O Letramento e Alfabetização

1. Introdução

Este projeto se organiza em torno do trabalho na Educação Infantil e a importância do brincar e da Literatura infantojuvenil. Trata-se, portanto, de um projeto a analisar e refletir junto aos professores a necessidade de uma postura lúdica numa fase crucial da criança, onde ela está sendo preparada para o Ensino Fundamental.

O que se propõe neste trabalho, é a construção de um plano de ação pensando na melhor formação dos professores de modo a integrar os componentes de aprendizagem de forma lúdica e inserir as ferramentas tecnológicas nos processos de desenvolvimento da criança  e letramento. Deve se considerar também o direito de brincar das crianças, pois além de ser um direito regulamentado por lei, o brincar é, para a criança de qualquer parte do mundo, muito importante. Nas brincadeiras a criança desenvolve a criatividade e trabalha o que tem de mais sério, de mais necessário, de mais vital: o crescimento e o desenvolvimento para a vida.

Neste trabalho serão mencionados alguns recursos a serem utilizados como brinquedoteca, jogos e brinquedos educativos, recursos tecnológicos para o processo de ensino aprendizagem na faixa etária.  

2. Justificativa

O brincar é um direito da criança e está amparado por lei, tanto pela Constituição (BRASIL, 1988) quanto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996). O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998) afirma que, além de contribuir com o desenvolvimento das crianças, o brincar favorece a autoestima, a expressão, a interação, comunicação, é brincando que elas descobrem o mundo, se comunicam e se inserem em um contexto social. Segundo Gimenes e Teixeira (2011), a atividade lúdica vem sendo reconhecida ao longo dos tempos como uma importante ferramenta no processo de aprendizagem na Educação Infantil, mas que nem sempre a brincadeira é levada a sério pelas escolas que atendem crianças pequenas. Não basta só brincar, é preciso que seja com qualidade, e para isso é importante prestar atenção aos agentes mediadores da atividade.

De acordo com Winnicott o direito da criança vai muito além de ser um direito regulamentado por lei, mas também desenvolve a criatividade através do faz de conta e trabalha o que tem de mais sério, de mais necessário, de mais vital: o crescimento e o desenvolvimento da e para a vida. (D. W. Winnicott. O Brincar e a Realidade. 1975).

Winnicott destaca:

“É no brincar e talvez apenas no brincar que a criança ou o adulto fluem sua liberdade de criação e podem utilizar sua personalidade integral e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu” (D. W. Winnicott. O Brincar e a Realidade. 1975).

Alguns professores da Educação Infantil ainda possuem dificuldade para assumir uma postura lúdica e esquecem que a criança aprende e interage por meio da brincadeira e que, por isso, esta precisa ser mais explorada também no ambiente escolar. Além disso, há em várias escolas uma limitação no brincar, de modo que acaba sendo engessada a maneira que as crianças são levadas a brincadeira. A impressão que fica, é de que os materiais pedagógicos são apenas para suprir normas e o desenvolvimento da criança acaba se restringindo. Como Fantin (2000, p. 84) destaca que,

[...] é preciso romper com o mito do brinquedo educativo porque [...]

ele não cumpre os critérios mínimos para ser considerado como uma

brincadeira propriamente dita; é material didático ou pedagógico,

pois, na maioria das vezes, ele não possui aquele elemento de

imprecisão típico da brincadeira onde não se tem domínio e garantia

 do que vai acontecer e por isso fascina tanto as crianças

 A brinquedoteca é de suma importância para o desenvolvimento da criança e deve ser bastante valorizada no âmbito escolar. Não há limites de variedades que dá para se montar uma brinquedoteca. Jogos pedagógicos, fantasias, livros, brinquedos educativos, atividades manuais.

A literatura Infanto juvenil também deve ser bastante valorizada. De acordo com uma pesquisa feita pela UNESCO (2005) Notou-se que há um grande desinteresse na leitura e na contação de histórias, pois não foi dada a devida importância para o tema em questão. Deve ser levado em conta que na literatura o gosto pela leitura e o exemplo são cruciais para a motivação das crianças. Se a história não é contada de forma lúdica e prazerosa, dificilmente irá chamar a atenção dos alunos. Assim como o exemplo que os pais e professores devem dar as crianças para que eles criem gosto pela leitura. Porém isso não está sendo explorado como se deve pela pouca informação dos professores. Machado (2001 p. 45) critica essa postura nas escolas: 

“não se contrata um instrutor de natação que não sabe nadar,         no entanto, as salas de aula brasileira estão repletas de pessoas que apesar de não ler, tentam ensinar”. Machado (2001 p. 45)

É preciso que haja um plano de ação com qualidade para promover esses quesitos de modo a valorizar o processo de ensino aprendizagem nas escolas.

4. Objetivos

O objetivo geral deste projeto é capacitar professores para que consigam fazer com que seus alunos terminem o 3º ano do Ensino Fundamental letrados e alfabetizados com sucesso. Para tal ação é necessário uma série de providências relativas a prática pedagógica do professor:

• Observar em sala o planejamento da professora;
• Observar os alunos durante atividades propostas pela professora da sala de aula;
• Identificar o planejamento, partir da execução das atividades, como os tempos estão distribuídos na organização do planejamento;
• Realizar uma roda de conversa com os alunos para ouvi-los informalmente sobre: o que gostam na escola, o que não gostam; qual atividade que mais gostam, e qual menos gostam; o que é fácil na escola, e o que é difícil; como organiza seu tempo em casa (tarefas, brincadeiras, entre outros);
• Realizar escuta individualizada após as observações com cada professora do 1º ao 3º ano, refletindo sobre algumas questões: como percebe a aprendizagem dos alunos de sua turma, o que acredita que mais gostam de fazer e o que menos gostam, o que ela considera fácil para os alunos, e o que considera difícil, além de outros questionamentos que pudessem surgir no decorrer da escuta da professora.

5. Metodologia

Tratando-se de uma proposta de formação continuada proporemos encontros semanais com duração de duas horas, durante um semestre letivo, totalizando 40 horas.

Segue abaixo a proposta de trabalho a ser desenvolvida durante o semestre afim de proporcionar melhor aproveitamento da formação:

Mês Aula	Fevereiro	Março	Abril	Maio	Junho
Aula 1	Texto sobre fracasso escolar na leitura Debate e discussão	Texto sobre importância do brincar Leitura, discussão e debate	Texto sobre dramatização na alfabetização, Leitura, discussão e debate	Texto sobre a importância da tecnologia na educação	Fechamento das ideias apresentadas dos meses Fevereiro e Março
Aula 2	Apresentação das experiências de cada um: fracassos x acertos	Vivência de jogos: Tabuleiro, palavras cruzadas, memória	Contação de história	Filme ou audiovisual sobre professor usando tecnologia na alfabetização	Fechamento das ideias apresentadas dos meses Abril e Maio
Aula 3	Dinâmica: Situação de sala com crianças desinteressadas e desmotivadas	Assistir o Filme documentário Tarja Branca	Produção de textos orais e dramatização	Proposta de discussão sobre o que se adapta a realidade desses professores no Brasil	Exposição individual de cada professor de como mudar a prática pedagógica
Aula 4	Dividir em dois grupos para apresentarem soluções para as situações acima	Debate do filme das conclusões de cada um	Oficina de produção de texto	Exposição de aula com tecnologia viável para a realidade brasileira	Exposição individual de cada professor de como mudar a prática pedagógica