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TRABALHO DE INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS

Por:   •  17/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.284 Palavras (10 Páginas)  •  186 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS[pic 1][pic 2]

FACULDADE DE LETRAS

CURSO DE LÍNGUA E LITERATURA PORTUGUESA

Esmirna Carvalho

Gabriela Galgar

Lucas Alencar

Paulo Andrade

                 TRABALHO DE INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS

Análise do Discurso

Manaus – AM

2021


  1. Estruturalismo, marxismo e psicanálise: um terreno fecundo

Toda produção de linguagem pode ser considerada discurso. Acercada do surgimento da Análise do Discurso (AD), por volta dos anos 1990, Maldidier afirmava que ela começou a tomar forma com as abordagens de Jean Dubois – que fez muitos estudos com a linguística da época e Pêcheux – um filosofo cujo foco era o marxismo, a psicanálise e a epistemologia.

O que ambos têm em comum: vertentes marxistas e políticas – o que se torna o cenário apropriado para o surgimento de um projeto da AD.

Vale ressaltar que a linguística oferece meios para se abordar a política. Na conjuntura estruturalista, por exemplo, a autonomia relativa da linguagem é amplamente reconhecida, pois é possível estudá-la através de suas regularidades. O estruturalismo desconsidera as influências externas – geradoras de irregularidades – por estas não afetarem o estudo por estarem do lado de fora da estrutura. Assim, a língua não é apreendida de um contexto social e si a partir das suas estruturas internas, fechadas em si mesmo. Logo, obtém-se a definição para o estruturalismo: o objeto é definido no interior do sistema. Saussure, considerado “pai” do estruturalismo, afirmava que:

  • As estruturas da língua se definem conforme as funções intrínsecas no sistema linguístico;
  • Há uma relação binária entre os seus elementos, valendo-se de uma definição negativa para cada um deles, ou seja, um elemento é o que o seu par não é.

Dessa forma, a linguística conseguiu se opor às ciências humanas, já que os estudos destas devem se submeter às leis daquela por lhes poder conferir cientificidade aos estudos.

No enfoque marxista, temos o Althusser, cujo posicionamento lidava com a ideologia e aparelhos ideológicos do estado (AIE). Na sua “teoria das ideologias particulares: posição de classes”, ele discorre acerca dos mecanismos de reprodução das relações de produção. Ele, ao analisar as condições de reprodução social, concluiu que as ideologias têm existência material, pois elas devem ser estudadas não apenas como ideias, mas sim como condições perpetuadoras das relações de produção. Assim, ele destaca:

  • o materialismo histórico: relaciona-se com a materialidade da existência. Na sua “teoria das ideologias particulares”: posições de classes, mostra o mecanismo de reprodução das relações de produção. Opõe-se à ideia de que a ciência por si só seja predominante nos estudos, pois a existência não se dá apenas no nível das ideias. Logo, o objeto já existe independentemente de já ter sido ou não descoberto;
  • Ciclo de perpetuação de reprodução das relações de produção: as classes dominantes fazem uso de aparelhos repressivos do estado (ARE), na maioria das vezes de maneira sútil, valendo-se dos aparelhos ideológicos do estado (AIE) que, no caso, ele destaca as escolas e as igrejas.

Diante disso, a linguística passa a ser uma ferramenta de depreendimento da ideologia ao analisar a linguagem desta.

Outro filósofo e linguista, Pêcheux, por sua vez, criticava a linguística, pois na visão dele ela não era um progresso natural. Dessa forma, a AD não evolui naturalmente subsidiada pela linguística. Para Pêcheux, a AD deveria colocar o discurso onde se devam analisar as questões teóricas acerca da ideologia e do sujeito.

Há uma outra vertente de surgimento da AD, a psicanálise.

Freud fez a descoberta do inconsciente. O sujeito deixa de ser uma entidade homogênea e passa a ser dividido entre consciente e inconsciente.

Lacan, por sua vez, fez uma releitura de Freud, valendo-se do estruturalismo linguístico, recorrendo a conceitos de Saussure e Jakobson:

  • o inconsciente se estrutura como uma linguagem, latente, que se repete e interfere no discurso consciente;
  • o inconsciente é, assim, o discurso do Outro, que emana o discurso de agentes externos ao sujeito, tais como família, sociedade, estado etc.

Assim, para a AD, o sujeito é conceituado como ele se estrutura a partir da relação que mantém com o inconsciente e com a linguagem, pois, para Lacan, “a linguagem é condição do inconsciente”.

  1. A especificidade da AD

Maingueneau (1997), aponta o campo da Linguística como algo muito relativo ao esquema, que se divide-se dois campos, um que apresenta um contexto mais restrito que tem como finalidade não aceitar linguagens produzidas em determinadas conjunturas sócio-histórica, por ter um conjunto de regras a seguir com propriedade formais, esse campo chamamos de  núcleo rígido e outro que contém o contexto mais amplo, tendo como definição uma linguagem com sentido para os sujeitos inscritos em estratégias de interlocução, posições sociais,que é interpelado pela Sociologia, Psicologia, História, Filosofia, dentre outros, chamamos de contornos instáveis. O texto traz consigo uma tira que nos coloca a reflexão, em uma conversa de Stock e Wood que possui diferentes sentidos dar-se o nome de ambiguidade, que reside por exemplo tanto em um contexto como no outro mas que ambos possuem efeitos diferentes, o que garante a especificidade é que os analistas do discurso estabelece um discurso e suas condições de produção, que liga o contexto nas formações discursivas onde o discurso se realiza de maneira mais restrita e tem o contexto mais suscetível,que interpela condições históricas e ideologicamente na prática não se pode separar os dois, pois todas as palavras já tem um significado no que diz.

Pêcheux (1990) procura utilizar os conceitos de Karl Marx, para dizer que são as condições históricas e sociais de uma específica conjuntura social é o que determina toda a linguagem ou discurso de um sujeito, portanto, ele conceitua se o sujeito convive nessas condições históricas e sociais, logo, toda sua linguagem e seu discurso são constituídos por esta específica conjuntura social que determina toda a linguagem ou discurso de um sujeito. Logo, se um sujeito convive em uma sociedade ou seja em uma conjuntura social obviamente já está sujeito pelas condições históricas e sociais de tal sociedade.

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