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Extensão Universitária

Por:   •  5/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.232 Palavras (17 Páginas)  •  315 Visualizações

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Extensão Universitária

Elisa Mariana Torres

Introdução

Conforme previsão da grade curricular do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba, me inscrevi na disciplina optativa: Docência do Ensino Superior.

Como proposta avaliativa escolhi o tema: Extensão Universitária, para a construção durante o percurso da disciplina de um trabalho final, uma vez que participei como bolsista de um programa de Extensão da Universidade.

        Levando em consideração que a extensão faz parte das três dimensões constitutivas da universidade (ensino, pesquisa e extensão) e sendo assim, de relevante importância discuti-la, pretendemos fazer alguns apontamentos, uma vez que participamos de projetos de Extensão na UFSCar que de fato dialogavam com as outras duas dimensões, gostaríamos de conhecer um pouco mais sobre o tema, utilizando algumas pesquisas para tanto.

        Quando discutimos em sala de aula o texto do José Dias Sobrinho, Educação Superior, globalização e democratização. Qual universidade? Foram levantadas algumas questões que despertaram nosso interesse para o tema, lembrando que a Extensão tem um viés social. Os projetos de Extensão Universitários têm contribuído para a superação das mazelas sociais que

        Os texto escolhidos  tratam de como historicamente foram constituindo-se a Extensão nas Universidades trazendo pesquisas dessas práticas e assim contribuindo para nossa compreensão do tema.

        Escolhemos pesquisar sobre extensão também porque a UFSCar por meio dos projetos de extensão tem se feito presente na educação sorocabana, contribuindo para uma visão crítica e participativa dos sujeitos envolvidos com o cotidiano escolar do município.

        E por fim pretendemos relatar nossa participação em projetos de Extensão, como a experiência norteia nossa prática, nossa postura profissional e pessoal a partir dessa vivência.

Compreendendo um pouco sobre a Extensão Universitária

        Um dos textos escolhidos como base de pesquisa é iniciado pelas autoras com a conceituação do que é extensão universitária, como sendo "um processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre universidade e sociedade", para tanto se utilizam do conceito apresentado. (GARRAFA apud HUNGER, 2014, p. 337)

        Foi realizada por elas uma pesquisa e a metodologia se baseou no material resultante na teoria de Norbert Elias, que afirma ser o pensamento do docente modelado segundo todas as suas experiências coletivas e não individuais, sendo necessário compreender as relações estabelecidas entre eles.

        Foram entrevistados dez professores universitários de duas instituições públicas do interior de São Paulo, por meio de questionários semiestruturados, na tentativa de compreender as relações intelectuais, políticas, econômicas e sociais estabelecidas no interior das Universidades Públicas.

        As autoras objetivaram com a pesquisa investigar os dignificados da Extensão no final da década de 90.

        A Extensão Universitária faz parte do cotidiano dos professores entrevistados e alguns compreendem ser a extensão um complemento do ensino e da pesquisa e outros são contrários à Extensão.

        É nesse impasse que se articula as atividades extensionistas segundo Hunger.

É nessa trama de forças sociais e intelectuais de discursos disseminados historicamente no âmbito universitário que se originam os modos de observar e pensar a Extensão, ou seja, os professores entrevistados incorporam o papel milagroso atribuído à Extensão. Na prática da Extensão, estaria sendo recuperada a função social da Universidade e seu reconhecimento. (HUNGER, 2014, p. 340)

Para alguns professores as atividades extensionistas estão voltadas para a resolução de problemas internos da universidade. As dificuldades já foram detectadas, porém não se passou dessa fase.

De acordo com o que se colocou nas entrevistas, os professores dão a entender que o meio acadêmico está coisificado, ou seja, por vezes o objeto/sujeito perde sua subjetividade, tornando-se estático.

Elias (1980) defende que certas transformações sociais só se efetuam quando ocorre uma reordenação do discurso e do pensamento, partindo do pressuposto de que as pessoas modelam as suas ideias sobre todas as experiências e, essencialmente, sobre as experiências que tiveram dentro do seu próprio grupo. Assim, entende que é preciso promover a evolução de um pensamento e de uma imaginação social relativamente à percepção de interconexões e configurações elaboradas pelas pessoas, pois as configurações são formadas por grupos interdependentes de pessoas e não por indivíduos singulares. (HUNGER, 2014. p. 343)

Segundo o teórico utilizado para análise dos dados coletados na pesquisa, em sociedades primitivas havia a troca dos produtos excedentes de suas necessidades e que as universidades centralizadas criam as funções especializadas para atividades que excedem.

Os termos muros, dentro, fora utilizados pelos entrevistados configura-se um arcabouço conceitual.

Valor maior há na publicação, na Extensão não, portanto há um desinteresse, desconsiderando a comunidade atendida e a interação social dessa relação.

O problema levantado por Elias (1980) é que, ao se tentar compreender as teias humanas, a língua corrente ainda obriga o indivíduo a falar e a pensar como se todos os objetos de pensamento - incluindo as pessoas - fossem na realidade estáticos; considerando-os como se não estivessem implicados em relações. Entretanto, uma pessoa está em constante movimento; ela não só atravessa um processo, ela é um processo. Nas entrevistas. é visível que o indivíduo, universidade e sociedade são objetos, coisas separadas como as mesas, cadeiras, carteiras e os gabinetes dos professores. ( HUNGER, 2014, p. 347)

        

Em todas as relações há a disputa pelo poder, para as autoras na universidade não é diferente, intelectuais medem forças nas funções de ensino, pesquisa e extensão. De acordo com as entrevistas apontam, o poder universitário está centralizado na produção científica.

O distanciamento da comunidade, segundo os entrevistados, acontece por terem de conquistar a titulação acadêmica de mestre e doutor.

Há um jogo pelo poder que Elias (1980) menciona como "uma série de modelos de jogos com regras..." no qual quem participa exerce o controle.

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