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Alfabetização e Letramento para crianças surdas

Por:   •  6/9/2015  •  Artigo  •  2.139 Palavras (9 Páginas)  •  542 Visualizações

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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO PARA CRIANÇAS SURDAS

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO PARA CRIANÇAS SURDAS

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RESUMO

A preocupação básica deste estudo é entender e refletir sobre a aprendizagem básica de alfabetização e letramento de pessoas surdas, entendimento este que se faz imprescindível para que o processo aconteça. Este artigo tem como objetivo analisar as dificuldades das crianças surdas para a alfabetização e letramento, para que assim haja uma evolução de aprendizado dos mesmos. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica considerando as contribuições de alguns autores, procurando enfatizar a importância de entender qual ensinamento deve ser ministrado primeiramente aos alunos. Concluiu-se que além da dificuldade do processo de alfabetização e letramento, é necessário que o aluno surdo tenha o aprendizado da língua portuguesa posteriormente da língua de sinais (Libra) de modo que possa compreender melhor o ensinamento e estratégia de figuras.

Palavras-chave: Libras. Surdos. Linguagem. Alfabetização. Letramento.

Introdução

        O presente trabalho tem como tema o processo de alfabetização e letramento de crianças surdas, com uma perspectiva do Bilinguismo, a qual compreende que o indivíduo surdo deva adquirir sua língua materna, língua de sinais, e a língua oficial do seu país.

        

        Nesta perspectiva, construiu-se questões que nortearam este trabalho:

  • Como devemos conciliar a língua portuguesa e a de sinais, para um melhor ensinamento na alfabetização e letramento do aluno?
  • É viável o letramento de uma segunda língua sem o domínio de uma primeira língua?

Quando se fala em alfabetização e letramento em pessoas surdas pressupõem que além da dificuldade na língua portuguesa haja uma dificuldade de correlação com sua primeira língua (Libras). Daí a importância de profissionais capacitados para esse trabalho, com domínio da língua de libras, para facilitar o processo de aprendizado da criança portadora de deficiência auditiva.

Há também o fato de os alunos surdos serem tardiamente ensinados a utilizar a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para se comunicarem, pois, na maioria dos casos, nascem em uma família de ouvintes que não conhecem a LIBRAS e, ao diagnosticar a surdez da criança, param até mesmo de conversar com ela, não estimulando a leitura labial e o fortalecimento dos laços familiares (DORZIAT, 1999).

“E, ainda, [...] pode-se verificar que o uso de uma língua, mesmo que na modalidade viso-espacial, confere ao indivíduo o acesso a todos os recursos que a linguagem pode proporcionar, isto é, a organização do pensamento, a capacidade de lidar com coisas e fatos mesmo à distância, a habilidade de abstrair e manusear símbolos e finalmente de se comunicar com outras pessoas, estabelecendo uma vida social e política sem restrições” (BANDINI, OLIVEIRA e SOUZA, 2006, p. 52).

        Neste contexto, o objetivo primordial deste estudo é expor a falta de conhecimento da família perante a um individuo surdo, atrasando sua capacidade de comunicação de sinais, e a carência de profissionais capacitados para integração dessas crianças em escolas, mostrando a necessidade de saber como trabalhar com os alunos surdos.

Desenvolvimento

        A alfabetização pode ser definida como um processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita (RIBEIRO, 2003). Enquanto letramento coloca que este é visto como um processo que vai além da alfabetização. Ele busca fazer com que o indivíduo, além de saber ler e escrever saiba utilizar de forma concreta a leitura e a escrita dentro de contextos e práticas sociais (SOARES, 2004).

        Quando falamos em escrita nos remetemos rapidamente à questão do som. Porém, as pessoas surdas que não têm o som como base para o aprendizado da escrita, acabam encontrando algumas dificuldades no momento desse processo. Na Apropriação do Sistema de Escrita Alfabética - SEA os grafemas representam as consoantes e as vogais, há a relação entre a grafia e a pauta sonora, representando o significante e não o significado. As combinações das letras, que são símbolos convencionais, formam as diferentes sílabas. Atualmente, nem todas as línguas adotam o SEA, embora a maioria o utilize por sua possibilidade de notar diversos tipos de sons, sem a necessidade de memorizar centenas ou milhares de símbolos (LEAL e MORAIS, 2010).

Geralmente, os problemas encontrados hoje no sistema educacional brasileiro começam já nesta etapa da escolarização (alfabetização e letramento). Com a proposta de inclusão em escolas regulares este processo mostra-se ainda mais difícil quando tratamos da alfabetização de crianças surdas, pois elas encontram barreiras de comunicação que dificultam as práticas de letramento. Para que a inclusão seja eficaz, o Estado deve inserir na sala de aula a prática de ensino baseado no que se expõe na teoria, como é o caso dos alunos surdos que necessitam dessas práticas para que o desenvolvimento de alfabetização e letramento tenha ênfase, sem deixar de se basear na LIBRAS e no Português como segunda língua. Para isso, o sistema de ensino deve suprir as necessidades adequadas para cada aluno. Entretanto, há outro aspecto importante que se deve observar, é o sucesso da ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO COM O USO DA LIBRAS NAS CRIANÇAS SURDAS integração dos alunos surdos na escola, na qual a aceitação da criança surda pelos colegas vai depender muito do professor em saber colocar em prática uma pedagogia inclusiva que não pretenda a correção do aluno com deficiência, mas a manifestação do seu potencial (MARTINS, 1998).

Há algumas dificuldades nos métodos de alfabetização e letramento de pessoas surdas, sendo que uma delas geralmente está no desconhecimento, por parte da sociedade, da Língua Brasileira de Sinais - Libras. A maioria dos professores ainda não domina a Libras e, com isso, dificulta a aprendizagem das crianças surdas, pois faz com que elas não tenham acesso a um ensino-aprendizagem eficiente, e pautado em sua língua, que, aliás, é direito garantido pelo Decreto nº. 5.626/05 (SANTOS et al., 2009).

Verificamos, portanto, que a língua materna do surdo é a LIBRAS, uma vez que é esta a língua que ele adquire espontaneamente e que ele pode dominar plenamente, pois utiliza o meio espaço-visual, que é o normalmente desenvolvido pelo indivíduo surdo, e a Língua Portuguesa é sua segunda língua, já que ela não é natural para este indivíduo e sua apropriação é comprometida.  O deficiente auditivo apesar de contar com expressões faciais e movimentos corporais, não possui uma das fontes de informação mais rica da língua oral: monitorar sua própria fala e elaborar sutilezas através da entonação, volume de voz, hesitação, etc. (ROCHA COUTINHO, 1986) Com base nesse pressuposto bilíngue, defendemos que ocorra a alfabetização e o letramento em LIBRAS anteriormente à alfabetização e ao letramento em Língua Portuguesa, seja qual for sua modalidade, oral ou escrita. No caso do surdo, que para ser ‘ igual ’ é preciso, antes, ser diferente (FARIA, 2001).

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