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A Oralidade na Educação Infantil

Por:   •  2/5/2020  •  Artigo  •  1.296 Palavras (6 Páginas)  •  210 Visualizações

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Creche-Escola Municipal Bairro Tabuleiro

 O trabalho com oralidade na Educação Infantil:

       

          É por meio da linguagem que nos construímos, dia após dia, enquanto cidadãos. Na Educação Infantil, a competência de fala que o aluno carrega, oriunda do convívio familiar é aprimorada e ele inicia o processo de inserção no universo da linguagem escrita.

          O aprendizado da linguagem Oral e Escrita é uma das chaves para que a criança amplie suas possibilidades de relacionamentos sociais. É através da linguagem que o aluno se sente participante nas diversas práticas sociais. Aprender uma língua é entender, interpretar e representar os significados dos discursos de acordo com o meio sociocultural.

         Conforme o Referencial Curricular para a Educação Infantil: “a Educação Infantil deve promover experiências significativas de aprendizagem da língua e ampliar as capacidades de comunicação e expressão associadas às quatro competências lingüísticas: escutar, falar, ler e escrever.”

         Para alcançar tais objetivos,  o diálogo constante constitui-se como uma boa ferramenta que deve ser valorizada. Além disso,  a música, a escuta e a contação de histórias também propiciam o desenvolvimento da oralidade.

     

         Portanto, a quantidade de situações de interação verbal em que a criança está inserida e a qualidade destas interações é diretamente proporcional aos seus progressos na área da linguagem.

         Essa interação é que irá enriquecer a aprendizagem e possibilitar à criança aprender sobre a escrita, pois o trabalho com esse eixo deve privilegiar, além do uso da língua, a reflexão sobre a mesma. Reflexão esta, que, na Educação Infantil não deve acontecer de forma sistemática e enfadonha, mas de maneira lúdica e natural, socialmente, no cotidiano escolar. Portanto, o desenvolvimento da linguagem oral, escrita e leitura estão imbricados em um mesmo processo, indissociáveis.

         Segundo Bakhtin, “a linguagem é constituída nas relações sociais à medida que os participantes também se constituem a si mesmos.” No diálogo, na linguagem, na interação estão o tempo todo o sujeito e o outro. “ A enunciação é o produto de dois indivíduos socialmente organizados” (Bakhtin, 1992, p.112).

Vigotsky, por sua vez, ao elaborar sua teoria sobre o conhecimento, concluiu  que o indivíduo desenvolve-se  e constitui-se como sujeito através de suas relações sociais e por intermédio da linguagem.

         Por todos os motivos descritos acima, a Educação Infantil revela-se o lugar de excelência para o desenvolvimento da linguagem e reflexão sobre ela. É claro que nas demais etapas da escolaridade de um aluno, ele continuará desenvolvendo e aprimorando sua linguagem tanto coloquial, quanto erudita, mas é a Educação Infantil o primeiro ambiente, depois da família, em que a criança tem a oportunidade de desenvolver sua capacidade de se expressar, exprimir suas vontades e desejos, fazer-se compreender.

         O professor da educação Infantil deve, portanto, favorecer o desenvolvimento da linguagem oral em suas aulas o máximo possível, através de atividades e práticas que corroborem para o aprendizado lingüístico do aluno desde muito cedo.

         Na Creche-Escola Municipal Bairro Tabuleiro, procuramos favorecer o desenvolvimento da linguagem oral em diversos momentos, concedendo voz aos nossos alunos e atribuindo a devida importância às suas opiniões.

         Procuramos fazer de atividades como: contação e escuta de histórias, trabalhos com fantoches, brincadeiras cantadas, trava-línguas, caixa-surpresa, entre outras que favoreçam o desenvolvimento da oralidade, uma rotina.

         Muitos professores de Educação Infantil realizam tais atividades de maneira instintiva e conosco também acontecia o mesmo. No entanto, ao detectarmos os progressos dos alunos na área da linguagem, começamos a buscar informações sobre o assunto nas mais diversas fontes de conhecimento a que tínhamos acesso. Percebemos, então, o quanto as atividades propostas contribuem para o desenvolvimento real dos alunos e , então,buscamos conhecer ainda mais sobre o assunto.

         A cada nova atividade, a cada experiência significativa, constatamos que nossos alunos alcançavam os objetivos e alguns superavam nossas expectativas. Então nasceu o projeto “Pequenos, Grandes Contadores de Histórias”, não como um projeto, em si, mas como uma experiência em sala de aula, em que se concede voz aos alunos para que eles contem, recontem, inventem, enfim, vivam histórias. O que já antes fazíamos instintivamente, após algumas pesquisas, decidimos fazer, desta vez, sistematicamente, conhecendo a razão de desenvolver um trabalho realmente significativo com contação de histórias. O resultado foi excelente: em pouco tempo, descobrimos alunos que realmente apresentavam aptidão para contação de histórias, até mesmo na turma de 3 anos. Estas crianças, hoje, contam histórias diariamente para seus colegas,  e outras  turmas, em festividades e celebrações. Temos em vista, no entanto,  que, como ainda não são alfabetizadas,  cada uma conta a sua impressão sobre a história escolhida e desta forma temos sempre inúmeras possibilidades de histórias para cada história. O professor, nesta proposta, não é detentor do saber, mas é aquele que conta uma das muitas versões possíveis para uma mesma história.

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