O ARTIGO DE NATURALISMO

Naturalismo

O naturalismo surgiu em um grande momento, de transformações sociais, políticas econômicas e tecnológica na Europa; surgiu assim novas concepções a respeito do homem e da vida em sociedade e os estudos da biologia, sociologia, psicologia também estavam em alta.

Darwin revolucionou, o pensamento cientifico ao criar a teoria evolucionista em oposição a teoria criacionista em vigor até então. Com a teoria do evolucionismo, passou-se a acreditar que o ser humano está condicionado a suas características, biológicas ou seja a hereditariedade e ao meio social em que vive. De acordo com o naturalismo o homem é desprovido do livre arbítrio, ou seja, ele é uma máquina guiada por vários fatores: pelas leis físicas, químicas, pela hereditariedade e pelo meio social em que vive. Sendo que nem sempre tem como controlar sua própria vida. O naturalismo buscava, mostrar a realidade e também aprofundava expondo as mazelas sociais e o embate entre burguesia e a classe operária, seus vícios, paixões e os sentimentos humanos.  O naturalismo surgiu em 1870, na França com a publicação da obra Germinal (1885) de Emile Zola, o livro fala das péssimas condições de vida dos trabalhadores das minas de carvão na França do século XIX. O escritor Emile Zola, conviveu com uma família de mineiros para entender, a difícil realidade que eles viviam. O escritor foi influenciado, por noções desenvolvidas e apresentadas, pelo médico Claude Bernard_ Introdução Ao Estudo da Medicina Experimental de 1865, a partir dessa obra o escritor chegou a uma concepção que seus romances, deveriam ter o rigor totalmente cientifico, adotando o método que ficou conhecido como romance experimental, a descrição seria o elemento da analise cientifica. O escritor é considerado o idealizador e maior representante da literatura naturalista mundial, foi muito influenciado pelo evolucionismo e pelo socialismo.

Em contraposição, ao romantismo estilo que vigorava até então e que esbanjava face sonhadora idealizada da vida, os naturalistas acreditavam na necessidade de se retratar o cotidiano massacrante, o egoísmo, a miséria e a impotência humana. O movimento naturalista chegou ao Brasil, no final do século XIX, tomando espaço ocupado pelo realismo que era um estilo literário que se limitava a retratar o homem em interação com o meio social. Os autores naturalistas buscavam, abordar a realidade social brasileira, dando destaque para os elementos como a vida nos cortiços, o preconceito, a diferenciação social entre outros temas característicos da realidade social daquele contexto.

A obra “O Mulato” de Aluísio de Azevedo é considerada a primeira obra naturalista brasileira, Aluísio de Azevedo foi o principal representante do naturalismo na literatura brasileira, obras como “Casa de Pensão” e “ O Cortiço”; abordam temas como o puritanismo sexual, o anticlericalismo e o racismo, o preconceito e a vida nos cortiços a, causando grande impacto na sociedade, principalmente entre o clero e a alta sociedade. Entre outros autores naturalista esta, Inglês de Souza, com a obra “O Missionário” (1881), Adolfo Caminha, com a obra “A Normalista” (1893), “O Bom Criolo” (1895), Raul Pompéia com “O Ateneu” (1888) suas obras abordam temas como desvios sexuais, e mais especificamente o homossexualismo em O Bom Criolo, nessa mesma época “Domingos Olímpio” escreveu Luiza- Homem. Os escritores Pápi Junior, Rodolfo Teófilo, Raul Pompéia e outros também foram escritores renomados desse movimento.

 Jean-Jacques Rousseau, foi um filosofo suíço (1712-1778), um dos principais filósofos do iluminismo, foi um ideário da revolução francesa, sua obra principal foi “O Contrato Social”, estabelecendo direitos e garantias individuais, até então perdidas naquele momento, o filosofo relata que o ser humano nasce bom, a sociedade o corrompe.

 O homem nasce livre e por toda a parte se encontra acorrentado, pois a sociedade francesa era assim o homem vivia em amarras em regras sem sentidos.

A ideia de Rousseau era mostrar que o homem podia viver uma sociedade mais ideal, um lugar onde as pessoas pudessem pensar no bem comum, em deixar de lado o sentimento de indivíduo, pensar em coletividade, onde todos tivessem os mesmos direitos. A Revolução Francesa, acaba se radicalizando, ideias como as de Rousseau influenciaram esse movimento a buscar uma sociedade mais justa. As regras e vida desigual faz ele questionar sobre uma sociedade igualitária. Somente através da educação, se consegue transformar as vontades individuais em vontades gerais, sempre equilibrando esses dois campos. Através da disciplina se consegue mostrar os efeitos benéficos do bem comum. Onde o homem fosse livre, mas que presasse pelo bem comum, e quem faria isso seria apenas a educação.

As principais obras, de Rousseau foram: Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens, Emílio, ou da educação, Do Contrato Social, As Confissões, Enciclopédia, Carta sobre a Providência, Carta sobre os Espetáculos, compôs uma série de musicais dentre elas a opera o Adivinho da Aldeia, e se dedicou a botânica já na velhice. Para o filosofo existia uma sociedade, ideal onde os homens seriam iguais, onde tudo seria justo, onde o bem comum prevaleceria. O naturalismo procurou mostrar, que o ser humano é um produto da força da natureza.

Naturalismo, é uma tendência das artes plásticas da literatura e do teatro. Surgiu na França, mas se expandiu entre outros países europeus, nos Estados Unidos e no Brasil. Sua base está, na filosofia de que só as leis da natureza são validas, para explicar o mundo e de que o homem está sujeito a um inevitável condicionamento biológico e social.

As artes plásticas retratam, fielmente as paisagens o artista pinta o mundo como se vê, e também faz suas obras ao ar livre, onde capta a luz e as cores a essas paisagens. Essa tendência filosófica é uma escola literária conhecida por ser a radicalização do realismo, baseando-se na observação fiel da realidade e na experiência, mostrando que o indivíduo é determinado pelo ambiente e pela genética. A escola esboçou o que se pode declarar como os primeiros passos do pensamento teórico evolucionista de Charles Darwin.