TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Fichamento CHAUÍ, Marilena. Histórico do termo, in: O que é Ideologia. 2ª ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 2006.

Por:   •  3/8/2016  •  Resenha  •  1.295 Palavras (6 Páginas)  •  2.633 Visualizações

Página 1 de 6

HISTÓRICO DO TERMO

O livro é dividido em três partes: “PARTINDO DE ALGUNS EXEMPLOS”, “HISTÓRICO DO TERMO” e “A CONCEPÇÃO MARXISTA DE IDEOLOGIA”. Na primeira parte, a autora demonstra que a ideologia não é um ideário qualquer, mas um ideário histórico, social e político. Na segunda parte, da qual iremos analisar, Marilena Chauí faz um pequeno histórico do termo, destacando as concepções de Napoleão Bonaparte, Augusto Conte e Marx. Na ultima parte, a autora trabalha a concepção de ideologia a partir da ótica marxista.

Apresentação das ideias do autor

Problema

A Europa oitocentista viveu um processo de desenvolvimento de novas ideias oriundas do Iluminismo que foi propagando-se pelo mundo, refletindo uma serie de transformações significativas na política, religião e economia. No inicio do século, Napoleão toma o poder na França apoiado pelos intelectuais franceses materialistas. No meado, o positivismo ganha força a partir de Augusto Conte, e Karl Marx,

A autora busca uma definição do termo ideologia no capitulo intitulado “Histórico do termo”, mostrando que o conceito foi utilizado pela primeira vez por volta de 1800, pelo franceses Dr. Cabanis, juntamente com Destutt, em um livro dá época intitulado “Eléments d'ldéologie (Elementos de Ideologia)”, tendo com escopo desenvolver uma nova Ciência: Gênese das ideias (pg 22-23). Assim, a função da teoria é desvendar os processos reais e históricos, sinalizando os trajetos que levam a exploração e a dominação e os que conduziram também o homem a liberdade. Quer dizer, a teoria tem uma função crítica que lhe é intrínseca, mas, em si mesma, não ostenta valores externos ao processo objetivo. Napoleão, em 1812, dá outro significado à palavra ideologia, no seu discurso onde declarou que “Todas as desgraças que afligem nossa bela França devem ser atribuídos à ideologia, esta tenebrosa metafísica que, buscando com sutilezas as causas primeiras, quer fundar sobre suas bases a legislação dos povos, em vez de adaptar as leis ao conhecimento do coração humano e às lições da história”(pg 24-25), desvalidando a posição dos intelectuais que o apoiaram no Golpe do 18 Brumário. Posteriormente, o positivista Augusto Comte retorna com o conceito de ideologia empregado originalmente pelos franceses no período anterior ao golpe de Napoleão

A autora nos apresentação em um segundo momento que Augusto Comte se incumbiu de ampliar a visão de o que era ideologia. Para Comte, segundo Chauí, a humanidade tende a passar por três fases: a fase fetichista ou teológica em que o homem explica a realidade por meio do mover divino; a fase metafísica em que o homem explica a realidade através de princípios gerais e abstratos; e a fase positiva ou cientifica em que o homem contempla a realidade, a analisa, formula leis gerais e cria uma ciência social que servirá de base para o comportamento individual e coletivo. Cada uma dessas explicações para os fenômenos naturais e humanos compõe uma teoria, ou melhor, uma ideologia.

Objetivos

Analisar a trajetória do conceito de ideologia a partir do entendimento de alguns autores do século XIX, destacando a diferença entre as concepções defendidas por Napoleão e Marx e as defendidas por De Gérando, Volney, DeStutt de Tracy e os positivistas do século XIX.

·

Elaboração sobre a leitura

Na obra “Elementos de Ideologia”, os autores franceses pretendiam construir ciências morais dotadas de tanta certeza e exatidão quanto as naturais, despidas, assim, dos resquícios metafísicos e teológicos.

Os ideólogos franceses eram antiteológicos, antimetafísicos e antimonárquicos. Pertenciam ao partido liberal e esperavam que o progresso das ciências experimentais, baseadas exclusivamente na observação, na análise e síntese dos dados observados, pudesse levar a uma nova pedagogia e a uma nova moral. Contra a educação religiosa e metafísica, que permite assegurar o poder político de um monarca, De Tracy propõe o ensino das ciências físicas e químicas para “formar um bom espírito”, isto é, um espírito capaz de observar, decompor e recompor os fatos, sem se perder em vazias especulações.(pg 22).

Antes do golpe de Napoleão, as ideologias e seus ideólogos eram respeitados e tinham certas influencias dentro do território, mas a partir do discurso de 1812, onde Napoleão rompe com esses teóricos, as palavras desferidas pelo mesmo assumiram conotações pejorativas associando-se, para a maioria, com a metafísica, diferentemente da concepção dos próprios intelectuais. A autora diz que “o curioso, como veremos adiante, é que se a acusação de Bonaparte é infundada com relação aos ideólogos franceses, não o seria se se dirigisse aos ideólogos alemães, criticados por Marx”(pg 25). Com Karl Marx, o significado pejorativo foi conservado quando se dirigia aos ideólogos alemães, pois para ele os ideólogos invertiam as relações entre as ideias e a realidade, formando um sistema

...

Baixar como (para membros premium)  txt (8.5 Kb)   pdf (79.9 Kb)   docx (12.3 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com