejeição da natureza política do processo educativo e que “a tomá-lo como um quefazer puro, em que nos engajamos a serviço da humanidade entendido como uma abstração”, é o inicio de como devem ser ressaltadas as diferenças entre uma “prática ingênua, uma prática “astuta” e outra crítica”. Foi então que disse que:

Do ponto de vista crítico, é tão impossível negar a natureza política do processo educativo quanto negar o caráter educativo do ato político. Isto não significa, porém, que a natureza política do processo educativo e o caráter educativo do ato político esgotem a compreensão daquele processo e deste ato. Isto significar ser impossível, de um lado, como já salientei, uma educação neutra, que se diga a serviço da humanidade, dos seres humanos em geral; de outro, uma prática política esvaziada de significação educativa.

(FREIRE, Paulo, 1982)

E disse ainda que:

Neste sentido é que todo partido político é sempre educador e, como tal, sua proposta política vai ganhando carne ou não na relação entre os atos de denunciar e de anunciar. Mas é neste sentido também que, tanto no caso do processo educativo quanto no do ato político, uma das questões fundamentais seja a clareza em torno de a favor de quem e do quê, portanto contra quem e contra o quê, fazemos a educação e de a favor de quem e do quê, portanto contra quem e contra o quê, desenvolvemos a atividade política”.

(FREIRE, Paulo, 1982)

Quanto mais se compreende sobre o funcionamento desse caráter político, mais é possível perceber que não se pode separar a educação da política, ou seja, não se pode tratar dessa questão sem se falar sobre relações de poder. Freire exemplifica sobre a educação burguesa, onde “os burgueses, antes da tomada do poder, simplesmente não poderiam esperar da aristocracia no poder que pusesse em prática a educação que lhes interessava”, o que significa que essa classe só pode organizar e sistematizar a sua educação quando chegaram ao poder.

Entendendo a educação como expressão de poder, a educação sistemática não é apenas uma reprodutora da ideologia dominante, nem mesmo em sociedades altamente modernizadas com plena  consciência da importância da educação. O autor afirma que “as relações entre a educação enquanto sistema e o sistema maior são relações dinâmicas, contraditórias e não mecânicas”. Essas contradições que caracterizam a relação na sociedade alteram o papel da educação sistemática ou o esforço reprodutor da ideologia dominante.

Deixa-se claro, também, a dificuldade que docentes tem em manter uma prática e coerência com o nosso discurso avançado, tornando as palavras desse discurso vazias e sem uma práxis que a dê significado ou razão. Daí que vem a dificuldade de atingir a grande massa que, já cansada do desrespeito das classes dominantes, não assimila essas ideas proferidas com certa autoridade por quem as contradiz com as próprias atitudes.

Freire disse que “impor a eles a nossa compreensão em nome da sua libertação é aceitar soluções autoritárias como caminhos de liberdade” e que “assumir a ingenuidade dos educandos”  exige dos professores “a humildade necessária para assumir também a sua criticidade” superando assim a sua própria  ingenuidade. Após isso faz severas críticas a professores autoritários que acreditam que não podem aprender com  seus alunos e que o ato de aprender é apenas de quem, aparentemente, não sabe nada.

Partindo da visão da educação como força de mutação da consciência do povo, através da “bondade dos corações”, o autor acredita “que a educação modela as almas e recria os corações”, sendo a força motriz de mudanças sociais.

Sendo assim, de acordo com o autor, a leitura do mundo e da palavra estão dinamiamente juntas, fazendo com que a leitura e a escrita sejam feitas a partir de temas significativos à experiência comum dos alfabetizandos e não de palavras e de temas ligados à experiência do educador.

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