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FATORES QUE IMPOSSIBILITAM O ENSINO EFICAZ DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MARANHÃO

Por:   •  12/8/2016  •  Artigo  •  3.211 Palavras (13 Páginas)  •  510 Visualizações

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FATORES QUE IMPOSSIBILITAM O ENSINO EFICAZ DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MARANHÃO

Ana Lúcia MaiaGama

Liliam Doussou Romero

Eje Temático: Evaluación de las Instituciones

Expositor: Ana LúciaMaia Gama

Email: anamaiagama@hotmail.com

liliamromero1995@gmail.com

O trabalho ora apresentado é parte de uma investigação maior de tese de doutorado em Humanidades e Artes com ênfase em Ciências da Educação, na Universidade Nacional de Rosário – UNR que tem como objeto de estudo “O ensino da Geometria no Curso de Pedagogia da Faculdade Santa Fé”. Neste, objetiva-se compreender que fatores, na estrutura e funcionamento do Curso de Pedagogia, impossibilitam um ensino eficaz da Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Apresenta-se a trajetória histórica do Curso de Pedagogia no Brasil, a configuração dos debates das diretrizes e das alterações que vem sofrendo este curso. Destaca-se em seguida, o papel da Matemática no desenho curricular do curso de Pedagogia de três Instituições de Ensino Superior privadas que atuam no Estado do Maranhão e sua relação com as normas instituídas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais – DCN do Curso de Pedagogia, com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN para o ensino da Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental e com outros textos legais que regulamentam a formação inicial dos professores da Educação Básica. A fundamentação teórica e metodológica é embasada em Shulman (1986), Chevallard (1991), Triviños (2007), Ludke; André (1986), Moraes (1999). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, não experimental e descritiva. A técnica usada foi a entrevista semiestruturada. Na pesquisa participaram 18 professores egressos de três Faculdades (A, B, C), nas cidades de São Luis e Pinheiro, no período de março a abril de 2015. Os resultados da pesquisa evidenciam que entre os fatores, na estrutura e funcionamento do Curso de Pedagogia que impossibilitam um ensino eficaz da Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental encontram-se: 1) A trajetória histórica da formação inicial do professor para atuar nos AIEF; 2) As divergências existentes entre as políticas educacionais e a sua efetivação nos cursos de formação do professor da Educação Básica; 3) A organização curricular; 4) Ementas com abordagem muito elementar dos conteúdos de geometria e 5) A não atualização da estrutura curricular.

Palavras chave: Instituição de Ensino Superior – Curso de Pedagogia – Eficácia Profissional.

Introdução

Este artigo descreve os resultados parciais da pesquisa desenvolvida para a tese de doutorado em Humanidades e Artes com ênfase em Ciências da Educação na Universidade Nacional de Rosario – UNR, cujo objeto de estudo é “O ensino da Geometria no Curso de Pedagogia da Faculdade Santa Fé”.

A pesquisa foi conduzida com objetivo de compreender que fatores, na estrutura e funcionamento do Curso de Pedagogia no Brasil, impossibilitam um ensino eficaz da Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

As perguntas de pesquisa centraram-se na relação entre as políticas de formação de professores, as práticas institucionais e o conhecimento matemático e pedagógico adquiridos no Curso de Pedagogia para atuar nos anos iniciais do Ensino Fundamental (AIEF).

A formação inicial dos professores generalistas para a escola primária (hoje anos iniciais do Ensino Fundamental) no Brasil tem perpassado por mudanças legais, organizativas e estruturais que vão desde a criação das Escolas Normais no Rio de Janeiro em 1835 à implantação das Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia em 2006.

Atualmente, as seguintes normativas oficiais regem as Instituições de Ensino Superior voltadas para a formação de professores generalistas no Brasil:

  1.  Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN nº 9394/96 que, com sua flexibilidade, induz à autonomia curricular das Instituições de Ensino Básico e Superior;
  2. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, graduação plena – Resolução CNE/CP nº 1/2002, que assegura em seu Art. 3º “a formação de professores observará princípios norteadores que considerem a coerência entre a formação oferecida e a prática esperada do futuro professor tendo em vista a aprendizagem como processo de construção de conhecimentos”;
  3. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia (DCNP), licenciatura – Resolução CNE/CP nº 1/2006. Nestas, lê-se no Art. 5º: “o egresso do Curso de Pedagogia deverá estar apto a ensinar Matemática e todas as demais disciplinas de forma interdisciplinar e adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano”.

No entanto, ainda não se percebe efetivo cumprimento das imprescindíveis normativas citadas, no que se refere ao processo ensino aprendizagem na formação oferecida pelas Instituições de Ensino Superior, de tal modo que o professor possa atuar com eficácia nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (AIEF) brasileiro.

Tal fato é comprovado pelos dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas \ Educacionais Anísio Teixeira - INEP, referentes à avaliação diagnóstica em grande escala do ensino em toda rede pública brasileira, realizada com a Prova Brasil.

Para essa avaliação, Prova Brasil, em relação aos conhecimentos matemáticos dos alunos do 5° ano, o Ministério da Educação - MEC - utiliza uma Escala de Desempenho com 10 níveis de habilidades e máximo de 375 pontos. Em 2011, os conhecimentos matemáticos dos alunos brasileiros somaram 209,63 enquadrando-os no Nível 4 (200 - 225), ou seja, 55,89% das habilidades desejadas. Na avaliação de 2013, o alunado continua no Nível 4, porém com pontuação reduzida para 205,10 ou 54,69% do estipulado pelo MEC.

Quanto aos conhecimentos matemáticos dos alunos maranhenses, os resultados da Prova Brasil de 2011, 5º ano, mostram o fraco desempenho nessa disciplina, somente 47,25% · possuem habilidades desejadas para o ano escolar ao qual pertencem. Ainda segundo o INEP, nos resultados da Prova Brasil de 2013, em relação à resolução de problemas matemáticos 9% tem aprendizado adequado, 29% pouco aprendizado e 62% quase nenhum aprendizado.

O resultado de um conhecimento matemático deficiente por parte do aluno é também refletido na média de acertos em Geometria na Prova Brasil, 5° ano. De acordo com o INEP, é de apenas 44% do esperado, confirmando os estudos de Alarcón (apud PANIZZA, 2006, p. 176) "[...] o ensino da Geometria nos anos iniciais do Ensino Fundamental caracteriza-se pela memorização dos alunos quanto aos nomes das figuras e dos mapas geométricos".

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