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AFETIVIDADE E PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM, CONTRIBUIÇÕES DE HENRI WALLON

Por:   •  13/8/2016  •  Resenha  •  2.684 Palavras (11 Páginas)  •  997 Visualizações

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AFETIVIDADE E PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM: CONTRIBUIÇÕES DE HENRI WALLON

Jussara Tomaz da Silva Cruz.

UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ

Jussarathomaz4@gmail.com

1-INTRODUÇÃO

       Henri Wallon nasceu em Paris, França, em 1879. Graduou-se em medicina e psicologia. Fez também filosofia. Atuou como médico na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ajudando a cuidar de pessoas com distúrbios psiquiátricos. Em 1925, criou um laboratório de psicologia biológica da criança. Quatro anos mais tarde, tornou-se professor da Universidade Sorbonne e vice-presidente do Grupo Francês de Educação Nova - instituição que ajudou a revolucionar o sistema de ensino daquele país e da qual foi presidente de 1946 até morrer, também em Paris, em 1962. Ao longo de toda a vida, dedicou-se a conhecer a infância e os caminhos da inteligência nas crianças. Militante de esquerda, participou das forças de resistência contra Adolf Hitler e foi perseguido pela Gestapo (a polícia política nazista) durante a Segunda Guerra (1939-1945). Em 1947, propôs mudanças estruturais no sistema educacional francês. Coordenou o projeto Reforma do Ensino, conhecido como Lanhei-Wallon - conjunto de propostas equivalente à nossa Lei de Diretrizes e Bases. Nele, por exemplo, está escrito que nenhum aluno deve ser reprovado numa avaliação escolar. Entre outros mais. O objetivo desta resenha é expor as ideias fundamentais da teoria Walloniana que compreende uma dimensão afetiva ao desenvolvimento do ensino aprendizagem, aos conceitos que são de integração em 2 sentidos com o organismo ao meio, como conjuntos funcionais, concepção de afetividade com emoções, sentimentos e paixão  A evolução da afetividade tem o papel em diferentes estágios e estão respondendo aos porquês destas questões, para considerar essências para levar em conta quando se pretende em ensino aprendizado mais produtivo e satisfatório. O processo de ensino aprendizagem são faces de uma mesma moeda, onde o professor e o aluno são fatores determinantes e trazem consigo historias e bagagens que o meio oferece.

       Este processo é um elemento importante para aumentar a sua eficácia bem como para a elaboração de programas de formação de professores. Confiar na capacidade do aluno é fundamental, pois, ensinar está promovendo o desenvolvimento do aluno e seu próprio desempenho. E o seu desempenhar está nas tarefas do cotidiano escolar que irá revelar diferentes saberes, ou seja diferentes conhecimentos que serão específicos com habilidades de relacionamento e esses saberes são construídos no tempo E na socialização familiar escolar.

  A escola e um meio fundamental para desenvolvimento do professor e do aluno pois dá a oportunidade de participar em diferentes grupos. A experiência emblemática que é vivida por esses alunos aponta a presença viva da afetividade no cenário educacional, presença esta que não se pode mais ignorar, pois a experiência indica que o afeto influencia as relações e os processos de ensino aprendizagem, e vão requerendo visões inclusivas que são capazes de resgatar a dimensão de cuidado necessária ao processo educativo. A escola é como um lugar privilegiado para formação exclusiva da cognição e tem encontrado desafios que antes não eram imaginados, a sua presença aparece nas atividades propostas, nas relações que são estabelecidas, nos ditos e não ditos que povoam o imaginário escolar, convidando-nos a continuarmos refletindo e repensando o seu lugar nos processos formativos.  Assim, o objetivo central deste texto é apresentar algumas das principais contribuições da teoria Walloniana para favorecer a compreensão e a reflexão da relação cognição e afetividade no campo educacional.     Nesse sentido, Wallon, segue uma discussão sobre a afetividade e a sobre a cognição em sua teoria, e por fim apresenta uma proposição de que esses dois conjuntos funcionais são faces de uma mesma moeda: A noção de pessoa apresentada por Wallon aponta para uma síntese dos conjuntos funcionais (afetivo, motor e cognitivo) e para integração dinâmica entre o orgânico e o social. Esta posição teórica era contrária à compreensão do humano de forma fragmentada.

     “É contra a natureza tratar a criança fragmentariamente a cada idade, ela constitui um conjunto indissociável e original. E a sucessão de suas idades, está ligada a um único e mesmo ser em curso de metamorfoses que e feita de contrastes e de conflitos, a sua unidade será por isso ainda mais susceptível de desenvolvimento e de novidade. (WALLON, 2007, p. 198).”

           Wallon, trata o humano em sua infância, não como um "vir a ser" incompleto, mas “um menor" a quem falta algo próprio do adulto ou seja à criança é um estatuto de pessoa que deve ser entendida naquele momento como ser evolutivo no qual se encontra fazendo com que a teoria Walloniana implica em repensarmos as práticas e as teorias em educação que põem a criança em uma posição objetiva e não como sujeitos de direito e desejo. Wallon ainda situa uma noção de pessoa como um conjunto funcional que resulta a sua integração de suas dimensões, e cujo processo de desenvolvimento que vai ocorrendo na integração do orgânico com o meio, que sua teoria é sempre social. O desenvolvimento da pessoa como um ser completo não ocorre de forma linear e sim contínua, apresentando movimentos que implicam integração, conflitos e alternâncias na predominância dos conjuntos funcionais. No que diz respeito à afetividade e a cognição, conjuntos que revezam-se, os termos de prevalência, ao longo dos estágios de desenvolvimento. Estes estágios são impulsivo-emocionais, personalismo, puberdade e adolescência, nos quais predominam o movimento para si mesmo (força centrípeta) há uma maior prevalência do conjunto funcional afetivo, enquanto no sensório-motor e projetivo e o categorial, nos quais o movimento se dá para fora, para o conhecimento do outro (força centrífuga), este predomínio é do conjunto funcional cognitivo. Essa alternância de domínios funcionais não exclui a presença dos conjuntos não dominantes, pois estes continuam interagindo continuadamente entre si, formando a complexidade presente na personalidade da pessoa. Destacando como o conjunto funcional afetivo influencia o meio social e afeta o cognitivo, Wallon (1986, p. 146) aponta que:

[...] a coesão de reações, atitudes e sentimentos, que as emoções são capazes de realizar em um grupo, explica o papel que elas devem ter desempenhado nos primeiros tempos das sociedades humanas: ainda hoje são as emoções que criam um público, que animam uma multidão, por uma espécie de consentimento geral que escapa ao controle de cada um. Elas suscitam arrebatamentos coletivos capazes de escandalizar, por vezes, a razão individual.

       Há algumas considerações as serem refletidas sobre Henri Wallon.  Em primeiro lugar é difícil abranger toda esta teoria pois esta é complexa, e mesmo avaliando todos os fenômenos estudados ela nos abre conceitos e princípios nos quais estão expressos a teoria do desenvolvimento que nos ajuda a compreender e auxiliar na compreensão do processo de ensino aprendizagem e na constituição da pessoa e no movimento desde bebe até ao adulto. Esta teoria do desenvolvimento de Henri Wallon e um grande instrumento de possibilidades que faz com o aluno neste processo de ensino aprendizagem forneça elementos que refletem a intencionalidade favorecidas ao processo de ensino e aprendizagem e nos proporciona novas ideias comportamentais a cada estágio desenvolvido descrevendo e propiciando ao professor pontos de orientação em sala , esta característica de cada estágio irá permitir ao professor um entrosamento com o aluno e maior produtividade nas atividades de ensino. Wallon dá a importância de hipóteses que constantemente são testadas e verificadas no processo de ensino aprendizagem do professor e do aluno que questiona de acordo com a curiosidade que ali está sendo aguçada, e neste sentido a teoria do desenvolvimento assume as funções de complementar a rotina prevista com enriquecidos questionários que possibilita a várias alternativas de ação comportamental com maior segurança.

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