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AS RELAÇÕES DE PODER E OPRESSÃO NA ESCOLA PÚBLICA: UMA ANÁLISE DAS REPRODUÇÕES DESTE CONFLITO A PARTIR DAS OBRAS DE PAULO FREIRE

Por:   •  21/9/2021  •  Artigo  •  8.050 Palavras (33 Páginas)  •  107 Visualizações

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AS RELAÇÕES DE PODER E OPRESSÃO NA ESCOLA PÚBLICA: UMA ANÁLISE DAS REPRODUÇÕES DESTE CONFLITO A

PARTIR DAS OBRAS DE PAULO FREIRE

Nádia Pereira Silveira'

Resumo: Este artigo tem objetivo de, a partir da leitura e interpretação das obras de

Paulo Freire, analisar as relações de poder existentes nas escolas públicas, onde se

percebe que alguns professores reproduzem com os estudantes a opressão que sofrem por

parte de gestores. Além de tratar da relação professor-aluno, aborda-se o Assédio Moral

e suas consequências, fazendo uma associação entre oprimido e opressor, assediado e

assediador. Para a escrita deste artigo, a autora enfatiza as diversas observações que fez ao

longo de sua experiência profissional, primeiramente como funcionária de escola e,

posteriormente, como professora, atuando sempre em escolas públicas, além de participar dos

movimentos sindicais, vivenciando as mais diversas consequencias negativas que estas relações de

poder trazem aos envolvidos, prejudicando não só ao oprimido, como à equipe que ora tem

um profissional ausente, ora tem um profissional fisicamente presente, mas sem condições

psicológicas de realizar seu trabalho com qualidade, comprometendo a educação que se busca.

Palavras-Chave: Relações de poder, Opressão, Escolas.

Introdução

Quem vive o cotidiano de uma escola pública pode sentir na pele o poder da

hierarquia. Em um extremo temos a administração pública, através da Secretaria de Educação e em

outro temos os estudantes. Entre estes extremos estão a direção da escola e o corpo

docente. São quatro segmentos que muitas vezes encontram um abismo entre si; abismo este que

poderia ser minimizado através de uma ponte que não se constrói sozinho: o diálogo.

Entenda-se por diálogo a “relação horizontal de A com B” (Freire, 2002).

Partindo do ponto que todos estes segmentos já estiveram na condição de estudantes e já viveram

a realidade de uma escola, subentende-se que o principal motivo das pessoas que optam a dedicar

suas vidas à educação trabalhando em escolas, seja como professor, seja como gestor,

seria o desejo de mudar algumas coisas que lhes tenha causado inquietude quando

estudante.

Apesar de o cargo se Secretário da Educação ser normalmente uma indicação político- partidária, as

demais pessoas que compõem uma Secretaria de Educação são professores graduados, em sua

grande maioria, logo, os projetos deveriam ser voltados a alcançar uma educação de

qualidade. Entretanto, o que se presencia é um comportamento que acaba por oprimir

professores e estudantes, cobrando resultados quantitativos: notas e conceitos.

A partir da leitura das obras de Paulo Freire, pretende-se analisar as relações de poder existentes

nas escolas públicas.

' Professora de Geografia da rede estadual do Rio Grande do Sul, atua com os anos

finais do Ensino Fundamental. Graduada em Geografia, Especialista em Geografia e Mestranda

do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Pelotas. Contato: Silveira

nadia@hotmail.com.

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Para escrever este artigo, levou-se em consideração a experiência profissional da autora

que há onze anos trabalha em escola pública e por seis anos foi funcionária de escola. Tendo

trabalhado em escolas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental, sendo estas

municipais (em dois municípios do Rio Grande do Sul: Pelotas e Rio Grande) e estaduais.

Esta experiência como funcionária de escola foi enriquecedora, uma vez que permitiu vivenciar

determinadas situações em que ficavam claros os conceitos de educação que embasavam a

prática de alguns professores e gestores.

Ter trabalhado na Educação Infantil, em uma escola que recebia crianças somente de zero a seis

anos e, posteriormente, no Ensino fundamental (como merendeira e como professora) foi

de suma importância para analisar os critérios que eram usados para a formação de

vínculos dentro das instituições.

Outro ponto que fez a diferença para que esta análise ocorresse sob diferentes pontos de vista,

foi o fato de a autora haver sido representante sindical de sua categoria em quase todos

os locais em que atuou, participando das reivindicações, das greves e de formações

sindicais proporcionadas pelos sindicatos e federações. Nestas oportunidades conheceu outras

pessoas que também dedicaram suas vidas à educação, seja como funcionárias, seja como

professoras

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