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Mediação de conflitos em escolas

Por:   •  13/10/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.060 Palavras (5 Páginas)  •  158 Visualizações

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Mediação de conflitos em escolas: entre normas e percepções docentes Angela Maria Martins • Cristiane Machado • Ecleide Cunico Furlanetto

Primeiramente, é de extrema importância determinar que as questões afetas a indisciplina, à violência e ao conflito em escolas públicas, exige um olhar mais atento as sobre a função social da escola na atualidade. A diversidade das relações sociais na atualidade tem sido citada por inúmeros autores, pois vivemos em territórios ainda não nomeados, aos quais, segundo Bhabha (2013), se faz referência utilizando o controvertido prefixo “pós”. As antigas instituições sociais e políticas estáveis que ofereciam referências aos indivíduos não se mostram mais como possibilidade segura de seguir um rumo de vida previsível. E no que se refere à educação escolar, não poderia ser diferente.

No que se refere à indisciplina, Fanfani (2000) salienta que os jovens são portadores de conhecimentos, valores e comportamentos adquiridos no seu meio social, que não correspondem com a cultura escolar e seus conteúdos, pois esta já não é mais a única instituição a deter conhecimentos e informações, agora cada vez mais disponíveis em mídias digitais. Para o autor, enquanto os programas escolares apresentam homogeneidade, sistematização, continuidade, coerência e ordem, as culturas juvenis se mostram flexíveis, instáveis e fragmentadas.

Sobre a violência escolar, há um número razoável de estudos realizados. Porém, todas as abordagens destacam dificuldades para a definição do conceito de violência e para o estabelecimento de suas fronteiras com as situações de indisciplina e de conflitos no âmbito escolar. O ato de violência pode ser caracterizado pela imposição de força física, entretanto, a violência também pode ser simbólica e psicológica, tendo diferentes roupagens por meio de práticas de poder que induzem os outros a se sentirem marginalizados e menosprezados em situações privadas ou públicas.

Na escola, situações de conflito que geram violência ocorrem influenciadas por causas externas e internas. Os motivos externos podem ser gerados por condições socioeconômicas e culturais, envolvendo situações de famílias expostas à violência; por coerção dos grupos de convívio; práticas de bullying e cyberbullying; preconceitos étnicos-raciais e religiosos.

Entre 1996 e 2010, os projetos da SEE-SP voltados para enfrentar situações de conflito podem ser divididos em dois grupos. O primeiro grupo: Vem com a educação familiar e o meio em que vive. No segundo: Cabe a escola indicar um movimento na realização de ações ao uso de drogas, bebidas alcoólicas e da depredação do ambiente.

Refere- se ao estudo exploratório, tendo em consideração que o tema, em análise de um programa de governo denominado Sistema de Proteção Escolar, não tem sido objeto expressivo de pesquisa e de produção cientificas na área da Educação. Vale ressaltar que, no cenário contemporâneo, a clássica definição que orientou o início dos estudos em políticas públicas, ganha complexidade frente aos discursos oficiais semelhantes que fundamentam diferentes agendas de programas e projetos governamentais.

Cumpre destacar os registros analisados como narrativas significativas em sua trajetória profissional, pois, como salienta Larrosa (2011), a experiência deve ser compreendida nos aspectos subjetivos de quem a vivencia e experimenta, o que envolve a expressão de sentimentos e emoções.

Após esse percurso, as categorizações foram assim agrupadas: “relações de convivência no espaço escolar: dilemas nos (e dos) processos interativos”; “funções dos professores mediadores comunitários escolares: entre atribuições legais e possíveis mudanças no cotidiano de escolas”; “dificuldades e facilidades no exercício das funções de mediador escolar e comunitário”; “experiências: a significação de situações de conflitos na trajetória profissional”.

Os dados coletados permitiram desvelar as percepções dos mediadores acerca das relações de convivência no cotidiano escolar, especificamente entre professores, alunos e funcionários. Chama atenção no que se refere ao comportamento dos alunos em sala de aula, pois a maior parte dos respondentes não são de alunos nota 10. A maior parte dos mediadores também assinalou que boa parte dos alunos não tratam os professores e funcionários com o devido respeito indicando uma tendência para animosidades no espaço escolar, o que se confirmou quando os professores relataram suas experiências.

Com relação as regras e consequentes punições na convivência do espaço escolar, as ambiguidades e contradições merecem registro: prevalece a afirmação de que os alunos “às vezes” são muito punidos; concomitantemente, os professores também afirmam que os alunos são elogiados “frequentemente” e “recompensados” por “serem bons alunos”.

No que se refere à visão que os mediadores têm sobre suas funções, identificou-se que os participantes da pesquisa acreditam ser necessário dialogar com alunos e pais;

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