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A IMPLEMENTAÇÃO DOS PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO E ENSINO DA CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL DO MUNICÍPIO DE ITAPETINGA - BA

Por:   •  24/10/2016  •  Artigo  •  4.907 Palavras (20 Páginas)  •  499 Visualizações

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A IMPLEMENTAÇÃO DOS PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO E ENSINO DA CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL DO MUNICÍPIO DE ITAPETINGA - BA

Claudia de Jesus Pereira[1]

Nilson Sousa Cirqueira¹

Rainan Sena Santos Menezes¹

Resumo: O presente artigo teve como intuito, trazer para reflexão discussões e levantamentos de dados referente a momentos de intervenções do estágio supervisionado de populações diferenciadas, abarcando a área do ensino da cultura africana e afro-brasileira. Tivemos como objetivo analisar os programas de desenvolvimento e ensino da cultura africana e afro-brasileira e como os mesmos vêm sendo implantados em uma escola de educação infantil do município de Itapetinga. Utilizamos como referencial para este trabalho, a lei 10.639/03 e autores como, Gomes (1995), Cavalleiro (2001), Bento (2004), Trinidad (2011), que discutem de forma séria e comprometida, os desdobramentos e efeitos gerados pela implementação e não implementação dessas políticas na educação básica. No decorrer do processo, detectamos um ambiente estrutural que contempla as propostas deliberadas pelas políticas e leis, porém, constatamos nos demais desdobramentos educacionais, principalmente no imaginário das crianças, concepções e atitudes discriminatórias, que ainda precisam ser direcionadas, discutidas e descontruídas. Sendo assim, é preciso para além da implementação, buscarmos subsídios informativos que direcione o trabalho cotidiano da escola, proporcionado as crianças, uma educação que preze pela igualdade e pelo rompimento de práticas preconceituosas e discriminatórias, gerando assim, um ambiente de aprendizagem, em que todos tenham os mesmos direitos e se sintam contemplados de forma prazerosa pelo processo educacional cidadão.

Palavras-chaves: Educação infantil; Lei 10.639; Cultura Africana e afro-brasileira.

  1. - INTRODUÇÃO

O currículo escolar, é um dos mecanismos norteadores do processo educativo da rede de ensino básica. Sendo assim, este currículo deve contemplar a diversidade presente no ambiente de ensino/aprendizagem, prezando pelo desenvolvimento integral de cada criança, sem qualquer distinção. “O currículo é, por consequência, um dispositivo de grande efeito no processo de construção da identidade do (a) estudante. Currículo refere-se, portanto, a criação, recriação, contestação e transgressão”. (MOREIRA E SILVA, 1994)

Firmados nesta perspectiva de construção, compreendemos que este currículo interfere e propicia determinadas concepções na formação dos alunos que são direcionados diariamente nas instituições de ensino. O que trazemos para discussão neste artigo, é a necessidade de se repensar as políticas de igualdade e a quebra de paradigmas que são incorporadas dia após dia nas práticas educativas e nas relações estabelecidas entre adultos/crianças e entre as próprias crianças e seus pares.

Com este intuito, chegamos ao seguinte questionamento: Como está sendo feita a implementação das políticas e programas de desenvolvimento e ensino da cultura africana e afro-brasileira na escola Cantinho da Criança? Como a escola vem trabalhando as questões que se diz respeito valorização e a desconstrução de práticas que abarcam a desigualdade e o preconceito para com os alunos negros de sua unidade escolar?

Motivamos por esta problemática, tivemos como objetivo principal, analisar como os programas de desenvolvimento e ensino da cultura africana e afro-brasileira vem sendo implantados na referida escola. Em especificidade, identificar como estão sendo desenvolvidos essas políticas; verificar através dos professores as medidas tomadas na implementação dessas ações, e por fim, constatar através de intervenções, os resultados do trabalho realizado ou não realizado pela escola e professores,

Tomamos como referência de ação afirmativa e de parâmetro para esta articulação, a Lei 10.639 que foi aprovada no ano de 2003 e se concretizou como fruto da luta do movimento negro, que há décadas vem batalhando por uma sociedade e uma educação mais justa e igualitária. Repensando a lei, é válido compreender que algo só se torna obrigatório, quando a necessidade e os problemas estão extremamente presentes em uma determinada sociedade, sendo assim, é fácil deduzir que o preconceito e o racismo ainda existem no país, que a educação brasileira não é democrática, muito menos igualitária e que a democracia racial é algo que passa longe das escolas e da sociedade brasileira.

Certificando de que a escola e a educação são os pontos centrais dessa discussão, principalmente na questão de ser o lócus das construções, do estranhamento e do desenvolvimento de certas práticas que vão de contra ao bom senso das relações sociais, voltamos nossos olhares para uma escola de educação infantil e para seu funcionamento, principalmente no que se diz respeito às políticas de ações afirmativas para a educação.

A escola escolhida para realização deste trabalho, foi a escola Cantinho da Criança, localizada no município de Itapetinga-Ba. O público alvo desta unidade, são crianças de 4, 5 e 6 anos. Atualmente a escola atende cinco turmas de pré I, pré II e por necessidade da demanda dos bairros, passou a atender com salas improvisadas, duas turmas de primeiro ano do ensino fundamental séries inicias.

Desde a sua inauguração, a escola vem oferecendo a comunidade de Itapetinga, uma educação de qualidade. Nos últimos anos passou por várias mudanças, teve reformas no espaço físico, para melhor atender a comunidade participante.

        Agora que descrito o nosso ambiente de pesquisa, os nossos objetivos, o contexto teórico e nossos colaboradores, é válido ressaltar o porquê desta temática e desta discussão. Durante nosso tempo de atuação no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), nos anos de 2014 e 2015, percebemos inúmeras ações conflituosas na questão das relações etincorraciais no ambiente de educação infantil e poucas ações que intervissem nesses embates. Essa falta de direcionamento, nos gerou uma inquietação referente as ações que a escola quanto mediadora do conhecimento faltara. Para além dessa inquietação, chegamos ao consenso de que este trabalho não restringe somente aos professores, mas a todo o corpo escolar, que compreende a educação como o ponto de partida para a vida social do ser humano.

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