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O MANIFESTO DOS PIONEIROS NA EDUCAÇÃO NOVA

Por:   •  24/9/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.013 Palavras (5 Páginas)  •  1.303 Visualizações

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O MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA

O lançamento do Manifesto foi em março do ano de 1932, sendo resultado da IV Conferência Nacional de Educação no ano de 1931, com o tema geral "As grandes diretrizes da educação popular”. O Manifesto representou um marco na renovação educacional do Brasil, os pioneiros assumiram a missão de conduzir o Brasil à Modernidade pela via da Educação.

 O documento revela um importante momento da história política, social, cultural e educacional do Brasil. O Manifesto ressalta o movimento renovador iniciado na década de 20. As transformações que agitavam o país eram fruto das contradições vividas pela sociedade brasileira onde tínhamos um país de analfabetos e estávamos iniciando um período de industrialização que exigia uma qualificação dos trabalhadores. Além disso, a presença de imigrantes bem instruídos gerou questionamentos a respeito do  sistema de educação e ensino brasileiro.

O Manifesto dos Pioneiros da Educação pode ser considerado um dos documentos mais importantes nesse processo de modernização da educação brasileira na medida em que define diretrizes de uma nova política educacional de ensino.

 O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova ocorre em um momento de redefinição do Estado provocado pela Revolução de 30, que dá inicio a segunda república com o Governo Vargas.  Desde a Proclamação da República, no ano de 1889, o Brasil não havia constituído uma política educacional eficaz. O Manifesto dos Pioneiros veio legitimar um grupo de intelectuais da educação que visavam salvar o país do seu atraso e levá-lo a modernização por meio da educação, sendo eles os agentes ou heróis dessa mudança.

Nesse sentido, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova traz uma visão moderna de educação. A Educação Nova proposta pelos pioneiros vem pautada em princípios de ética nas relações sociais, com valores de autonomia, respeito à diversidade, igualdade, liberdade e solidariedade. De fato, sua proposta educacional causou grandes repercussões na sociedade, sendo lembradas ainda hoje. O Manifesto dos Pioneiros além de ser divulgado em março de 1932 pela imprensa diária não especializada, foi publicado pela Companhia Editora Nacional, em junho do mesmo ano em São Paulo. A publicação foi precedida de uma introdução de Fernando de Azevedo e seguida de algumas apreciações críticas de vários comentaristas e de um esboço de um programa educacional extraído do Manifesto contendo dez itens. (LEMME, 1984).

 O Manifesto representa um grande momento na História da Educação do nosso país. É expressão de um grupo de intelectuais preocupados com a modernização do Brasil, alinhados no debate político, econômico e social do país e engajados na luta pela implantação da escola pública, laica e gratuita. Não se pode esquecer que o documento defende explicitamente a necessidade da Educação ser entendida como um problema prioritário e de responsabilidade do Estado. Não podemos esquecer que a IV Conferência Nacional de Educação. Sendo o Manifesto um marco da história da educação suas idéias influenciaram a postura de muitos educadores e de alguns governantes. Alguns intelectuais da educação defendem a atualidade do manifesto e ressaltam que as idéias contidas no documento são ainda hoje lembradas nas discussões a respeito da escola pública obrigatória, da laicidade da educação e da responsabilidade do Estado com a educação nacional.

O Manifesto vai muito mais além, defendia a idéia de uma escola única que se baseava em uma educação comum para todos os brasileiros, sem discriminação de classe ou gênero, igualdade de oportunidade, mesmo porque seus defensores eram oriundos de classe social e econômica privilegiadas, mas eles acreditavam que o acesso à educação contribuiria para o desenvolvimento social e econômico do país. Avançamos a partir do momento que se incluiu a maior parte da população (de 6 a 14 anos) na escola, em que se tornou obrigatória a educação básica, ou seja, a oportunidade de acesso, mas deixamos a desejar quando não garantimos a igualdade em relação à qualidade, que é bem diferente da escola de famílias de maior renda, excluindo assim os alunos de escolas públicas. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova nos dias de hoje implica percebê-lo como peça política do debate educacional situado no início dos anos 1930, indiciando os grupos em disputa e o movimento, operado pelo texto, de ressignificação das propostas educativas e dos objetos em confronto com o propósito explícito de orientar as políticas educativas do novo Ministério da Educação e Saúde. Implica também compreendê-lo como monumento da memória educacional brasileira, muitas vezes revisitado pelos próprios pioneiros ao longo do tempo como estratégia de legitimação de intervenção no campo educacional. Esvaziado das condições de emergência. o Manifesto sobreviveu como uma carta de princípios pedagógicos, como um marco em prol de uma escola renovada, mas principalmente em defesa da responsabilidade do Estado pela difusão da educação pública no país.

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