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EDUCAÇÃO DO CAMPO: DIVERSIDADE, DESAFIOS E POSSIBILIDADES

Por:   •  3/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.263 Palavras (18 Páginas)  •  314 Visualizações

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EDUCAÇÃO DO CAMPO: DIVERSIDADE, DESAFIOS E POSSIBILIDADES

SELEGUIM, Elaine Cristina Rozendo

IRALA. Clóvis .

RESUMO: Este artigo em seu contexto educacional apresenta os desafios e as diversidades da educação do campo. Nesse sentido a pesquisa realizada na Escola Municipal do Campo Professora Maria da Conceição situada no município de Bataguassu se deu pela metodologia da pesquisa bibliográfica, compreendendo os aspectos políticos e pedagógicos e a organização curricular levando em consideração o modo de vida de produzir no campo, suas reais necessidades e interesses, a relação com a terra, o meio ambiente e as especificidades físicas. Investiga-se ainda se há ou não há valorização do diálogo e das práticas democráticas na escola, se há ou não o reconhecimento e valorização da diversidade social e cultural da comunidade no âmbito do direito à igualdade e do respeito às diferenças e resgate da identidade da população atendida. Pensar a educação do campo hoje é pensar na escola e no homem do campo, seu contexto, sua dimensão como cidadão participante do processo produtivo na formação sócio-política de sua comunidade e região.

Palavras- chave: Escolas do Campo, Educação, Transformação.

ABSTRACT: This article in its educational context presents the challenges and diversities of rural education. In this sense, the research carried out at the Municipal School of Campo Professora Maria da Conceição located in the municipality of Bataguassu was based on the methodology of bibliographic research, comprising the political and pedagogical aspects and the curricular organization taking into account the way of life of producing in the field, its Real needs and interests, the relationship with the land, the environment and the physical specificities. It is also investigated whether or not there is an appreciation of dialogue and democratic practices in school, whether or not there is recognition and appreciation of the social and cultural diversity of the community in the scope of the right to equality and respect for differences and redemption of the identity of the community. Population served. To think of the education of the countryside today is to think of the school and the man of the countryside, its context, its dimension as a citizen participant of the productive process in the socio-political formation of its community and region.

Keywords: Campus Schools, Education, Transformation.

1.INTRODUÇÃO

A partir da década de 1990 a concepção de Educação do Campo veio a se firmar no Brasil, vindo a desempenhar papel importante no reconhecimento do campo como um lugar de vida, de trabalho, de relações com especificidades próprias, onde vivem populações que caminham em busca do seu reconhecimento como sujeitos de direitos, refletindo, reelaborando e recriando as situações cotidianas, a partir de suas próprias condições de existência social.

É importante pensar em uma educação básica do campo, segundo Caldart (2002), os povos do campo devem ser atendidos por políticas de educação que garantam seu direito a uma educação que seja No e Do Campo. “No: o povo tem direito a ser educado no lugar onde vive; Do: o povo tem direito a uma educação pensada desde o seu lugar e com a sua participação”. Nessa perspectiva deve-se também pensar em como os professores estão sendo preparados para essa nova realidade educacional.

Tais reflexões sobre a educação do campo não são recentes, nem novidade, elas fazem parte de um grande movimento em defesa da qualidade educacional para crianças, jovens e adultos que vivem no Campo.

No entanto, essa ainda não é uma prática concreta em todos os espaços educacionais do meio rural, aos quais muitas das vezes se prendem as práticas de ensino urbano, reforçando assim uma visão negativa e preconceituosa quanto ao modo de vida, aos hábitos, à cultura, aos conhecimentos e à própria identidade dos seus cidadãos do Campo. De acordo com Camacho (2011) e Ribeiro (2013) a Educação Rural é uma educação domesticadora, neoliberal e urbanizada, comprometida com a reprodução do processo de manutenção da ordem estabelecida, de desterritorialização do campesinato e da subordinação do mesmo ao capital.

A pesquisa realizada na Escola Municipal do Campo Professora Maria da Conceição, localizada no Projeto de Assentamento Santa Clara, município de Bataguassu, Estado de Mato Grosso do Sul, onde foi feita a observação sistemática, a aplicação de questionário e análise dos documentos da escola, ao analisar os documentos: Projeto Político Pedagógico e Regimento Escolar, buscou-se através de registros que pudesse confirmar o modelo de ensino predominante na Escola Municipal do Campo Professora Maria da Conceição.

A ideia de uma cultura universal, de uma padronização de valores e comportamentos, no qual, a maioria da população que vive no e do Campo é considerada como a parcela atrasada e deslocada da sociedade moderna.

2.PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO

A educação do campo deve compreender que os sujeitos possuem suas histórias, participam de lutas sociais, sonham, têm nomes e rostos, lembranças, gêneros, raças e etnias diferenciadas. Cada um se forma na relação de pertencer a terra. Portanto, os currículos precisam se desenvolver a partir das formas mais variadas de construção e reconstrução do espaço físico e simbólico, do território, dos sujeitos, do meio ambiente. O currículo precisa incorporar essa diversidade, assim, como precisa tratar das incompatibilidades de ideias que envolvem a educação do campo.

Políticas de educação como formação humana pautam-se pela necessidade de estimular os sujeitos da educação em sua capacidade de criar como outros um espaço humano de convivência social desejável.

A formação humana é todo o processo educativo que possibilita ao sujeito constituir-se enquanto ser social responsável e livre capaz de refletir sobre sua atividade, capaz de ver e corrigir os erros, capaz de cooperar e de relacionar-se eticamente, porque não desaparece nas suas relações com o outro. Portanto, a educação como formação humana é também uma ação cultural.

Esse processo que engloba conhecimentos, atitudes, valores e comportamentos construídos no processo educativo devem refletir-se também na dimensão institucional de forma permanente e sistemática

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