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EDUCAÇÃO DO ESPÍRITO, UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA A HUMANIDADE

Por:   •  22/5/2017  •  Artigo  •  3.950 Palavras (16 Páginas)  •  159 Visualizações

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Autora: Lúcia Vanda Rodrigues      

EDUCAÇÃO DO ESPÍRITO, UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA A HUMANIDADE

        Recorrendo aos anais da história da educação formal, observamos seu início por volta do quarto milênio antes de Cristo, com a invenção da escrita, mais precisamente com a escrita cuneiforme, praticada na região da Mesopotâmia. Logo após surgiria, no antigo Egito, a escrita hieroglífica. Mas é somente no século XIII a.C, que surge o primeiro alfabeto, através dos fenícios, aperfeiçoado depois com os gregos.

         Antes de surgir a escrita, a transmissão do conhecimento era realizada oralmente. Com seu aparecimento, o homem pode registrar seus feitos, passando a contar com textos e livros, o que proporcionou também o surgimento das escolas.

          Na Grécia antiga, encontramos Hesíodo e Homero como pioneiros no uso da escrita e na elaboração de obras de cunho pedagógico, este último deixando seu nome registrado no período clássico da História da Educação na Terra.

         Com o surgimento da Filosofia, no século VI a.C, o homem passa a dar um novo sentido a sua vida, sendo retirado da fase em que vivia mergulhado nas narrativas fabulosas de seus antepassados, para ingressar em outra fase na qual deveria exercitar seu raciocínio por si mesmo, ingressando na fase da razão.

         A respeito da transição entre essas duas fases, Portasio (2008), comenta que os sofistas viriam a ser os primeiros professores da História e que com eles apareceu a primeira pedagogia, cujo sistema visava formar homens habilidosos no trato com as palavras e os argumentos. A educação sofista, no entanto, encontrou oposição na educação socrática, que por sua vez objetivava a formação de consciências.

        Sócrates utilizava-se da técnica da maiêutica para promover a exteriorização das idéias, demonstrando, através do diálogo com os jovens da época, que o homem já traz em si as respostas às perguntas que habitualmente formula.

         Platão, discípulo de Sócrates, foi o responsável pela continuidade da obra pedagógica de seu mestre. Foi ele quem criou a Academia, considerada a primeira escola do mundo, com salas de aula, biblioteca e alojamento para estudantes. Sua obra dirigia-se ao Espírito imortal, acima de tudo, e não apenas ao ser finito, ensinando ao homem, durante séculos, a lidar com os conteúdos do Espírito.

         Platão possuía um discípulo, o sábio Aristóteles, que também montou uma escola, o Liceu e que foi um dos primeiros pedagogos a estudar o psiquismo humano para explicar a formação do fenômeno educativo na mente.

          As escolas organizadas na Grécia desse período clássico serviram de modelo para outras que viriam a serem montadas nas culturas ocidentais, a partir da era medieval. Lógico que ocorreram mudanças nos métodos de ensino, nos recursos pedagógicos e no próprio conceito de educação, mas o modelo básico ali se situa.

         Quando o maior pedagogo da História da Educação veio ao mundo, Jesus, os caminhos da cultura, de certa forma já haviam sido aplainados. O homem, porém, apesar da existência da instrução, continuava bárbaro e inculto, faltando-lhe o trato moral, que Jesus veio oferecer através de sua pedagogia inigualável, que utilizava a arte de interrogar em alto grau, apontando o próprio homem como responsável único por sua felicidade ou infelicidade, como artífice de sua própria estória. Para isso deixou vários ensinamentos, resumidos na Lei de Amor, cuja essência se encontra na frase: Faz para o outro o que gostaria que fosse feito para ti mesmo. 

         Após Jesus, a educação cristã estendeu-se através dos tempos, eivada muitas vezes, de grandes equívocos, provindos da ambição desmedida dos homens afeitos ao poder temporal e efêmero do mundo.

         Na Idade Média, a partir do século XII, surgem as Universidades na Europa, fato que deu grande impulso na educação humana. O renascimento sinalizou para o homem a retomada de seu crescimento espiritual, em moldes de acordo com seu amadurecimento.

         Já na Idade Moderna, a Educação ganha novos contornos graças ao trabalho de homens notáveis que alargaram o campo do conhecimento, permitindo assim, que o homem mais simples tivesse acesso a ele. O pioneiro dessa façanha foi René Descarte, que propôs um novo modelo de homem, formado de matéria e de Espírito, o ser pensante prevalecendo nessa dualidade, e acima desses dois elementos Descartes situou Deus, que encerra a idéia de perfeição.

          No século XVII encontramos Jan Amós Comenius, considerado o maior pedagogo da época, apresentando um método considerado um marco inicial da pedagogia moderna, com sua proposta de educação intuitiva.

         O século XVIII seria marcado pela consolidação do processo educacional da Humanidade, graças às profundas transformações que esse período traria para a cultura humana. O Iluminismo construiria um novo modelo de homem, cujo desenvolvimento intelectual viria a demonstrar a importância da educação no contexto de sua instrução, alicerçada em valores morais reconhecidamente indispensáveis.

         A França ficou marcada como berço das idéias iluministas, que desembocariam na Revolução Francesa, marco de um novo tempo, na História de Educação da Humanidade.

          Ao iniciar-se o século XVIII, encontramos uma plêiade de reformadores, entre os quais citamos, como marco inicial de uma reforma na educação no ocidente, Rosseau, denunciando uma falsa “educação” praticada na época, principalmente na França, propondo, em sua obra Emílio, uma nova educação baseada no desenvolvimento natural da criança, antevendo o surgimento a psicologia infantil.

           No final do século XVIII e início do século XIX despontou outro pedagogo, chamado Johamn Heinrich Pestalozzi, que recebeu fortes influências de Rousseau. Pestalozzi definiu a educação como sendo o desenvolvimento harmônico de todas as potencialidades do ser, considerando como elementos básicos no interior da criatura humana a inteligência, o sentimento e a vontade. Para ele, essa tríade, sintetizada em educar a cabeça, o coração e as mãos, ganhava amplitude incomensurável quando se cria a relação de amor entre educando e educador (oliveira, 2002). Para Pestalozzi, a grande conquista da educação, é a autonomia do homem, pela maturidade de suas potências morais, que já se encontram em gérmen em seu mundo íntimo ao nascer (OLIVEIRA, 2002).

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