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Funções da biblioteca pedagógica de brinquedos

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Por:   •  29/10/2014  •  Artigo  •  1.271 Palavras (6 Páginas)  •  247 Visualizações

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Historicamente, nasce no século XX a primeira brinquedoteca, espaço

destinado à criança para que ela possa brincar em um lugar adequado e agradável,

sem sentir que está atrapalhando o adulto, o qual deve estar lá para auxiliá-la.

Pedagogicamente, a brinquedoteca deve ter como objetivo o incentivo à fantasia,

com a brincadeira de faz de conta, que desenvolve a imaginação, a criatividade e a

socialização da criança. As atividades individuais ou compartilhadas podem permitir

a solução de novos problemas e, portanto, auxiliá-la na estruturação de seu próprio

pensamento. Esse é o espaço em que as atividades lúdicas possibilitam à criança,

de forma individual ou coletiva, construir sua própria visão de mundo.

Foi em Los Angeles, no ano de 1934, que surgiu a ideia para a primeira

brinquedoteca. O diretor de uma escola municipal recebeu do proprietário de uma

loja de brinquedos, situada nas proximidades da escola, a reclamação de que os

alunos estavam furtando brinquedos de sua loja. Sensibilizado, o diretor da escola

entendeu que, se as crianças assim agiam, deveria ser porque não tinham

brinquedos. A partir daí, criaram uma parceria para o uso comunitário de brinquedos,

por meio de empréstimo, surgindo, assim, a primeira brinquedoteca, originalmente

denominada Toy Loan.

Em 1963 em Estocolmo, na Suécia, surgiu a ludoteca ou, como era chamada,

Lekotek. A ideia foi a de orientar os pais de crianças com necessidades especiais ou

que estivessem sofrendo de prejuízos em seu desenvolvimento, para que, por meio

de brinquedos, eles estimulassem especificamente as necessidades de seus filhos.

Os brinquedos eram emprestados em atendimentos individuais e os pais orientados

em como utilizá-los. Para aquelas crianças que não podiam ir à Lekotek, havia uma

pessoa treinada para levar os brinquedos até sua casa, com orientações para ela e

para a família. Esse serviço, mantido pelo Ministério da Saúde e do Bem-Estar

Social do país, tinha um caráter terapêutico e preventivo para crianças com

comprometimentos ou anormalidades em seu desenvolvimento, garantindo o contato

contínuo com brinquedos, uma vez que se acredita ser possível aprender por meio

deles.

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Em 1967, na Inglaterra, surgiram as Toy Libraries, “bibliotecas de

brinquedos”, onde se praticava o empréstimo de brinquedos. No Primeiro Congresso

de Brinquedotecas, realizado em 1976, discutiu-se que as crianças procuravam o

local para convívio, e não para emprestar brinquedos, pois lá permaneciam

socializando-se com outros frequentadores. Mas foi em Toronto, no Canadá, no ano

de 1987, no Congresso Internacional de Toy Libraries, que as brinquedotecas se

expandiram para vários países e assumiram a função de realizar um trabalho de

orientação educacional, estímulo à sociabilidade e resgate da cultura lúdica.

Com diferentes nomes e estruturas de funcionamento, as brinquedotecas

estão em todo o mundo, porém sempre com a mesma meta: preservar o direito de

brincar da criança por meio de atividades lúdicas que permitam a ela se desenvolver

harmonicamente.

No Brasil, a primeira brinquedoteca foi criada no ano de 1981 pela pedagoga

Nylse Helena da Silva Cunha, com características especiais para atender às

necessidades das crianças brasileiras, oferecendo o empréstimo de brinquedos ou a

permanência delas no local para o brincar.

A partir daí, surgiram no Brasil entidades como a Associação Brasileira de

Brinquedoteca (ABB), criada em 1984 também por Nylse Helena da Silva Cunha,

quando da realização de um congresso, que ocorreu em São Bernardo do Campo

(SP) com o Congresso de Educação Pré-escolar da região. Também a Faculdade de

Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) inaugurou em 1988 a Labrimp

(Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos), local onde funcionam a

brinquedoteca em sistema de empréstimo, oficinas e onde estão as obras de

referência para consulta. Pode-se, ainda, destacar a Fundação ABRINQ que, desde

1990, pauta seu trabalho com ações para mobilizar a sociedade, focalizando

questões relacionadas aos direitos da criança e do adolescente.

Pelo senso comum, a brinquedoteca pode ser considerada um lugar no qual

as crianças brincam, porém diversos autores buscam outras definições para esse

espaço, embasando-se em pressupostos que lhe são subjacentes. Dessa forma, na

busca de aprofundamento, Azevedo (2010) apresenta definições dadas por alguns

autores para o significado de brinquedoteca. Para Cely (1997, p. 54), “são espaços

de educação não formal, cultura popular, resgate do brincar como atividade do lazer

e direito de todos”; já segundo Cunha (1994, p. 55), “a brinquedoteca é um espaço

para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma grande variedade

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de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico”. De acordo com

Kishimoto (1994), é um espaço de animação sociocultural, incumbido de transmitir a

cultura infantil, de promover o desenvolvimento da socialização, a integração social

e as representações infantis. Para Bomtempo (1990), a brinquedoteca está para o

brinquedo assim como a biblioteca está para o livro e, ainda, Santos (1997) não

acredita que haja necessidade de nenhum outro atributo além de ser um espaço

para brincar. Por todas essas definições, conclui-se que a brinquedoteca procura

“restituir o espaço, os meios e o tempo para que as crianças brinquem

espontaneamente e sem cobranças” (AZEVEDO, 2010, p. 54).

As brinquedotecas classificam-se em função de diversos fatores, porém, em

qualquer situação, preservam o aspecto lúdico como característica fundamental. Os

seus tipos mais comuns são: as de escolas, em geral, aquelas que trabalham com a

educação infantil, oferecendo jogos e brinquedos que favorecem o desenvolvimento

cognitivo, social, motor e afetivo por meio do lúdico, além de incentivar, por meio das

datas comemorativas, as brincadeiras tradicionais que asseguram e perpetuam a

cultura popular; as de bairro, montadas com a participação da comunidade e de

associações como espaço de convivência e integração para crianças residentes ali;

as de faculdades ou universidades, montadas com a intenção de formar seus

acadêmicos; as de hospitais, que auxiliam crianças internadas por longos períodos a

superarem as mudanças em sua vida, impostas pela enfermidade; as circulantes ou

itinerantes, adaptadas em ônibus ou em um circo; as bibliotecas, funcionando

apenas para empréstimos de brinquedos; as de rodízio, funcionando na base de

trocas por empréstimo; e as temporais que são montadas em grandes eventos,

oferecendo distração para as crianças enquanto seus pais deles participam.

Também os condomínios residenciais, os clubes, os presídios, os shoppings e os

supermercados podem possuir um brinquedoteca com finalidades diversas e

adequadas ao local em que está instalada.

De acordo com Santos (1997), citado por Azevedo (2010), os principais

objetivos do trabalho desenvolvido em uma brinquedoteca são: oferecer um espaço

para a criança brincar à vontade, sentindo-se produtiva; estimular o desenvolvimento

de potencialidades que possam favorecer os aspectos cognitivo, emocional, afetivo

e motor; incentivar a valorização do brinquedo como atividade criativa e cooperativa;

enriquecer a convivência e a cooperação entre crianças e suas famílias. Portanto,

por tudo isso, pode-se concluir que a principal função educativa da brinquedoteca é

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a de valorizar a atividade lúdica em qualquer espaço em que ela aconteça, desde

que especialmente adequada à finalidade a que se destina. Portanto, ela não se

confunde com a sala de aula e não possui conotação obrigatória de aprendizagem,

pois “propõe uma postura existencial, qual seja o aprender a aprender, uma forma

de educação para além da instrução” (AZEVEDO, 2010, p. 59).

 Conceitos Fundamentais

Aspecto afetivo – relativo às vivências afetivas, às demonstrações de carinho e

afetividade para com as pessoas que rodeiam a criança. Refere-se também às

preferências da criança em brincadeiras, individuais ou em grupo. Relaciona-se

diretamente à autoestima e à autoimagem da criança. A criação de vínculos afetivos

favorece a adaptação, o relacionamento e a sexualidade da criança.

Aspecto cognitivo – diz respeito aos conhecimentos e à aprendizagem da criança.

Corresponde à área em que se processa e se organiza o conhecimento. É

responsável por direcionar e planejar ações sobre o ambiente, além de possibilitar a

compreensão e a atuação sobre a realidade. Relaciona-se à aquisição de noções

básicas de nós mesmos e do mundo que nos cerca. Refere-se à parte gráfica,

textual, verbal, gestual, às percepções e às aquisições pedagógicas.

Aspecto motor – refere-se à área relativa ao conhecimento do corpo. Está

diretamente relacionado à área cognitiva pela coordenação do espaço, postura física

etc.

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