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A CONDUTA HUMANA

Por:   •  18/11/2018  •  Resenha  •  1.317 Palavras (6 Páginas)  •  1.793 Visualizações

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CAPÍTULO V: A conduta humana

A) Moral científica e moral tradicional

                A ciência da moral e da conduta humana está a passar por uma transformação sensível com base no estudo objetivo da natureza humana. Uma transformação que irá adentrar a vida escolar, se é que cabe a escola o papel hegemônico na formação do homem.

                Há uma separação da moral tradicional, ou moral “espiritual”, que é presa a preconceitos imutáveis e eternos, da moral científica, moral experimental baseada nas conclusões de uma ciência do homem. Isso é necessário para que haja progresso na medicina como em outras áreas do conhecimento humana.

                A moralidade convencional, conjunto de costumes e praxes mais ou menos puros e mais ou menos cômodos, tem como dogma fundamental o da conformidade com o rebanho, ou seja, o da neutralidade, ou convencionalismo da boa educação. Porém, alguns homens fogem deste convencionalismo, há pelo menos 3 grupos que fogem à classificação niveladora.

                O primeiro grupo, dos homens de ação, são frios e calculistas, reivindicam o papel da inteligência na vida. Para eles o importante é fazer as coisas com a maior eficiência possível, para posteriormente pensar nas aparências. Possuem o pensamento de que ser bom é ser sentimental e ser sentimental é ser ineficiente, o que destruiria a máquina montada com tanto saber e sagacidade. A moralidade dos homens de ação prevalece no comércio, na indústria e na política.

                Já o segundo grupo, da moral natural, condena a moralidade convencional como um óbice ao desenvolvimento natural da personalidade humana. Constroem um conceito de personalidade que é a negação de todo bom senso e de toda elevação humana. Glorificam da natureza os impulsos, os apetites e os desejos – tudo o que é mais vulgar e menos pessoal na natureza humana. Refugiam-se num amor tolo e indiscriminado à natureza e aos seus impulsos.

                O terceiro grupo, da moral espiritual, toma a sério a moral como qualquer coisa estranha às atualidades da vida e à natureza do organismo humano. Preocupam-se com o progresso espiritual de suas almas, com a perfeição interior, com a análise inquieta dos seus motivos de ação, vivem a perscrutar a natureza íntima de suas ações.

                O panorama moral do mundo é esse: Um grande rebanho humano servido por uma moral convencional que se resume em aparências e em preconceitos. Grupo dos homens de ação que se utiliza de tudo isso para a realização dos seus propósitos e que defende, por essa causa, a moral cômoda que lhes permite os triunfos. Os “rebeldes” que buscam numa forma inferior de libertação e revelação de suas individualidades. E, por último, os idealistas inumanos, que desprezam a “natureza”, desprezam a “ação” e se fecham em um egoísmo espiritual, fanático e ardente.

                Todos sofrem do mesmo erro que é o de considerar a moral como um domínio estranho à natureza, e governado por princípios, em essência, inadaptáveis às nossas condições de vida. É o que faz com que a vida pareça sem sentido e a felicidade um nome vão e irrisório. Faz também com que se traia o verdadeiro conceito da vida, com a concepção de que quanto menos se vive melhor é a vida, ou seja, o ideal seria a permanência da infância.

                São 3 as premissas fundamentais dos diferentes aspectos da Moral Tradicional. São premissas em que se funda essa moral que faz da vida de cada um a tragédia ou a comédia que todos conhecemos:

1ª) Considerar a natureza humana como qualquer coisa impura e corrompida ou bárbara, incapaz de chegar naturalmente a um desenvolvimento feliz.

2ª) Considerar a atividade humana em si, não como o bem, mas como simples meio de atingir o bem, que era estranho ou superior a essa atividade. 

3ª) Considerar que as regras da conduta humana fluem de princípios morais preconcebidos e estranhos à experiência racional ou positiva. Esses princípios se prendem a uma ordem espiritual sagrada, que se não pode modificar sem graves prejuízos para os homens.

 

B) Análise das três premissas basilares e de suas consequências.

 

                Analisando a primeira premissa, tem se a ideia, desde os tempos remotos, de que a natureza humana é corrompida e indigna. Para os moralistas não havia outra forma de explicar o desajustamento entre os homens e os dogmas morais, restando para estes afirmar que a corrupção é intrínseca da natureza humana. Há uma tendência na natureza humana do mal prevalecer sobre o bem.

                Uma vez que se tem conhecimento sobre determinado fato, este se torna diferente daquilo que é ignorado. Segundo a concepção da filosofia do século XVIII, a descoberta, por exemplo, das leis que regulam a inferioridade e superioridade humanas, pode levar os homens a querer fortalecer a capacidade de alguns em detrimento de outros. O determinismo de Spencer, doutrina que toda a cultura de uma sociedade é resultado constante de um processo evolutivo, considerado por essa premissa como algo utópico.

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