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A MIGRAÇÃO PARA RONDÔNIA: E CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO COM OS POVOS DA FLORESTA

Por:   •  27/11/2017  •  Artigo  •  4.305 Palavras (18 Páginas)  •  329 Visualizações

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MIGRAÇÃO PARA RONDÔNIA: E CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO COM OS POVOS DA FLORESTA[1]

Déborah Danielly Silva Teixeira

deborahdanielly@outlook.pt

GT- 10 Currículo e Interculturalidade

                                                                                  Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

RESUMO: Este artigo tem como objetivo apresentar os conhecimentos obtidos no Componente Curricular, Educação com os Povos da Floresta. Breve base teórica que abordam os povos que vivem na floresta, como coleta de dados. Deste modo a metodologia utilizada partiu dos pressupostos teóricos estudados no decorrer da disciplina, bem como a como a pesquisa Narrativa, “as histórias vividas e contadas educam a nós mesmos e aos outros, incluindo os jovens e os recém pesquisadores [...], conforme, Clandinin e Connelly (2011) e documental, por meio da analise de caderno escolar, de acordo com Mingnot, (2008). Assim, foi realizado entrevista com um indígena que relatou sua história de vida. Por meio da análise de cadernos escolares vimos brevemente como os professores apresentam aos alunos do ensino fundamental os povos indígenas. De forma que, percebemos que há lacunas ainda serem superadas, pois percebemos equívocos para o devido cumprimento da Lei 11.645/2008.  

Palavras-Chave: Povos Indígenas, Seringueiros, Estereótipo.

Introdução

[...] a cultura é constituída pelo conjunto dos saberes, fazeres, regras, normas, proibições, estratégias, crenças, ideias, valores, mitos, que se transmite de geração em geração, se reproduz em cada individuo, controla a existência da sociedade e mantém a complexidade psicológica e social. [...][2] 

Em 22 de dezembro de 1981 é criado o Estado de Rondônia, e em 04 de Janeiro de 1982, O Estado é instalado, tendo como seu 1º governador, Jorge Teixeira. Rondônia é um Estado composto por diversidades, além de pessoas oriundas de diversos Estados do Brasil, e também estrangeiros, maior parte de sua população são conhecidas como quatro povos não urbanizados: Indígenas, ribeirinhos, extrativistas e quilombolas.

Todos estes povos tem o elemento cultural como principal característica, conheceremos um pouco de suas histórias no intuito de resgatar esta cultura primária. Em Rondônia se localiza 23 terras indígenas homologadas, em Ji-Paraná, está localizada a Terra Indígena Igarapé Lourdes, território das etnias Arara-Karo com população aproximada de 208 pessoas e Gavião-Ikolen com população aproximada de 500 pessoas[3], 90% dos indígenas são aldeados porque moram nas aldeias e 10% vivem na cidade e são os que trabalham com movimentos indígenas, saúde e educação Existem também os indígenas livres ou isolados que são 8 grupos. Os ressurgidos mistura feita através de relação inter-étnico e os Puruborá[4], povos indígenas que Marechal Rondon encontrou quando chegou a Rondônia, porém este povo sofreu um processo, pois se relacionavam com os “brancos” e não tinham como manter a língua. Conheceremos a história do senhor Francisco Cassupá, cuja mãe era Cearense e o pai indígena, relato que começa no ano de 1946 com a vinda de seus avós do Ceará.

A importância dos povos indígenas e dos seringueiros que lutou pelas suas causas cada qual defendendo seus objetivos, cultura e terra, trouxe para nós “os novos” habitantes uma condição de vida melhor, embora estes povos tenham sofrido e ainda sofrem com seus objetivos, nós moradores de Rondônia o que sabemos desta luta?

Para tal reflexão analisaremos o relato do filho de uma imigrante do Ceará para Rondônia e indígena Cassupá e faremos uma ligação entre o relato, e como é passado o conhecimento sobre estes povos da floresta a alunos do 3º ano do ensino fundamental de escolas municipais de Ouro Preto do Oeste-Rondônia.

Relato De Migração Da Família Cassupá Para Rondônia E Os Povos Da Floresta

O entrevistado chama-se Francisco Neutro Cassupá, atualmente reside em Ouro Preto do Oeste-RO, e nos relatará a história de seus avós maternos e a aproximação de seus pais, Maria de Lourdes Silvestre da Silva Cassupá e Basílio Cassupá. Em 1946 o Sr. Estáquio Silvestre da Silva e Dona Maria do Carmo Silvestre da Silva, deixaram o Ceará e migraram para Porto Velho - Rondônia, na promessa de uma vida melhor trabalhando como soldado da borracha trouxeram apenas roupas e seus filhos, Maria de Lourdes, Maria Luzia, Chiquinha, Maria Núbia e José.  

A história dos seringais da Amazônia inicia com a descoberta do látex que possibilitou a inserção migratória da floresta amazônica até metade do século XIX. O que chamado primeiro ciclo da borracha envolveu cerca de 500.000 Nordestinos que sonhavam com uma vida melhor e, sobretudo porque onde moravam, as possibilidades em função das secas, estavam se esgotando. (NEVES, 2015, p.6)

Segundo Francisco Cassupá o Governo Federal prometia dá terras a quem viesse para Rondônia trabalhar como soldado da borracha, para uns a promessa era de terras, melhorar sua situação econômica, enriquecer e retornar a sua terra de origem após a guerra. No caso do seu avô Estáquio foi prometido terra como pagamento pelo seu trabalho, e lhe foi dada, entretanto ele não podia se dedicar a terra uma vez que seu trabalho era árduo e fora de seu território, os soldados da borracha passavam a vida no meio da floresta. O maior desafio destes soldados era aprender a enfrentar a floresta para poder sobreviver além dos conflitos que enfrentavam entre disputa de território com indígenas. Trabalhou 38 anos na floresta e faleceu ainda em atividade de soldado em 1979. Conforme Neves, (2015, p.6):

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O cotidiano no seringal não era fácil, uma vez que os patrões seringalistas impunham um trabalho árduo no intuito de assegurar exclusivamente a extração do látex. Assim de um lado os seringalistas se preocupavam com a disponibilização de alimentos, vestuário e materiais utilizados para a atividade seringueira e de outro, o seringueiro tinha como tarefa a coleta do látex.

        Ainda do rico relato sobre o passado de seu avô do processo migratório para soldado da borracha e o ganho da terra localizada em Porto Velho, no bairro Alphaville, Cassupá conta que as terras do seu falecido avô foram invadidas e há anos está em processo jurídico, onde a família aguarda indenização por parte do Município. Neves, (2015, p.16) ainda ressaltam que: “Na atualidade os povos da floresta persistem em suas lutas [...]”

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