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Villa-Lobos e a Modernidade

Por:   •  23/4/2022  •  Ensaio  •  976 Palavras (4 Páginas)  •  86 Visualizações

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Heitor Villa-Lobos e a Modernidad

        Heitor Villa-Lobos nasceu em 5 de março de 1887, no Rio de Janeiro. Sua mãe era dona de casa e seu pai, além de diretor da Biblioteca do Senado, era um músico amador e foi o responsável por introduzir cedo a música na vida de Villa-Lobos. Ainda em vida, Heitor Villa-Lobos foi considerado o maior compositor das Américas.

        Parte de sua infância foi passada em Minas Gerais, onde conheceu as modas caipiras e os tocadores de viola, gêneros musicais que fazem parte do folclore brasileiro e vieram a se tornar referência no trabalho de Villa-Lobos. A casa dos Villa-Lobos no Rio de Janeiro era um ponto de encontro para nomes respeitados na época, que lá se encontravam todo sábado para tocar e cantar até altas horas da manhã. Esses encontros introduziram os ritmos nordestinos na vida de Villa-Lobos.

        Foi com o pai que aprendeu a tocar o clarinete e o violoncelo, compondo sua primeira peça aos seis anos de idade, baseada em cantigas de roda populares da época. Aos oito anos, seu interesse se voltou para os clássicos, principalmente para Bach. Raul, seu pai, aplicava exercícios rigorosos de reconhecimento de gênero, estilo, caráter e origem de músicas, de notas musicais e ruídos.

        Aos 12 anos, em 1899, Heitor Villa-Lobos ficou órfão de pai. Raul Villa-Lobos morreu de Malária, deixando a família em dificuldades financeiras. Noêmia Villa-Lobos, sua mãe, passou a trabalhar como lavadeira e engomadeira para a Confeitaria Colombo. Ela queria que o filho fosse médico e detestava o interesse que ele demonstrava pelos “chorões”, os homens que tocavam choro nos bares. Foi por isso que, aos 16 anos, Heitor se mudou para a casa da tia. Foi ela que o ensinou a tocar piano.

 Em 1905 começou a viajar pelo Brasil, passando por estados como Espírito Santo, Bahia e Pernambuco. Trabalhou como caixeiro viajante para uma fábrica de fósforos. Em 1912, conheceu a Amazônia, região que marcou muito suas obras. Mas foi apenas em 1915 que Heitor Villa-Lobos conseguiu sua introdução formal como compositor, com uma série de concertos no Rio de Janeiro. Era visto no meio musical como um músico moderno, pois misturava elementos de canções populares indígenas, música folclórica brasileira, canto de pássaros e elementos tradicionais do estilo europeu.

Foi convidado por Graça Aranha a se apresentar na Semana de Arte Moderna de 1922. Villa-Lobos se apresentou em três dias do evento, com obras como “Danças Africanas”, “Festim Pagão” e “Camponesa Cantadeira”. Foi vaiado principalmente no último dia de apresentações, mas não por sua música. Villa-Lobos estava sofrendo com os sintomas de gotas e teve que se apresentar de chinelo. Ao contrário do que o público pensou, a intenção não foi afrontar a ordem. Dessa vez, a questão era médica.

        

        Em 1923, Villa-Lobos consegue financiamento do governo, ainda enfrentando certa oposição, para ir para Paris. Lá, descobre que suas antigas inspirações, como Debussy, Wagner e Puccini, já não são mais parte da vanguarda. A moda era música original e de caráter nacionalista, como do russo Igor Stravinsky. Foi Tarsila do Amaral e outros artistas plásticos brasileiros que o introduziram no cenário artístico parisiense. Devido a um corte no orçamento originalmente prometido, Villa-Lobos voltou mais cedo para o Brasil.

        Sua segunda viagem a Paris, em 1927, foi financiada por Carlos Guinle. Dessa vez, ele foi para organizar concertos. Há duas frases que foram atribuídas a ele durante essa viagem que mostram que Villa-Lobos tinha consciência do quão único era entre os compositores clássicos. Elas são: “Eu não uso o folclore, eu sou o folclore” e “ Eu não estou aqui para aprender, mas sim para mostrar o que até então construí”.

        Retornou ao Brasil em 1930 em caráter provisório, mas devido às crises da época (econômica e civil), se vê obrigado a permanecer no país. Em 1931, apresentou o primeiro grande concerto orfeônico de sua carreira, "Exortação Cívica", que reuniu cerca de 12 mil vozes. Dois anos depois, Villa-Lobos foi convidado a organizar o ensino de música nas escolas.

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