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TCC Letras

Por:   •  17/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.430 Palavras (14 Páginas)  •  491 Visualizações

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O USO DA LITERATURA INFANTO-JUVENIL COMO FORMA DE DISCUTIR E COMBATER O PRECONCEITO

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo tecer algumas considerações sobre o uso da literatura infanto-juvenil em sala de aula como uma forma de levantar discussões sobre racismo, discriminação aos deficientes físicos e bullying, temas absolutamente relevantes nos dias atuais e que são recorrentes tanto no ambiente escolar, como na sociedade de uma maneira geral. Foram analisadas três obras que servirão como sugestão para que seja desenvolvido o trabalho em sala de aula: Ponte para Terabitia de Katherine Paterson que trata do tema bullying, Estrelas Tortas de Walcyr Carrasco cuja temática é a deficiência física e A Cor da Ternura de Geni Guimarães que trata da discriminação racial.

Palavras-chave: Literatura; Literatura Infanto-juvenil, Racismo, Preconceito, Bullying.

INTRODUÇÃO

A Literatura tem papel fundamental na formação dos indivíduos, pois é uma ferramenta essencial para aquisição de conhecimento, tanto técnico, quanto de mundo, possibilita o exercício da imaginação e da fantasia e estimula a reflexão crítica.

O Brasil é um país cujos habitantes não tem o hábito da leitura e infelizmente as estatísticas demonstram que este número vem caindo vertiginosamente. Segundo pesquisa da Federação do Comércio do Rio de Janeiro apenas três em cada dez brasileiros leu um livro inteiro no ano de 2014. Esses dados reforçam o quanto é desafiador trabalhar a literatura com adolescentes em sala de aula, porém é importante salientar que tanto a escola, quanto os professores precisam buscar alternativas para que a leitura se torne algo agradável e enriquecedor para os alunos.

A adolescência é uma fase na qual já se vive muitos conflitos e nos dias atuais podemos somar ainda as questões relacionadas ao preconceito e ao bullying, que são assuntos recorrentes dentro e fora do ambiente escolar e que tanto aflige alunos, pais e a comunidade de uma maneira geral.

Neste trabalho desenvolveremos sugestões de como o professor poderá utilizar alguns títulos da literatura infanto-juvenil que possuam uma linguagem acessível ao adolescente e que tratem de assuntos vivenciados no seu cotidiano. Embora não sejam assuntos que estão inseridos no currículo, são temas atuais e relevantes para a comunidade escolar e estão inseridos nos Parâmetros Curriculares Nacionais como temas transversais. Foram analisadas três obras que servirão como sugestão para que seja desenvolvido o trabalho em sala de aula: Ponte para Terabitia de Katherine Paterson que trata do tema bullying, Estrelas Tortas de Walcyr Carrasco cuja temática é a deficiência física e A Cor da Ternura de Geni Guimarães que trata da discriminação racial.

1. LITERATURA INFANTO-JUVENIL

Até o século XIX a literatura destinada aos jovens e crianças era importada da Europa e as traduções para o português eram feitas em Portugal, pois não havia editoras no Brasil e isso tornava o livro caro e inacessível para a maioria da população. No início do século XX alguns escritores reagiram a essa situação e passaram a ter também seus livros publicados, principalmente pelo fato das escolas precisarem de livros para disseminar bons hábitos e valores. Porém no ano de 1921 Monteiro Lobato publicou “A menina do nariz arrebitado”, iniciando assim uma nova fase da produção literária infanto-juvenil e alcançou muito sucesso tornando-se referência até os dias atuais. Neste período destacam-se também escritores como Menotti Del Picchia, Malba Tahan, José Lins do Rego, Viriato Correia, Érico Veríssimo, Vicente Guimarães, Ofélia e Narbal Fontes, Orígenes Lessa, Lúcia Machado de Almeida, Maria José Dupré.

A partir da década de 70 tornou-se obrigatória a adoção de livros de autores brasileiros no 1° grau. Surgem, assim, escritores como Fernanda Lopes de Almeida, Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Marina Colasanti e Eliardo França, estes autores que compuseram uma literatura com fortes traços lobatianos, em que o lúdico, o inventivo, o real e o imaginário são preponderantes, além da busca pela linguagem e cultura brasileiras.

Nas décadas de 1980 e 1990, até nossos dias os livros seguem a tendência realismo/denúncia com autores como Pedro Bandeira, Stellacar, Odete de Barros e Ana Maria Machado.

1.1 A LITERATURA NO AMBIENTE ESCOLAR

No Brasil sabemos que muitos alunos são de famílias que nas quais a leitura não faz parte de seu cotidiano. Os pais muitas vezes são analfabetos ou com pouca escolaridade e por este motivo não conseguem influenciar seus filhos sobre a importância da leitura.

A escola e o professor tem papel fundamental nesta questão, visto que é um hábito que pode ser aprendido e, embora as políticas de incentivo a leitura sejam praticamente inexistentes em nosso país, o livro didático vem colaborando no sentido de apresentar contos, crônicas e poemas para serem trabalhados em sala de aula, valorizando assim a prática da leitura.

É importante também que o professor não utilize o livro somente como um instrumento para passar conteúdo, mas que o utilize para despertar a criatividade e senso crítico dos alunos. É preciso buscar alternativas para que a escola tenha êxito no incentivo a leitura e que os professores e profissionais da área de educação possam servir de veículos da literatura para os alunos a fim de contribuirmos na formação de bons leitores capazes de intervir de maneira crítica nas mais diversas situações.

2. O ADOLESCENTE

A adolescência é a fase de transição entre a infância e a vida adulta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde ela ocorre entre os 10 e 20 anos de idade e é caracterizada por diversas transformações corporais, hormonais e comportamentais. Nesta fase também ocorre uma maior cobrança do meio social. Este período é acompanhado por muitos conflitos e os interesses, relações e exigências mudam completamente, gerando uma sensação de incompreensão, de estar perdido. Isso se dá também devido ao processo de construção da identidade e do caráter.

Neste período os adolescentes sofrem com as transformações ocorridas e, se a tarefa de educar já não é fácil em qualquer idade, nesta fase os desafios são ainda maiores por ser um período de muitas transformações, porém muito criativo e fértil e do qual os professores

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