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CURSO PRÁTICO DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS REDAÇÃO DISSERTATIVA

Por:   •  9/10/2016  •  Resenha  •  14.508 Palavras (59 Páginas)  •  241 Visualizações

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REDAÇÃO

CURSO PRÁTICO DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS

REDAÇÃO DISSERTATIVA

 

- DISSERTAÇÃO - ARGUMENTAR E INFORMAR

O tipo de texto mais cobrado pelos vestibulares é, sem dúvida, o dissertativo. E a razão é simples: é por meio dele que se pode avaliar, de maneira eficaz, a maturidade intelectual e lingüística dos estudantes.

Mas que é uma dissertação? É, como o próprio nome denuncia, o ato de dissertar, de tratar sobre algum assunto. Toda vez em que você discute, analisa, interpreta ou defende idéias, está dissertando.

Costuma-se classificar a dissertação como argumentativa ou expositiva. A diferença entre as duas é muito simples: na primeira, o autor (você, escritor) defende, por meio de argumentos sólidos e convincentes, um ponto de vista, uma opinião a respeito de determinado tema; já na segunda o objetivo primordial não é opinar, e sim informar o leitor sobre algum assunto. Veja-se, então, que a diferença basilar entre esses dois tipos de texto está na postura do autor. No argumentativo, ele tem que convencer o leitor de que a opinião defendida é correta, viável, plausível; no expositivo, ele deve simplesmente informar, da maneira mais neutra possível.

Vejamos agora um exemplo de dissertação expositiva. O tema sobre o qual este aluno escreveu foi depreendido a partir de uma coletânea de textos sobre atividades físicas, na qual se encontravam informações sobre padrões de beleza, benefícios proporcionados pelos exercícios e iniciativas empresariais que visavam a melhorar a saúde dos funcionários (alguns termos coloquiais utilizados podem ser justificados pelo fato de que o texto deveria ser produzido “para alunos do Ensino Médio”):

           

Redação de aluno: “Exercícios sempre”

Comparando-se o padrão de beleza de hoje ao de algumas décadas atrás, houve consideráveis mudanças. Ademais, o avanço científico-tecnológico permitiu estabelecer uma correlação entre saúde e beleza. Atentas a isso, grandes empresas perceberam que havia uma ponte entre bem-estar e produção.

        Até boa parte do século vinte as "gordinhas" eram consideradas mais belas. Hoje em dia, essa concepção mudou drasticamente. As magras passaram a ser a bola da vez. Com isso houve uma valorização das atividades físicas.

        Com o avanço da ciência, o homem passou a enxergar e compreender melhor a associação direta entre exercícios e saúde. Para se ter uma idéia, foi comprovado que praticar esportes ao menos três vezes por semana diminui consideravelmente o risco de sofrer problemas relacionados ao coração.

        De olho nisso, algumas multinacionais, como a Coca-Cola, passaram a oferecer serviços gratuitos relacionados à saúde (academia, nutricionista, avaliações físicas periódicas) para reverter os gastos que tinham com funcionários sedentários. Como resultado, houve, em média, um aumento de 30% na produtividade e de 10% na motivação.

        Percebe-se, portanto, uma relação direta entre padrão de beleza, exercício, saúde e produtividade, desencadeada por meio, principalmente, do avanço científico-tecnológico.

 Essa redação que você acabou de ler é uma dissertação, porque o escritor expôs e interpretou informações sobre algum assunto. E, como o objetivo principal das linhas era informar o leitor sobre determinados aspectos das atividades físicas, pode-se dizer que essa dissertação é expositiva. O autor preocupou-se mais em informar do que em convencer o leitor de alguma opinião.

Vejamos agora um exemplo de dissertação argumentativa. O tema foi proposto pela Universidade Estadual de Londrina, em 2001.

(UEL) O projeto de lei número 1676, de autoria do deputado Aldo Rebelo, proíbe os brasileiros de usarem termos em outras línguas na comunicação oficial, na mídia escrita, radiofônica e televisiva, na publicidade e no comércio. A imprensa debateu longamente o projeto, apresentando diferentes posicionamentos. Transcrevemos, a seguir, alguns deles:

Estamos infectados pelo inglês. Para muitas pessoas a influência, num mundo globalizado, é natural. Há quem sustente, no entanto, que o brasileiro anda exagerando nas apropriações indébitas e fazendo a língua portuguesa sofrer de falta de personalidade.

ISTO É, 1612, 23/8/2000

No início do século passado, era a influência francesa que imperava no Brasil. Palavras aportuguesadas como chofer, restaurante e butique saíram de lá. Depois começamos a nos "dobrar" ao inglês com o futebol. Match, back, corner, só entendia quem jogava. Os puristas se rebelaram e quiseram até chamar o jogo de balípodo (do grego "bállein", arremessar). A prova de sabedoria da língua acabou criando terminologias nacionais, como escanteio e impedimento.

ISTO É, 1612, 23/8/2000

A lingüista Diana Luz pessoa, da Universidade de São Paulo, ressalva que a paixão nacional por vocábulos estrangeiros não se deve ao desconhecimento do idioma. "É uma questão de dominação cultural, mesmo. Só que língua não é questão para lei. Ninguém fala certinho por imposição", observa.

ISTO É, 1612, 23/8/2000

O projeto é fruto de uma idéia fora de lugar (mais uma): a de que o português falado no Brasil estaria ameaçado de extinção, assim como o mico-leão-dourado ou a arara-azul. Repete-se no terreno do idioma a mesma lengalenga que se desenrola no campo da economia. A invasão do inglês (o avanço do neoliberalismo) resultaria na derrocada da nossa inculta e bela língua (a empresa nacional). Para ilustrar essa tese, seus defensores sempre utilizam o mesmo e surrado exemplo: cartazes de lojas de shopping centeres (ops! Centros comerciais). Está certo que os abusos beiram o ridículo. Entre eles, estampar nas vitrines "sale" e "50% off" em vez de "liquidação" e "50% de desconto". No entanto, multar um lojista por uma caipirice que depõe unicamente contra ele próprio é um exagero.

VEJA, 1664, 23/8/2000

Considere as opiniões acima e apresente o seu ponto de vista sobre o assunto. Diga se você é a favor ou contra uma lei deste tipo e apresente argumentos que amparem seu posicionamento.

Redação de aluno: “Um projeto indesejável”

           O projeto de lei que prevê restrições à utilização de termos estrangeiros nos meios de comunicação e no comércio não deve ser considerado uma boa idéia. A falta de conhecimento de seu idealizador, o purismo inconseqüente e a falta de habilidade para analisar as causas do problema (e não seus efeitos) são motivos que justificam a inépcia da proposta.

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