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O ANALFABETISMO EM CUIABÁ/MT ENTRE OS ANOS DE 2000 E 2010 SOB UMA PERSPECTIVA RACIAL E CRÍTICA

Por:   •  19/1/2018  •  Artigo  •  3.333 Palavras (14 Páginas)  •  264 Visualizações

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O ANALFABETISMO EM CUIABÁ/MT ENTRE OS ANOS DE 2000 E

2010 SOB UMA PERSPECTIVA RACIAL E CRÍTICA

Wesley Henrique Alves da Rocha

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Marina Duarte Moraleco

2

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo verificar a situação de desigualdade racial em CuiabáMT no âmbito educacional, especificamente se tratando do analfabetismo entre os anos de

2000 e 2010. Para tanto se utilizou de revisão bibliográfica acerca do tema e análises dos

dados levando em consideração estudos e publicações no âmbito da Psicologia Social e

Saúde. A partir desse estudo observou-se que a população negra em Cuiabá/MT apresentou

resultados significativamente vulneráveis em relação a população branca, o índice de

analfabetismo entre pessoas negras se mostrou bem mais elevado. Sendo assim, evidencia-se

a importância e emergência da discussão e criação de políticas públicas cada vez mais

eficazes que atendam a população negra, é necessário também que a discussão das questões

referentes à desigualdade racial esteja presente na formação dos profissionais que vão lidar

com tais questões.

PALAVRAS-CHAVE: desigualdade racial; analfabetismo; Cuiabá/MT.

Introdução

Conforme Heringer (2002), o Brasil foi considerado por várias décadas o país da

“democracia racial”, porém, a realidade que se vê é outra, as distinções e desigualdades

raciais são inegáveis, facilmente perceptíveis e consequentemente geradoras de graves

adversidades para a população negra e para o país todo.

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Graduado em Psicologia (UFMT)

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Graduada em Psicologia (UFMT)

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Revista Pedagogia – UFMT Número 7 Jul/Dez 2017

A desigualdade ocorre quando um pequeno grupo de pessoas detém os meios de

produção e o capital financeiro, enquanto a grande maioria da população (classe trabalhadora,

proletariado) é possuidora apenas de sua força de trabalho e sua prole, sendo assim, a

desigualdade é um fenômeno socioeconômico que coloca um pequeno grupo (classe

dominante) em condições mais vantajosas que outros, para tanto se explora a força de trabalho

dos pobres, com isso, os explorados acabam não dispondo de renda suficiente para gozar de

mínimas condições de vida, incluindo a saúde (FERREIRA & LATORRE, 2012). Vale

ressaltar que a desigualdade é uma condição constituinte e essencial para a manutenção e

consolidação do sistema capitalista, por conseguinte o racismo funciona como arma de

dominação dando aos dominantes “justificativas” e meios para que os dominados continuem

nessa condição e sejam culpabilizados pelas suas próprias penúrias (MOURA, 1994).

O fator cor/raça parece influenciar na desigualdade, sobretudo no âmbito educacional

e é no sentido de observar a ocorrência ou não desta relação na educação que desenvolvemos

este trabalho a partir de dados coletados no DataSUS.

Metodologia

Utilizou-se a pesquisa bibliográfica e os dados utilizados nessa pesquisa foram

coletados no portal do Ministério da Saúde, denominado DATASUS (Departamento de

Informática do SUS), é uma base de dados nacional com fins originalmente administrativos e

de acesso à informação onde constam os dados dos pacientes do SUS sem identificação

pessoal dos mesmos. No caso desta pesquisa utilizamos os dados acerca do analfabetismo. Foi

utilizado o programa TabNet do sítio eletrônico do DATASUS para a coleta dos dados brutos

que foram analisados posteriormente com o cálculo percentual.

Discussão dos dados

Se tratando do analfabetismo é possível observar a partir dos dados coletados no

DataSUS, que os maiores valores são da população negra, enquanto que a população branca

apresenta números significativamente inferiores. No ano de 2000 a população considerada

analfabeta era composta por 72,6% de pessoas negras e 27,4% de pessoas brancas. No ano de

2010 os números mudam, porém não de forma positiva para a população negra. Dentre a

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Revista Pedagogia – UFMT Número 7 Jul/Dez 2017

população considerada analfabeta 18% eram pessoas brancas, ou seja, houve aqui uma

redução de 9,4% em relação ao ano de 2000, enquanto que 82% eram pessoas negras, isto é,

houve um aumento de 9,4%. Nota-se que enquanto o percentual de analfabetismo diminuiu

entre os brancos em relação aos anos de 2000 e 2010, entre os negros houve aumento

significativo.

Castro

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