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A EDUCAÇÃO DO CAMPO

Por:   •  25/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.234 Palavras (9 Páginas)  •  174 Visualizações

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                            UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

                         

                          EDUCAÇÃO DO CAMPO  

Nome: Stephany Brero Marostica

Lariane Brero de Almeida

                                                         

                                                           CURITIBA

                                                               2017

Educação do Campo, trabalho pedagógico e currículo escolar das escolas do campo.

As escolas itinerantes possuem maior potencial para questionar sobre as formas da escola e promovem uma escola que esta em sintonia com as lutas realizadas pelos MST. Estas escolas existem nos acampamentos dos Sem Terra, desde o inicio das ocupações da onde surgiu o MST. O nome escola itinerante surgiu para denominar as escolas que se situam dentro dos acampamentos do movimento. O nome itinerante vem da ideia de uma escola que não é fixa, mas que caminha junto com os movimentos sociais, na luta, sem possuir um endereço próprio ou estrutura fixa.

Nela é expresso o modo de viver do grupo social aonde ela esta inserida, representando suas lutas, pois é pensada e politica e pedagogicamente para determinada acampamento.

Como as outras escolas, ela funciona em tempo e lugar específicos, dentro de uma realidade que faz com que a população pense, reflita e interrogue sobre a dinâmica pedagógica por eles desenvolvida. Através dos conteúdos, avaliações, metodologias e com uma forma diferenciada na formação dos educadores.

A escola itinerante surgiu como um projeto para suprir as necessidades da população tinha a necessidade de lutar por sua terra, e para que as crianças não ficassem sem aula e estudos durante este período, então criaram este diferenciado modelo de escola, voltado diretamente para as necessidades daquele povo, se adaptando e adequando as suas lutas.

Por se tratar de uma escola diferenciada, voltada para um determinado grupo social, desde seu inicio, exigiu uma forma e atenção especial na formação dos educadores. No inicio, todos os professores precisavam ser vinculados a luta pela terra, acampando no mesmo lugar que iriam lecionar suas aulas. Condição que era essencial para que o educador compreendesse as ideias e necessidades nesse tipo de escola.

Elas são escolas públicas, aprovadas pelos Conselhos Estaduais de Educação dos estados as quais pertencem. Elas compõem o sistema estadual de ensino, e assim são financiadas pelo poder público, e necessitam responder as exigências solicitadas pelo estado.

As ocupações de terra, organizados pelo MST, vem questionando o Estado, pois lutam pelo acesso às politicas públicas referentes à saúde, à moradia e principalmente a uma educação de qualidade.

Por se tratar de uma escola, elas precisam seguir exigências igual as escolas do meio urbano, como por exemplo: a contratação de professores, o reconhecimento do projeto político pedagógico, currículo a autorização de funcionamento, a destinação de recursos, entre outros.

Outras exigências por parte do governo, dizem respeito a entrega de relatórios, interferências na definição do calendário escolar, e cobranças dos coordenadores e demais funcionários da instituição.

A escola itinerante foi uma conquista realizada pelas lutas do povo e do MST. Através destas escolas, é possível que muitas crianças, adolescentes, jovens e adultos que moram nos acampamentos recebam educação, que é um direito delas. Porem na maioria das vezes as escolas não possuem a estrutura adequada, como também falta um currículo e projeto político pedagógico diferenciado para a escola do campo.

E como deve ser o projeto político pedagógico e o currículo ideal dessas escolas segundo o movimento?

A Escola do Campo, uma escola que entre tantas marca uma identidade. Uma escola que nasce da luta dos trabalhadores do campo, uma escola que se mantém no campo pela organização e luta dos trabalhadores. Agora, uma escola que precisa dar sequência à constituição dessa identidade.

O Projeto Político Pedagógico da Escola do Campo precisa carregar sua identidade, uma escola dirigida pela perseverança e teimosia de camponeses que buscam seus direitos a educação financiada pelo estado como de direito.

 

Inspirados em movimentos pedagógicos em processo no país e mais recentemente na Pedagogia do Movimento e no debate da Educação do Campo, percebe um o grande desafio de produzir a teoria pedagógica, compreendendo que dentro dela teremos a organização do trabalho pedagógico, da escola de modo geral e da sala de aula. Sabe-se que esse é um longo trajeto a ser percorrido e que envolve diferentes atores

O projeto político pedagógico da Escola do Campo pode pautar-se nesse referencial, ou seja, produzir a Escola do Campo, no vínculo permanente entre o campo e seu desenvolvimento, a educação e a forma escolar.

A Escola do Campo, portanto, precisa arrumar-se para trabalhar com o desenvolvimento humano, que exige da organização do trabalho pedagógico e do trabalho pedagógico propriamente dito, essa constituição.

É preciso priorizar o acompanhamento aos coletivos de educadores e educadoras da escola, coletivo dos ciclos e séries, coletivo de famílias, de núcleos, de comunidades e fundamentalmente aos coletivos de educação das comunidades, aos quais coloca-se o desafio de criar.

O processo pedagógico deve trazer não somente os educandos como também as famílias para a escola, para discutir propor e auxiliar na organização e construção da educação, pois deve haver uma parceria entre as duas, a escola deve ser o projeto de vida das famílias e suas práticas. Não se deve ter a visão de escola como instituição do governou da diretora e professores. Uma Escola do Campo precisa assumir o movimento do campo como sua pedagogia, e por isso precisa criar um currículo e um projeto político pedagógico que possibilite sair das suas paredes e mergulhar no mundo da vida dos trabalhadores do campo, que são as crianças, os adolescentes, jovens e adultos.

O currículo é uma ferramenta muito importante, pois é a estrutura da cultura. Se faz necessário que o aluno estude a sua realidade, que no caso do mesmo se dá como protagonista de movimentos sociais.

  É necessário que o currículo na educação do campo traduza concepções culturas e valores que são produzidos em movimentos sociais indígenas, quilombolas, não somente incorporações ausentes no currículo. Os currículos devem ser uma síntese das concepções e práticas de educação dos conhecimentos,

Os conhecimentos sobre os processos de construção histórica deveriam ser destacados nos mesmo, pois o alunos tem o direito a conhecer a produção de sua própria história. Devem dar a consciência de que são sujeitos trabalhadores, como também buscar entender os processos formadores e valores culturais, todas as práticas educativas decorrentes do trabalho, nas ações coletivas, sociais, mostrar que podemos aprender fora das grades.

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