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O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Por:   •  21/10/2020  •  Trabalho acadêmico  •  3.885 Palavras (16 Páginas)  •  594 Visualizações

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O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Wanderson Sousa Silva[1]

          M.e Maria Cecilia Martinez Amaro Fretias[2]

Resumo 

Esse texto revela a necessidade de novos olhares sobre a forma de ensinar o adulto durante a alfabetização em salas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Tem como objetivo analisar como ocorre o processo de alfabetização e letramento na educação de jovens e adultos, visando estudar a formação de professores de EJA e como o letramento é usado na sala da educação de jovens e adultos, com metodologias baseadas em pesquisas bibliográficas que auxiliou para fundamentação teórica desse texto. Deste modo, almejando contribuir para um trabalho mais eficaz de alfabetização, a perspectiva de alfabetizar letrando, ensinar a ler e a escrever utilizando-se de práticas sociais

Palavras-chave: Letramento, Alfabetização, EJA.

INTRODUÇÃO 

Como determina a LDB/96 na sua seção V no art.37 "a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de seus estudos no ensino fundamental e médio na idade própria." (LDB/96 p.  ) Ou seja, esse tipo de  educação é ofertada àqueles que não tiveram a possibilidade de ocupar os bancos escolares no tempo previsto.

Nesse sentido, é frequente que pesquisas abordem a questão da alfabetização de jovens e adultos e as metodologias para implementá-la, contudo, menos frequente é a questão do letramento nesse processo complexo e dinâmico que é apresentar o universo das letras e a sua aplicabilidade às práticas sociais a uma parcela da população que, embora conviva com elas, desconhece seu significado.

        Isso significa que embora esses conceitos estejam intimamente relacionados não possuem o mesmo significado.

Isso é proposto visto que, de acordo com a evolução social, há cada vez mais uma necessidade de se estudar uma forma de analisar o processo de alfabetização e letramento na educação de jovens e adultos (EJA) que engloba pessoas que não tiveram a oportunidade de serem alfabetizados quando crianças, mas que hoje, mesmo com tantas dificuldades, sejam familiares, de trabalho, buscam o conhecimento e a qualificação.

Dessa forma o presente estudo busca analisar como ocorre o processo de alfabetização e letramento na educação de jovens e adultos. Para tanto se conceituará letramento e alfabetização na concepção da EJA, se ressaltarão a formação do professor alfabetizador da EJA, suas concepções e práticas e se explicará as práticas de alfabetização e letramento na EJA.

Deve ressaltar que este estudo poderá contribuir com os discentes, docentes, professores formadores a encontrar metodologias maneiras eficientes que possam auxiliar no ensino da Educação de Jovens e Adultos, já que o ser humano não se compõe de fragmentos, mas sim de um complexo conjunto de experiências.

  1. A alfabetização e letramento na Educação de Jovens e Adultos

O ato de alfabetizar, aplicado à codificação da escrita e decodificação da leitura é amplamente  discutido na área da educação, visto que ele consiste na forma de ingresso ao universo da aprendizagem formal.

Tfouni (2002) reforça essa ideia ao explicar que

a alfabetização refere-se à aquisição da escrita enquanto aprendizagem de habilidades para leitura, escrita e as chamadas práticas de linguagem. Isso é levado a efeito, em geral, por meio do processo de escolarização e, portanto, da instrução formal. A alfabetização pertence, assim, ao âmbito do individual. (TFOUNI. 2002, p.9)

        Todavia, não se pode deixar de considerar que para alunos que ingressam à escola fora da faixa etária esperada, a alfabetização ocorra da mesma forma. Crianças, jovens e adultos aprendem de forma diferente, partindo do principio de que possuem experiências de mundo diferentes. Evidentemente, nenhum deles pode ser considerado um papel em branco, mas indivíduos com especificidades a ser consideradas.

Dessa forma, a alfabetização de jovens e adultos parte do princípio da vivencia que alunos já possuem. Tfouni(2002) explica que essa aprendizagem é individual, mas ao mesmo tempo se apresenta dentro de um contexto. Compreende-se então que esse processo de alfabetização deve não apenas conduzir o aluno ao conhecimento da leitura e escrita, mas a um uso desse conhecimento em suas práticas sociais.

Alguns professores desconsideram as especificidades da EJA a ponto de rotulá-los como inaptos a compreender efetivamente o uso que eles podem fazer dessa aprendizagem. Contudo, como Oliveira (2012) destaca, é necessário desprender-se desse preconceito e considerar esses indivíduos como  independentes e capazes aprender.

Esses alunos enfrentam diversas dificuldades, como Oliveira (2012) aponta

para enfrentar as classes de EJA, os adultos são compelidos a alterara sua rotina cotidiana, deixando de lado afazeres e obrigações ou, ate mesmo, momentos de descanso e convívio junto aos familiares. Por parte dessas pessoas, há grande investimento de tempo e envolvimento pessoal, requerendo atenção, concentração, comumente, em períodos nos quais o cansaço se faz presente.(OLIVEIRA. 2012, p.186)

Esse potencial que reside na vontade de aprender, apesar do cansaço, não deve ser desperdiçado pelo professor, mas usado como elemento de motivação. No entanto, chegou-se a um ponto que o ato de alfabetizar começou a ser considerado insuficiente, pois notava-se a presença de jovens e adultos que eram capazes de ler e escrever, contudo ineficientes no momento de interpretar leituras do cotidiano. Esses indivíduos são considerados analfabetos funcionais.

Segundo a UNESCO analfabetos funcionais são pessoas que foram mal alfabetizadas e não conseguem ter o domínio da leitura, escrita e interpretação da linguagem. Em que o Inaf – Indicador de Analfabetismo Funcional, calcula os índices de analfabetos funcionais. Segundo pesquisas publicadas pelo IBGE em 2014, são cerca ainda de 13 milhões de brasileiros, o que corresponde a 8,3% da população.  

Dessa forma, na década de 80 surge no Brasil uma perspectiva sobre a leitura e escrita que vem se aliar à alfabetização, o letramento. Esse termo para alguns autores é considerado sinônimo de alfabetização, como para Oliveira(2012) e Tfouni(2002), já para outros não como Soares(2012) e Rojo(2009)

Esse termo, inicialmente, foi usado segundo Soares(2012) aparece pela primeira vez no pais no ano de 1986 por Mary Kato, no livro “No mundo da escrita: uma perspectiva psicoliguistica”. O termo letramento é uma versão para o português da palavra da língua inglesa Literacy, já que não consta uma definição exata por ser nova no vocabulário. Desta forma Rojo(2009) conceitua letramento como um conjunto de práticas sociais ligados a leitura e escrita em que os indivíduos se envolvem no seu contexto social, constituindo para o auxilio da compreensão de ensino-aprendizagem e responder as novas necessidades sociais.

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