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INTERAÇÃO NEUROCIÊNCIA E EDUCAÇÃO: Ampliando o olhar da sala de aula

Por:   •  22/5/2017  •  Artigo  •  4.258 Palavras (18 Páginas)  •  231 Visualizações

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INTERAÇÃO NEUROCIÊNCIA E EDUCAÇÃO:

ampliando o olhar da sala de aula

Viviane Cândido Brandão Dias de Toledo*

Verônica Cristina de Almeida e Silva de Barros Figueiredo[1]∗∗

RESUMO

O presente artigo apresenta algumas estratégias que a neurociência reconhece como relevantes para o aprendizado significativo a luz de algumas teorias do desenvolvimento. Com os avanços tecnológicos, é possível o descobrimento de áreas cerebrais que são estimuladas a partir de algumas práticas que levam o sujeito a aprendizagem para a vida, gerando um conhecimento com habilidades e não mais um sujeito acumulador de informações. Em seguida, traz algumas considerações que questionam a importância dessas estratégias no fazer pedagógico, por questionar o conhecimento dos professores das áreas específicas a respeito do funcionamento cerebral. Finalmente após os pontos apresentados ficam uma reflexão a respeito dos processos que a neurociência sugere como estratégias para a sala de aula, potencializando desenvolvimento e o aprendizado do aluno.

Palavras-chave: Sala de aula; Planejamento; Cérebro; Neurociência; Pedagogia; Aprendizagem.

INTRODUÇÃO

Primeiramente é importante ressaltar que a neurociência não traduz uma nova pedagogia e sim um processo de reflexão acerca das estratégias pedagógicas, a fim de trazer para a sala de aula práticas que possibilitam aproximar o conteúdo do aprendiz. Cortela (2016) reforça uma constante existente hoje em meio a diversos profissionais atuantes na área de educação, a saber:

“Ah, os alunos de hoje não são mais os mesmo”, e ele afirma que isso é a mais pura verdade. Porém, ele traz nesse momento um paradoxo da escola, com uma indagação: alguém diz isso e, ainda assim, continua dando aula do mesmo jeito que dava há dez ou quinze anos? Se os alunos não são mais os mesmos, se o mundo não é mais o mesmo, como fazer do mesmo modo. (CORTELA, 2016, p.16).

Os estudos de Cosenza e Guerra (2011) sugerem que para que ocorra um processo de reformulação das estratégias pedagógicas que leve a aprendizagem significativa, tem que se conhecer o mecanismo de funcionamento da construção do conhecimento. Esse mecanismo é o estudo de como o cérebro aprende, como ocorre e estabelece as ligações nervosas e as novas sinapses, que levam a aprendizagem. Graças à neurociência, podemos hoje ter acesso a essas informações acerca desse movimento cerebral. Os avanços tecnológicos nessa área nos possibilitam mapear o cérebro e a conhecer o seu funcionamento de uma forma mais precisa.

Exames específicos mostram através de imagens, as sinapses que estão ocorrendo no momento exato da estimulação de determinada área do cérebro, o que comprova a função de cada sulco, reentrância, lobo e suas interações.

Com todos esses avanços, a neurociência voltada para os processos da aprendizagem, vem colaborar com estratégias que estimulem o cérebro de várias formas, possibilitando o desenvolvimento das habilidades, levando o aprendente/aluno a ter um melhor aproveitamento dos conteúdos trabalhados.

Mas, afinal, o que é aprendizagem? Para a ciência, aprendizagem é o processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente e ativa as sinapses (ligação entre os neurônios por onde passam os estímulos), tornando-as mais intensas. A cada novo estímulo, a cada repetição de um comportamento que queremos que seja consolidado. O cérebro é a parte mais importante do sistema nervoso, pois é através dele que traduzimos e respondemos os estímulos que recebemos do meio. É nele também que reagimos aos sentimentos, como alegria, raiva, prazer, e é também por meio do seu funcionamento que somos capazes de mudar nosso comportamento. Quando uma criança nasce, seu cérebro necessita de vários estímulos para o seu desenvolvimento. Ao longo da sua vida, ele fará inúmeras sinapses, e ao mesmo tempo, ocorrerá a eliminação de várias outras, processo denominado plasticidade cerebral. O cérebro se modifica em contato com o meio durante toda a vida.

O cérebro está permanentemente em aprendizado, mas é importante dizer que o aprendizado só acontece no momento em que se percebe significado no que se aprende. Para Cosenza e Guerra (2011, p.49) “o cérebro não tem necessidade nem capacidade de processar todas as informações que chegam a ele. Por meio da atenção ele pode dedicar-se às informações, ignorando as que são desnecessárias.” Para que o processo ocorra, três circuitos voltados para a atenção serão acionados: o primeiro como sistema de vigilância, o segundo que trabalha de forma alternada para a percepção de estímulos bem percebidos e o terceiro é aquele que inibe os estímulos, para que seja alcançado o objetivo da atenção.

Além da atenção, faz-se necessário o desenvolvimento de outros estímulos para uma aprendizagem mais significativa. Sabe-se, por exemplo, que há uma correlação entre um ambiente rico de estímulos e o aumento das sinapses. Mas quem determina o que vem a ser um ambiente estimulante? Quais são as estratégias para que esse ambiente possa ser estimulante? Qual será o desenvolvimento da criança nesse ambiente estimulador? Sabemos que a Neurociências mostra que o indivíduo se desenvolve diante da interação dele com o meio e que quem trabalha com as práticas para o desenvolvimento da criança é a pedagogia. Diante dessa discussão, como o professor pode contribuir para o melhor desempenho do aluno em sala de aula?

Diante dessas indagações, faz-se necessário um diálogo mais próximo entre neurociência e educação, tornando conhecido dos educadores os processos da aprendizagem dentro do cérebro e suas áreas de estimulação para que as práticas em sala de aula possam gerar conhecimento real. Para responder a estas indagações, a presente pesquisa fundamenta-se no seguinte problema: As ferramentas propostas pela neurociência trazem resultados positivos na aprendizagem significativa? Para responder a esta indagação, foi proposto o seguinte objetivo: permitir um diálogo da neurociência com a educação para o melhor desenvolvimento dos alunos. E, ainda, traçados os seguintes objetivos específicos: estimular, através de práticas pedagógicas em sala de aula, os sentidos dos alunos; desenvolver funções executivas; propor a construção de um ambiente estimulador.

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