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A EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: DESAFIO PERMANENTE DA ESCOLA

Por:   •  16/4/2018  •  Projeto de pesquisa  •  3.939 Palavras (16 Páginas)  •  290 Visualizações

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EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: DESAFIO PERMANENTE DA ESCOLA

Milena Baldessar

Orientador – Aurélio dos Santos  Souza

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Pedagogia 1319

24\11\2017

RESUMO:  As lutas pelo reconhecimento positivo das diferenças são antigas, longas e duradouras. Diversidade tornou-se um conceito político por excelência e distintos grupos sociais e identitários advogam o termo para afirmar, positivamente, suas diferenças. Contudo que  quando o termo é utilizado em educação, já não se trata de quaisquer diferenças ou de diferenças em geral. Compreendemos que igualdade e diferença não são categorias absolutas dependem das relações em jogo para definir o igua1 e o diferente e assim, num processo de poder e dominação, gerar a marginalização e a exclusão. O desafio da escola e dos projetos educativos que orientam as práticas está no fato de que, para compreender a cultura de um grupo ou de um indivíduo que dela faz parte, é necessário olhar a sociedade onde o grupo ou o indivíduo estão e vivem

PALAVRAS CHAVES: Educação. Diversidade. Escola

INTRODUÇÃO

         A presente pesquisa  apresenta o estudo sobre o desafio que a escola possui em trabalhar com a diversidade.

Procurou-se  primeiramente pesquisar  sobre o termo "diversidade" que  tem o sentido de afirmar, positivamente, diferenças.   Foi compreendido que  quando o termo é utilizado em educação, já não se trata de quaisquer diferenças ou de diferenças em geral.

Sendo assim a diversidade em educação quer afirmar a presença de sujeitos de direitos para os quais e com os quais é preciso desenvolver estratégias que levem em conta a natureza dessas diferenças e as desigualdades que, por processos históricos, políticos, sociais e culturais, foram impostas aos grupos que agora se reconhecem como diversos.

Diversidade tornou-se um conceito político por excelência e distintos grupos sociais e identitários advogam o termo para afirmar, positivamente, suas diferenças. As lutas pelo reconhecimento positivo das diferenças são antigas, longas e duradouras, mas é possível identificar, em meados dos anos 1960, em especial nos Estados Unidos3, lutas de grupos que enfrentaram processos históricos de violência e discriminação, para afirmar seu direito de ser diverso.

Dessa forma ficou evidente durante a pesquisa que houveram e há muitas  lutas contra discriminação, segregação, preconceitos e violências orientadas especificamente a determinados grupos em função de características dessas pessoas – gênero, raça/etnia, orientação sexual marcam as lutas pelos direitos civis, são referências nas lutas pelos direitos humanos e podem ser vistas como ação e afirmação positiva das diferenças: atualmente compreendidas como afirmação da diversidade.

1 O QUE É SER DIFERENTE?

Para Brandão (1986), o diferente e a diferença são partes da descoberta de um sentimento que, armado pelos símbolos da cultura, nos diz que nem tudo é o que eu sou e nem todos são como eu sou. O que está em jogo é a imensa diversidade que nos informa, e  que nos constitui como sujeitos de uma relação de alteridade.

A alteridade revela-se no fato de que o que eu sou e o outro é, não se faz de modo linear e único, porém constitui um jogo de imagens múltiplo e diverso. Saber o que eu sou e o que o outro é depende de quem eu sou, do que acredito que sou com quem vivo e por quê.

 Depende também das considerações que o outro tem sobre isso, a respeito de si, pois é nesse processo que cada um se faz pessoa e sujeito, membro de um grupo, de uma cultura e sociedade. Depende ainda do lugar a partir do qual nós nos olhamos.

Trata-se de processos decorrentes de contextos culturais que nos formam e informam, deles resultando nossa compreensão de mundo e nossas práticas frente ao igual e ao diferente.

Identidade e a alteridade revelam, portanto, que o outro não é inexistente e estrangeiro, distante de nós e daquilo que constitui nosso mundo. O que a alteridade diz é que o outro existe e está no nosso mundo, como nós estamos no dele. É esse encontro que nos desafia e exige nossa definição.

O eu e o outro, enquanto nós é parte de um contexto relacional marcado, antes de qualquer coisa, por relações de hierarquia e poder. Como então fazer do outro um mesmo, transitar pelo seu mundo e ele no nosso, sem confronto, sem conflitos, sem fazer dele igual para melhor submetê-lo? Como conviver com as diferenças e estabelecer relações solidárias e de equidade entre sujeitos diferentes? Estes são os desafios permanentes da educação e da escola.

Como pensar a escola e suas muitas imagens ou faces? Na tentativa de buscar alguns caminhos, Cunha (1998, p.80), afirma que “... ainda são as diferenças o que move as sociedades desse planeta.". Por sua vez, a grande artista plástica  Tarsila do Amaral, com o quadro "Os operários" e os muitos rostos que nos olham, revela um pouco de nossa diversidade social e cultural, apontando para diferentes formas de ser, estar e se pensar como parte dessa realidade chamada Brasil. Tais rostos nos revelam aspectos mais complexos que nos envolvem. Assim, falam de como se dá o processo de formação de imagens no contexto social e histórico em que vivemos. Falam de como essas imagens transitam por nossa mente e por nossas vidas e, nesta medida, acarretam consequências sobre o que é vivido por nós.

Portanto é necessário recuperar e ensinar às crianças o respeito mútuo entre diferentes, tanto como é preciso fazer ver ao professor as introjeções da sociedade em sua percepção de mundo e, com isso, resgatar a história com sua diversidade.  

A partir da obra de  Tarsila, compreendemos, ainda, a pluralidade social, cultural e étnica que envolve a realidade brasileira e a escola. Mais que tudo, revelam a questão do outro como diferente.

1.1 Diversidade, educação e escola

A diversidade nos reflete como parte das relações de poder e nos envolve em todas as dimensões da vida vivida, no nosso cotidiano e até mesmo ali, onde sequer suspeitamos de sua existência. Com isso, segundo Santos vale perceber que:

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