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Função Social da Escola como Espaço de Inclusão

Por:   •  23/10/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.982 Palavras (8 Páginas)  •  340 Visualizações

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O desenvolvimento da tecnologia tem exigido mudanças cada vez mais rápidas

da sociedade. Dessa forma, muitas escolas estão encarando um novo desafio:

acompanhar essas transformações. Sendo assim, de que forma isso pode auxiliar no

processo de inclusão? Os avanços em relação à garantia do acesso das pessoas com

deficiência à escola regular são notáveis, mas será que isso é suficiente? É possível

abordarmos a educação inclusiva em escolas que promovem a inclusão excluindo?

Assim cabe a nós refletirmos qual é a função social da escola e do professor,

como agentes de intervenção, onde se faz necessário pensar a inclusão escolar por meio

de acontecimentos históricos e filosóficos em relação à mesma dentro e fora da sala de

aula.

No mais, retratarei exemplos como o da professora Roberta (CRAVEN, 1999) que provou que cada um é capaz de fazer qualquer coisa na vida (mesmo que possua limitações e/ou deficiências), bem como do professor Keating (WEIR, 1989) que encoraja seus alunos a enfrentarem seus medos e enxergar o mundo por um ângulo diferente. Além de ressaltar a importância da escuta sensível do professor, que é essencial para que este possa ajudar o aluno a reconhecer-se como construtor de seu conhecimento, estabelecendo uma relação que contribui para um avanço no processo de desenvolvimento da aprendizagem e inclusão do aluno, através de textos analisados em sala e outros, relacionados ao assunto. A escola no passado A escola é o local que possibilita aos indivíduos à socialização, ou seja, a convivência com seus semelhantes. O país passou por transformações expressivas no que se diz respeito ao funcionamento e acesso da sociedade brasileira ao ensino público, onde antes esse era privilégio das classes sociais abastadas (elite) e, mais: preferencialmente para os homens. As mulheres mal apareciam na cena social, a elas cabia realizar as tarefas domésticas como, por exemplo, cozinhar, costurar e cuidar da casa. De acordo com Louro (Mulheres na sala de aula. In: DEL PRYORE, Mary. História das mulheres no Brasil, 2006): A maior parte das escolas era para os meninos. Eram fundadas por congregações e ordens religiosas femininas ou masculinas; mantidas por leigos, professores para os meninos e professoras para as meninas; estes deveriam ser pessoas de moral inatacável; suas casas deveriam ser ambientes decentes e saudáveis, uma vez que famílias lhes confiavam seus filhos e filhas. As tarefas desses mestres (as) não eram exatamente as mesmas – ler, escrever e contar, saber as quatro operações, mais a doutrina cristã – eram os primeiros ensinamentos para ambos os sexos, mas haviam distinções como: noções de geometria (para os meninos) e bordado e costura (para as meninas). As divisões de classes, etnias e raças tinham um papel importante na determinação das formas de educação utilizadas para transformar as crianças em mulheres e homens. Ainda havia as divisões religiosas, que também diversificavam as proposições educacionais. Não se pode esquecer que, as meninas das camadas populares estavam, desde muito cedo, envolvidas nas tarefas domésticas, no trabalho da roça, no cuidado dos irmãos menores, e que essas atribuições tinham prioridade sobre qualquer forma de educação escolarizada para elas.

Nesse contexto, os indivíduos que possuíam algum comprometimento (deficiência), eram excluídos da sociedade. Na década de 60 surgiram instituições especializadas (escolas especiais, centros de habilitação e centros de reabilitação), com a finalidade de proteger o “diferente” para depois reintegrá-lo ao convívio social. Como podemos observar, havia uma preocupação com a questão social, mais do que com o desenvolvimento destes, pois o próprio termo – reintegração – sugere tacitamente a concepção de desintegração. Sendo que, só é possível reintegrar algo (ou alguém) que foi desintegrado do convívio social. Os portadores de deficiência conviviam socialmente com suas famílias, mas isso não ocorria nas escolas, na Igreja, enfim, na sociedade como um todo, pois estes eram considerados “seres diferentes”, anormais, improdutivos, incapazes, não se enquadrando nos valores desta. Estes eram censurados e sofriam preconceitos, que resultavam em medo e no afastamento dos mesmos. Somente na década de 80, após muita luta pelos direitos das pessoas com deficiência, que a integração começou a ganhar forças. Contudo, com os avanços tecnológicos, notou-se que não era possível apenas integrá-los, seria necessária uma adaptação para que conseguissem atuar de maneira plena e igual aos demais. Assim, surgiu o termo inclusão social, colaborando para a criação de um novo tipo de sociedade, promovendo transformações nos ambientes físicos (espaços internos e externos, equipamentos, aparelhos, utensílios, mobiliários e meios de transportes) e na mentalidade das pessoas, inclusive do próprio deficiente. Desta forma, acrescentou-se a função social da escola, mediar à construção do conhecimento fundamentando e modificando o conceito de participação, colaboração e adaptação, bem como instruir os indivíduos a reconhecer a diversidade como algo natural, considerando-se que todos os membros da sociedade são cidadãos legítimos. A escola como agente de intervenção na sociedade Uma das principais funções da escola é mediar à construção do conhecimento, com o intuito de levar cultura às pessoas, o que lhe impõem grande importância, pois é por meio desta que a sociedade obtém, justifica e altera conceitos de participação, colaboração e adaptação. No Capítulo V – da Educação Especial – da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (LDB), observamos que tanto a escola quanto a sociedade têm um grande desafio pela frente, referente à inclusão. A escola junto aos profissionais da educação deve engajar-se nesse propósito, dedicando-se a fim de fortalecer cada vez mais a inclusão e a qualidade de ensino da educação básica, que é a base do desenvolvimento econômico e social do país. Para que isso se efetive, sabemos que é preciso transformar os atuais modelos de ensino. Assim, ao incluirmos o deficiente na sala de aula, consequentemente, condicionamos as instituições a estabelecerem novos posicionamentos, no que se refere ao sistema de ensino e aprendizagem, formando-se, então, concepções e práticas pedagógicas mais avançadas.

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