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ENSAIO SOBRE LIMITES, PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES PARA A EDUCAÇÃO NACIONAL

Por:   •  28/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  903 Palavras (4 Páginas)  •  451 Visualizações

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ENSAIO SOBRE LIMITES, PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES PARA A EDUCAÇÃO NACIONAL[1]

Pensar na educação nacional requer pensá-la inserida dentro do contexto sociocultural contemporâneo, a “pós-modernidade”, que pode ser compreendida como uma crise que está desencadeando uma mudança paradigmática em todos os níveis de compreensão dos indivíduos. Miriam Adelman (2009) destaca que a pós-modernidade, como movimento complexo na política e na cultura, está sujeita a diversas interpretações. No discurso sociológico, de acordo com a autora, prevalece a tendência de entender a pós-modernidade como “cultura afirmativa” e associa:

[...] a sensibilidade pós-moderna à manipulação “hipermoderna” do mundo das imagens, prazeres consumistas imediatos e ilimitados e desejos que se satisfazem sem sequer implicar em qualquer tensão sua realização e as possibilidades ou oportunidades sociais (ADELMAN, 2009, p. 212).

Ao analisar o momento de surgimento da pós-modernidade, Adelman (2009) aponta, a partir das considerações de Andreas Huyssen, que em meados dos anos 60 a sociedade viu florescer o movimento de “vanguarda” e posteriormente o surgimento de identidades geradas por um discurso de radicalização da modernidade e argumenta que a terceira fase da pós-modernidade é caracterizada por identidades que emergem a partir de elementos centrais de um “pós-modernismo de resistência”. Para Huyssen o “contemporary postmodernism is that operates in a field of tension between tradition and innovation, conservatism and renewall, mass culture and high art” (HUYSSEN, p. 264 apud ADELMAN, 2009, p. 214) .

Deve-se reconhecer que o mundo contemporâneo (ou pós-moderno) é diferente do mundo no qual e para o qual e educação foi inicialmente pensada e sistematizada. Há, nesse sentido, um descompasso entre a sociedade e a escola. Juarez Dayrell (2007) aponta:

Na escola ainda domina uma determinada concepção de aluno gestada na sociedade moderna. Nesse momento, havia uma clara separação da escola com a sociedade, com a primeira sendo considerada espaço central de socialização das novas gerações, responsável pela inculcação de valores universais e normas que deviam conformar o individuo e, ao mesmo tempo, torná-lo autônomo e livre (Dubet, 1994). Quando o jovem adentrava naquele espaço, deixava sua realidade nos seus portões, convertendo-se em aluno, devendo interiorizar uma disciplina escolar e investir em uma aprendizagem de conhecimentos (DAYRELL, 2007, p. 1119).

No entanto, apesar dos muros escolares estarem cada vez mais altos, eles ruíram simbolicamente e por isso as escolas foram ocupadas por uma multiplicidade de infâncias, adolescências e juventudes, de pertencimentos diferentes e desiguais. Neste sentido, há a necessidade de pensar a educação escolar num tempo em que a condição infanto-juvenil possui atravessamentos sociais diversos, o que produz alunos diferentes daqueles esperados pela racionalidade que impera na cultura escolar vigente. Mas a dinâmica escolar está dentro de um contexto maior, que deve ser problematizado.

De acordo com Marcelo Pereira do Amaral (2010), a emergência de um “novo” contexto social sugere que as políticas da educação devem ser repensadas no contexto de uma sociedade globalizada. O autor destaca que “um regime internacional de educação é o resultado da dinâmica de interação entre elementos cognitivos (princípios, normas, valores) e novos agentes (organismos internacionais, ONGs, etc.) em novos contextos sociais” (AMARAL, 2010, p. 50). É de suma relevância, portanto, ter em vista que o processo educativo é mediado pelo contexto sociocultural e, assim sendo, as políticas públicas educacionais devem ser objeto de estudo no cenário nacional e internacional.

Dentre as políticas do cenário nacional, a análise da gestão da educação faz-se necessária e deve ser pautada numa compreensão crítica e histórica da realidade educacional brasileira. Isso porque, conforme Fabiana Pereira Barros e Jani Alves da Silva Moreira (2001) apontam, ao longo da história da educação pública nacional houve (e há) falta de recursos e também uma ineficiente gestão voltada para uma educação pública de qualidade. De acordo com as autoras:

[...] a educação no Brasil, desde o período colonial, buscou segregar uma parcela da população e relegou o ensino aos padrões e requisitos mínimos, principalmente à classe trabalhadora (ANDRADE E SOUSA JUNIOR, 2002 e 2006)

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